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Dominique tivera levado-me até um bosque. Era um pouco afastado da cidade, mas havia algumas pessoas nele.
Havia uma leve vegetação, havia tulipas também, enfim, um ótimo lugar para uma conversa talvez?
Mas enquanto caminhamos em completo silêncio, minha mente não consegue parar de pensar no porquê eu vim com Dominique, de que deveria ter recusado sua proposta. Talvez o medo de transparecer uma criança que não consegue conversar como uma adulta.
Dominique estava quieta, mas eu estava incomodada com esse seu jeito, apesar de a maioria das vezes ela ser deste jeito.
Dessa vez parece que estou condenada a um silêncio eterno e isso me pertuba de certa forma.

- Sobre o que queres conversar, Dominique? - No mesmo momento que as palavras saltaram de minha boca, me arrependi. Talvez tenha sido rude demais de minha parte. Dominique virou-se com seus olhos escuros e em sua face não havia nada e mesmo com minha pergunta a mesma continuou andando.

- Estamos chegando - Foi a única coisa que saíram de seus lábios.

(...)

Ela me levou até um luga meio afastado do bosque. Onde diferentemente do cenário anterior era um pouco plano, pois havia apenas árvores e um certa grama pelo chão. Assim que chegamos ela sentou-se em uma grande rocha que estava entre as árvores, e finalmente seu olhar parou nos meus, acabei por ficar nervosa ela quase nunca me olha fixamente e da última vez que isso aconteceu nós..
.
- Então me chamou apenas para olhar-me? Eu não tenho o dia todo, Dominique - ela colocou duas mechas suas atrás de ambas de suas orelhas.

- Não quero que você fuja do assunto, Emmanuelle..

- Do que-

- O beijo - e deixou um suspiro escapar de seus lábios

- Já disse para deixarmos isso para trás, por que insistes tanto? - A olhei com a esperança de que ela me mandasse ir embora daquele bosque.

- Porque eu sinto que você gostou daquilo, Emma.. - Seu olhar desceu para o meu corpo e subiu para meus lábios. Estava acontecendo de novo. - Pois me evitas tanto.. Evitas olhar-me quando preciso que olhes. E tenho que admitir que odeio essa situação

- Dominique, eu penso que estás criando uma história em sua cabeça, eu estou com o Louis e eu o quero. E se quer conversar sobre aquele beijo, ele não significou nada pra mim... - Num pulo ela levantou-se da grande rocha de onde estava sentada, e sem nem mesmo dar-me conta ela estava a poucos quilômetros de meus lábios. Me sinto errada por descer meus olhos para seus lábios e desejar eles ao invés de desejar os de Louis.

- Eu gosto de cada detalhe seu desde que trocamos olhares pelo primeira vez, Emmanuelle.. - Sussurrou com seu nariz quase tocando os meus - Dos seus olhos verdes como uma esmeralda brilhante, e do som que sai de seus lábios. Não quero acreditar que esse beijo tenha se tornado um nada para ti.

- Tenho medo de acreditar que pudesse ter sido tudo para mim - Parecia que era tudo o que ela queria ouvir de mim, pois logo em seguida tomou meus lábios e suas mãos subiram até meu pescoço levemente bronzeado. Nos separamos para respirar mas logo nossos lábios voltaram a se unir e dessa vez senti sua língua invadir minha boca, elas dançavam perfeitamente. Nunca havia sentido algo parecido com nenhum homem nessa vida, nem mesmo com Louis. E isso me deixava de certa forma mal. Mas eu não queria me sentir mal ou culpada. Dessa vez eu apenas queria sentir o beijo de Dominique, era como se sentir no paraíso.

Sem parar para pensar no tempo, percebi que estava prensada contra a uma das árvores que havia ali. Neste momento eu não conseguia colocar controle na situação e nem nos meus sentimentos.

(...)

O caminho de volta também tivera sido silencioso, mas dessa vez não era um incômodo. Era bom, minha cabeça mal estava comigo, perdida em meus pensamentos. E finalmente pude avistar minha carruagem perto, mas precisa me despedir dela, seria uma grande falta de elegância minha ir embora sem dizê-la ao menos um "Adeus".
Passamos pela grama esverdeada em busca da pequena cidade, o local tivera grandes montanhas ao longe, onde o sol refletia precisamente, havia algumas pessoas e também havia negociantes em suas barracas.
Louis dizia-me uma vez que a mulher a quem confiaria meu vestido de noiva passava a maior parte do tempo por ali e que um dia me levaria para conhece-lá.
Essa é a primeira sentença na qual estaria, antes do casamento.

- Bom, Adeus, Dominique - Evitei seu olhar com um pouco de vergonha

- Adeus é uma imensa espera para encontra-lá novamente, Emma. - Subi meu olhar para os seus olhos e abri um sorriso. Já que vi um em seus lábios - Eu a vejo em breve. - Andei ligeiramente para minha carruagem deixando-a sozinha, sem mesmo nem olhar para trás. Minha timidez não me permitia. Os portões do grande palácio que era minha casa se abriram e pude perceber mamãe em uma das mesas do nosso lindo jardim. Eu estava de certa forma contente para a implicância da mesma.
De qualquer forma agi normalmente descendo da carruagem e segundo ao grande salão.

- Quando vocês dois irão finalmente começar os preparos do casamento? - Falou como se fosse a coisa mais simples do mundo

- Não sei, mamãe, Louis vai decidir isso quando for mais apropriado para ele - a olhei com certo carisma

- Apropriado? - Ela deu uma leve risada, e olhou em minha direção - Pessoas como Louis não precisam de momentos apropriados. Ele é rico, minha querida.

- Todos nós precisamos, Mamãe. Mas sua visão apenas consegue chegar a quantas terras ele tem em seu nome. - Virei-me para ela a olhando - Passar bem - Segui meu caminho até o salão principal.

Dor e Coração (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora