Capítulo 7: Flores da ilusão

910 79 10
                                    


Quando o celular despertou Alec já estava de pé e pronto para ir para o hospital. Tinha sido difícil levantar a abandonar o calor do corpo de Magnus mas tinha assuntos mais importantes do que aquele homem perfeito na sua cama sem roupa, tecnicamente não sem roupa, mas só vestindo um roupão de banho.

— Magnus.— Chamou Alec e viu o homem abrir os olhos e sorrir para ele. Alec manteve o coração sob controle.— Vou chamar um táxi e vou para o hospital. Amanhã eu volto.

Magnus bocejou e sentou, provavelmente tentando entender porque o marido omisso do nada estava sendo atencioso mas como não tinha boa resposta, ele ignorou essa implicação e continuou focado.

—Poderia ter me acordado, se esperar uns minutos eu te levo.— Disse ele mas Alec negou porque não queria esperar. Rafe tinha feito exames no dia anterior e provavelmente hoje o médico voltaria com os resultados e não estava no clima para arrumar confusão com Imogem com Magnus a tiracolo.

— Tá tudo bem, você me busca amanhã, pode ser? — Perguntou Alec e se inclinou para um beijo de bom dia porque ultimamente ele vinha sendo constantemente lembrado de que não era de ferro.

Magnus assentiu e ele levantou. Alec andou até a porta e cometeu o erro de olhar para trás e reparar em como Magnus parecia desconfortável na sua cama, como se ele não pertencesse aquele lugar.

''— Obrigado Alexandre Bane.— Pensou Alec.— Obrigado por me enfiar em um lar que você destruiu.''

Alec saiu antes que voltasse e falasse tudo para Magnus ignorando que passaria anos na cadeia por um crime que foi obrigado a cometer. Ele não chamou um táxi porque aparentemente tinham um motorista e isso seria útil de maneiras inimagináveis.

Ele chegou no hospital e pediu para o motoristas aguardar porque em breve Imogem iria sair, Alec quase correu até o quarto de Rafe torcendo silenciosamente para que a mulher simplesmente deixasse ele assumir seu lugar e quando entrou no quarto e viu que ela já estava pronta para ir embora, ele não conteve um suspiro aliviado.

— Bom dia.— Disse Alec.

— Bom dia.— Respondeu Imogem.— Ele passou bem a noite, deu um pouco de trabalho quando foi fazer o exame de sangue mas eu disse que se ele não fizesse você ia ficar triste e isso ajudou.

— Obrigado, muito obrigado por me deixar ficar.— Respondeu Alec, não contendo a própria boca.— A gente troca amanhã ou pode ficar em casa e eu fico com ele, as duas opções...

— Alexandre.— Chamou ela e Alec parou de falar.— Respira querido, a gente troca amanhã e vou te dizer a mesma coisa, me deixe ficar com meu neto. Pode ser o seu filho mas é meu neto ainda, os dois querem ficar.

— Claro, claro.— Concordou Alec e suspirou. Ele notou que deveria ter tomado café mas isso ficaria para mais tarde. Rafe sentiu sua falta e ele não sairia dali até ser estritamente necessário.— Pedi para o motorista esperar você.

— Obrigada, foi gentil da sua parte.— Imogem andou até a porta e depois parou. Ela se virou em sua direção e Alec não conteve o olhar de expectativa, toda vez que ela o encarava demais vinha um insulto e ele não queria lidar com insultos de estômago vazio, lembrava a época em que trabalhava em dois empregos e tinha que aguentar hóspedes idiotas que se sentiam melhor do que ele só por terem mais dinheiro e definitivamente não precisava cutucar feridas com o filho...Não,com Rafael, no hospital.— Toma café da manhã, se você desmaiar eu não vou te deixar ficar com ele porque se você ficar doente Magnus vai surtar e eu não preciso de três pessoas da minha família internadas.

Então ela saiu e Alec soltou o ar. Andou até Rafe e acariciou os cabelos revoltos do garotinho e viu ele acordar.

— Você foi embora papai.— Disse Rafe parecendo magoado.— A vovó disse que você voltaria se eu não chorasse e eu não chorei.

O Outro - MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora