Capitão

Felizmente paz

     
        Mas que raios estava acontecendo ali?

   Erwin olhava em um misto de raiva e surpresa para Eren que se encontrava ainda paralisado ao lado de Levi.

   – Que merda é essa Levi? - Erwin esbravejou alterado pela cena que estava presenciando. Aquilo só podia ser brincadeira, e uma de mau gosto por sinal. – Eu não acredito no que estou vendo, que nojo, um garoto? Ainda mas um dos nossos soldados, quando foi que seu trabalho se tornou menos importante por causa de macho? Isso é tão sujo. - Disse as últimas palavras em um tom venenoso e enjoado lançando um olhar de desaprovação para os dois homens a sua frente.

    – Eren, volte para o quarto. - Levi disse automaticamente sem olhar para o mais novo, seu maxilar rígido mostrava o quanto o Ackerman havia ficado irritado com o colega de trabalho.

    De fato, Levi pensava de mais, a opinião alheia não lhe importava tanto assim, mas qualquer coisa que fosse assimilado a Eren ele passava de um homem convicto para um adolescente indeciso. Não queria tornar as coisas difíceis para o garoto por causa das suas decisões, queria tanto o pedir logo em namoro ou algo assim mas tinha medo, medo de não ser bom o bastante, e medo de o fazer passar por situações como esta.

    Eren ainda se mantinha parado olhando para Erwin com repúdio, não acatou ao pedido de Levi para que voltasse para o quarto, apenas deu um passo para frente e se pois a falar.

    – Eu é quem te pergunto. Que merda é essa? - Eren esbravejou indignado aumentando o tom de voz. – Olha eu não dou a mínima para o que você esteja pensando agora, mas você não tem o direito nenhum de entrar aqui sem mais nem menos e despejar meia dúzia de palavras maldosas que no seu cérebro minúsculo acha que está nos ofendendo. Você pode ser a porra que for na merda daquele quartel, mas fora dele você não é nada! Você não tem autoridade alguma em relações alheias, o que eu acho é que falta bastante rola na sua vida pra deixar de ser um babaca, seu filho da puta. 

   Eren colocou para fora toda a raiva que lhe consumia, deixando os dois mais velhos totalmente surpresos, o garoto sempre fora sorridente e calmo mas naquele momento aquele garoto não existia. Pisando fundo Eren nem fez questão de olhar para trás e voltou para o quarto, fechando a porta em um estrondo. Fazendo Levi sair do transe que estava.

    – Eu não vou lhe dizer o quanto você foi escroto e estúpido por que meu garoto já fez isso por mim, escuta Erwin, eu estou pouco me fudendo para o que você acha de tudo isso, mas se você não pode nos respeitar, eu não posso ser seu amigo ou seja lá o que você me considera. - Levi respirou fundo e prosseguiu. – Eu achava que você era uma pessoa melhor, Hanji fala tanto de você como uma boa pessoa, mas você finalmente me mostrou como ela está enganada. Espero ter o mínimo de convívio com você, você sabe onde é a saída. - Terminou a frase com um olhar severo para o Smith que se manteve calado o tempo todo. O viu dar as costas e sair batendo a porta.

   Uma sensação estranha, um tanto aliviante se apossou do corpo do Ackerman fazendo seus pelos levantarem. Fitou sua calça social estendida na poltrona ao seu lado e se convenceu de que aquilo era o certo, sempre foi.

    Andou até a mesma e tirou de seu bolso uma caixinha de veludo preta, sorriu ao se lembrar de quando mediu o dedo do garoto sem que ele ao menos soubesse. Ah seu garoto era um tapado, sempre distraído. A colocou em seu bolso - agora da bermuda que usará - e foi em direção ao quarto do casal.

     – Eren. - o chamou certificando se o garoto estava dormindo, mas ele apenas estava deitado de costas para a porta.

     – Sim? - A voz quebrada do mais novo fez Levi sentir um aperto desumano, odiava quando o via cabisbaixo. Respirou fundo, e se deitou ao lado do garoto que automaticamente se virou para o mais velho.

     Levi levou sua destra até a mão de Eren deixando ali um singelo carinho, que o observou curioso com o afeto repentino.

    – Me descul… - O mais novo começou a falar quando foi interrompido por Levi, que o olhava profundamente.

    – Escute tudo que eu tenho a dizer primeiro, certo? - Falou e viu o garoto concordar apreensivo. - Está tudo bem.

    – A muito tempo eu pensei que nunca me apaixonaria, que nunca encontraria aquela pessoa que te faz mudar em segundos, que nunca teria alguém para contar ou algum abraço para correr, mas quando você começou a fazer parte da minha vida tudo virou de cabeça pra baixo. - Soltou uma risada nasal e continuou, agora fitando aquelas orbes verdes que o olhava atento. – E...eu gostei, quando estou com você parece que aquele peso enorme que insiste em ficar nas minhas costas some em questão de segundos, quando te vejo sorrir, da maneira que está fazendo agora, o meu dia se ilumina completamente. Droga, eu pareço um bobão apaixonado. - Se queixou vendo o garoto soltar uma risada gostosa o fazendo rir também. 

    – Enfim, você sabe que eu não sou bom com palavras e mais na ação mesmo, - olhou sugestivo para o garoto que ficou vermelho. - Já que você insiste em dizer que gosta tanto de mim, creio que queria passar pelo menos bastante tempo da sua vida ao meu lado. - Eren se sentou na cama em questão de segundos, com os olhos embaçados pelas lágrimas que insistiu em cair ao ver o Ackerman se abrindo para si. – Bom, Eren, você quer namorar comigo? - Repetiu o ato do garoto, e tirou da sua bermuda a caixinha de veludo preta a abrindo deixando a mostra as duas alianças toda prata com a pequena mensagem dentro "Mon cher".

    – Meu deus, SIM, sim, sim! - Eren estava eufórico, tentava ao máximo parar de chorar para presenciar a cena a seguir com mais clareza. Limpou as lágrimas e estendeu sua mão direita para o mais velho, que colocou de bom grado no dedo anelar do garoto. Já ia colocar em si mesmo a outra mas tudo que recebeu foi um tapa fraco em sua mão e um olhar desaprovado de Eren.

     – Eu coloco para você. - Levi soltou uma risada daquelas raras e isso só foi mais um incentivo para Eren colocar em seu dedo a aliança de compromisso com todo o carinho e delicadeza do mundo.

    – Mon cher - Levi sussurrou e puxou o garoto para seu colo deslizando sua mão pelas costas largas o fazendo suspirar, o tomou em um beijo calmo e lento, transmitindo toda aquela "finalmente paz".

!Mon cher; Meu querido (a)

  Sim, olha quem resolveu dar as caras!! Se lembrem de comentar o que acharam.