21. Reviravolta

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Cassie encarava a pena com brilho nos olhos, nada mais parecia tão certo quanto o que tinha feito. Sua estima estava bem alta, havia conseguido um feito genuíno que salvaria sua pele e deixaria a de sua prima fritando.

A campainha tocou, fazendo-a correr e esconder o que tinha em mãos em um lugar seguro. Sua felicidade era iminente, porém precisava disfarçar muito bem.

Abriu a porta e deu de cara com sua tia, do outro lado, sorrindo amigavelmente.

— Tia? Que surpresa! O que trás a senhora aqui? — perguntou enquanto via ela adentrar sua casa.

— Vim ver... — olhou em volta — Você está com algo que me pertence, sabia? — Maeve disse, sem rodeios.

— Do que a senhora está falando? Eu não estou com nada seu!

— Sobrinha, sei quando falta algo dentro da minha casa, e está faltando algo muito importante. Ou seja, me devolva! — sua tia não estava para brincadeira — Isso ou terei que chamar seus pais. Quer mesmo envolvê-los nisso?

Cassie engoliu seco. Ela havia descoberto muito mais rápido do que havia pensado.

— Tia, eu só pensei que não fosse importante... Eu...

— Tudo que estiver trancado com uma chave que está escondida, é importante. Saiba disso para não termos mais equívocos. — Maeva sorriu. — Anda, pegue a pena e me devolva e seus pais nunca saberão disso!

Cassie não conseguia pensar numa forma de sair daquilo, porém acatou, mesmo contrariada e pensando no que lhe aconteceria depois disso.

Ela havia ficado com medo, não sabia muito o que pensar, só fez o que a tia pediu e ponto, como se tivesse no modo automático.

— Aqui está... — Cassie entregou à contragosto, não olhando muito para os olhos da tia. — Desculpe, eu não sabia para que...

— Sabia sim, se você encontrou a chave, roubou de mim, sabe muito bem o que ela é e para que serve. Não se finja de tola, eu sou sua tia e te conheço melhor que seus pais. — Maeve guardou aquilo dentro da bolsa e fechou o zíper — foi muito bom colaborar com você, sobrinha. Até mais! — se despediu e saiu dali, deixando Cassie pensando no pior.

Maeve se certificou de que Cassie não estava olhando e correu rapidamente mais adiante, no final da rua. Castiel estava ali, a esperando.

— E aí? Conseguiu? — o anjo perguntou.

— É claro que eu consegui, ela nem se quer desconfiou de que não sou a tia dela. — falou entregando a pena para Castiel. — Agora estamos quites, paguei o que te devia, certo?

— Talvez... Nunca se sabe quando vou precisar de um metamorfo. — falou guardando novamente aquele artefato imensuravelmente precioso.

— Nos vemos por aí, anjo. — o metamorfo deu um sorriso forçado e passou por ele.

Castiel se sentia bem, afinal ele havia conseguido a pena.

***

CASA DO BOBBY

Depois de horas inconsciente, Zara foi abrindo seus olhos e dando de cara com o clarão da janela e a silhueta de alguém, que até então estava se desembaçando. De cenho franzido e forçando as vistas, foi erguendo seu tronco até se sentar por completo. Estava atordoada, não se lembrava de quase nada.

— Droga... o que aconteceu? — perguntou mais para si, do que para sua companhia.

— Você desmaiou. — disse Sam, com um meio sorriso, aliviado por vê-la acordada.

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