4. Sobre aquilo que não deve ser dito

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Permaneci ali enquanto todos eles me olhavam como se procurassem uma explicação mais aprofundada.

— O pai nunca mencionou sobre isso em nenhum de seus diários. — Sam se levantou com o cenho franzido.

— É, ele não disse nada pois nunca conheceu o seu lado obscuro. — respondi — Eu sim.

— E-e ela vai voltar? — Zara me encarou e seus olhos transpassava medo.

— É possível que sim. — falei — Mas, é estranho... Um siamês só se rebela quando o trauma é vindo de algum meio sobrenatural, e pelo o que sabemos você só sofreu um acidente de carro. — arqueei uma sobrancelha, desconfiado de algo.

— É, pelo o que eu sei também. Acha que escolhi sofrer um acidente? — ela ralhou comigo.

— Dean, já chega! — Bobby veio até mim e me colocou para fora do quarto — Não é hora de por suas desconfianças em cima dela, mas que coisa!

— Essa garota está escondendo algo, Bobby. E Castiel também, eu sinto!

— São só paranóias da sua mente fértil, filho. A menina sofreu um trauma e não precisa de julgamentos uma hora dessas. — a mão dele continuava em meu ombro e eu, por cima do dele, via ela conversando com Sam, gesticulando muito e apontando para a janela.

— Vou provar que estou certo, você vai ver. — arranquei-me dali com um certo teor de brutalidade e voltei para o meu quarto. — MAS QUE INFERNO! — chutei a cadeira, fazendo-a pender e cair no chão.

— Isso foi imprudente.

Virei meu rosto para trás e vi Castiel ali, parado, como uma estatua, vendo tudo.

— O que ainda faz aqui?

— Você disse que resolveria comigo depois, bem, já é depois. — ele deu de ombros.

— Estou sem paciência para suas gracinhas, então some daqui! — apontei para a porta e ele não moveu nenhum músculo — Quer que eu mesmo te tire? Pois posso fazer isso!

— Não entendo o motivo da sua exaltação. Uma hora aparenta estar preocupado com a garota nova, e agora, está parecendo um louco sem causa, berrando, somente por desconfiar de algo no qual Bobby e Sam não conseguem enxergar.

— Como sabe que estou desconfiado de algo?

— Eu sou um anjo, sei de tudo! — argumentou como se aquilo fosse realmente válido para mim.

— Sei que tem algo, minha intuição nunca falha, Castiel. Você não a colocaria em nossas vidas dessa forma, à toa, só por dó. — apontei o dedo na cara dele.

— Tecnicamente, a coloquei no caminho do Bobby, vocês dois foram apenas consequências. Aceite isso, pelo seu bem. — Castiel insistia naquilo, e eu, não conseguia ver pelo seu lado.

— Vai embora, agora! — abri a porta, ficando ao lado da mesma, esperando que ele fosse logo e não me dando conta de que ele podia ir embora à qualquer momento sem precisar passar pela porta.

— Até mais, Dean. — e assim ele sumiu, diante dos meus olhos, fazendo-me bufar.

A única razão por eu estar assim é que, normalmente, nunca erro, mesmo que tenha pessoas alegando uma coisa, ninguém consegue tirar da minha cabeça aquilo que já se tornou convincente demais.

ZARA

Castiel não me disse nada sobre efeitos colaterais que pudesse dar pane na minha mente. Só de imaginar sonhar novamente com aquele ser horripilante, meu corpo fica todo trêmulo. Odeio essa sensação de estar sozinha, sem ninguém para poder me ajudar ou dizer que as coisas vão ficar bem.

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