➮ 𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟎𝟑

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Lalisa Milani

Avistei três cabeças familiares e fui até elas. Não acreditava que Jennie me ligara milhares de vezes minutos atrás me propondo ir a um almoço entre irmãos. Nenhum problema, evidentemente, correto? Incorreto. Quando seus irmãos são aqueles três seres humanoides, um almoço "pacífico" não era algo que seria considerado um perfeito adjetivo para o momento.

— Estou esperando o pior, então, podem falar logo. — Digo os encarando seriamente.

— Caralho, oi para você também, Lalisa. — Dramatiza, Bambam.

— Quem foi que deu a ideia brilhante dessa reunião familiar fantasiada de "almoço entre irmãos"? — Faço aspas com os dedos. — Creio que essa pessoa tem alguma bomba pra soltar aqui nessa mesa. — Digo.

— Eu fui o planejador disso tudo, tá? E sim, precisamos esclarecer algumas coisas. — Diz por fim, Mark.

Sabia...

— Ok, mas antes, estamos esquecendo do maior dos problemas aqui... — Minha irmã mais velha me encarou. — Você não comprou isso de novo né? — Desceu seu olhar para a minha vestimenta.

Bom, digamos que moto não era um veículo considerado saudável na nossa família. Depois que a Senhora Hyuna se espatifou no asfalto há alguns anos atrás por conta do veículo de duas rodas, a moto foi exterminada da garagem dos Wang Milani, inclusive era para ser exterminada das nossas garagens também. Mas, convenhamos que a moto é um veículo bastante essencial para uma trabalhadora que mora nas ruas populosas do Texas.
Jennie encarava o meu traje anormal. Não acredito que a mesma tenha o achado o auge da breguice, mesmo que nossos estilos sejam totalmente diferentes um do outro. Apenas acredito que a mesma notou que eu não costumava ser muito chegada a jaquetas de couro, calças pretas e botas de cano alto. Obviamente, ver uma mulher como eu usar esses tipos de trajes ao invés do meu habitual vestido tubinho preto a altura do joelho ou o meu blazer que transitavam na tonalidade pastel, era algo considerável extraterrestre, fora do normal.

— Comprou uma moto, Lalisa. — A mesma afirmou.

— Pode apostar que sim, digamos que viver no Texas nos faz refletir sobre algumas coisas e fazer outras. — Dou um sorriso travesso para a mesma.

Retiro a jaqueta de couro deixando em completa observação meus braços nus com algumas tatuagens espalhadas pela pele, - não eram muitas, considerando a quantidade de tatuagens que Bambam e Mark tinham, mas era um número razoável e perceptível de desenhos.

Uma das coisas que papai e mamãe nos ensinara muito bem, era ser rebeldes de verdade, não aqueles rebeldes meia boca, mas rebeldes de verdade. Mamãe sempre deixou claro que quem manda no nosso corpo somos nós mesmas e nunca devemos deixar alguém falar o contrário. Mamãe e papai sempre foram muito perspicazes em mostrarem as diversas tatuagens no corpo, os piercings que possuíam e mostrar o estilo despojado que ambos tinham mesmo já na casa dos quarenta anos. Acho que deu para compreender que não somos diferentes deles.

Até mesmo Jennie, a mais chata e pé no saco, cedeu sua pele para algumas míseras e pequenas tatuagens no decorrer da vida. Lembro do dia em que Jennie fez a sua primeira tatuagem, chorou e alegou doer muito ao ponto de não aguentar um pequeno coração ser tatuado na região de sua nuca. Foi deprimente, irônico e hilário.

— Sabe que mamãe odeia a ideia de nós termos motos. — indagou.

— Jura? Tenho duas Ducati Panigale na garagem, e mamãe nunca disse nada contra isso. — Disse Bambam, confuso.

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⏰ Última atualização: Feb 22, 2023 ⏰

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