A campainha da escola tocou, informando o fim da primeira aula da manhã. Eu levantei-me e sai da sala imediatamente. Não queria dar tempo a ninguém para vir falar comigo. E além disso, tinha de ir ao gabinete da minha tia para descobrir o que ela queria falar comigo.
Fui o caminho todo a fazer figas para que não fosse nada de mal. Ainda tinha esperanças que o tom com que ela falou no sábado, quando me ligou, tivesse a ver com outro assunto que a meteu de mau humor, e não com o que ela tenciona falar comigo hoje.
Bati duas vezes à porta do seu escritório e, quando ouvi a sua voz dar-me permissão para entrar, abri-a. A minha tia parou de escrever nas folhas e levantou o seu olhar até mim. O seu rosto tomou um ar zangado. Ela pousou a caneta e encostou-se nas costas do seu cadeirão.
“Bom dia.” Saudei atenciosamente. Mas a sua expressão continuava na mesma.
“Bom dia.” Retribuiu, mas de forma seca. “Imagino que não saibas o porquê de eu te ter chamado aqui.” Falou, fazendo um gesto com a mão para que me sentasse na cadeira à sua frente.
“Não, não sei.”
“Bem, não vou estar com rodeios, pois o assunto é bastante sério.” Ela tirou os seus óculos de leitura e pousou-os sobre a mesa. “As notas dos teus testes são uma miséria.” Declarou. Os meus olhos arregalaram-se bastante, apesar de não estar muito surpreendida. Neste ano lectivo não ando com cabeça nenhuma para a escola.
A minha tia levou uma das suas mãos até um conjunto de folhas que estava sobre a mesa. Desfolhou-as e, quando encontrou a que queria, passou-ma para a mão.
“Essas são as tuas notas.” O meu queixo caiu quando os valores dos testes me saltaram à vista. Não estava à espera de valores tão baixos, muito menos a biologia, que é a minha melhor disciplina. Ouvi um suspiro da minha tia e voltei o meu olhar para ela.
“Não vou contar aos teus pais das tuas notas, porque sei qual seria a reacção do teu pai e eu não quero que saias desta escola. Mas se não melhorares na próxima fase, eu vou-me ver obrigada a fazê-lo.” Explicou, com um ar mais carinhoso. Eu dei-lhe um sorriso fraco e levantei-me da cadeira.
“Queres um concelho querida?” Eu virei-me para ela e acenei positivamente com a cabeça. “Pede ajuda aos teus amigos. Aqueles cinco rapazes têm notas exemplares.”
“Eu vou pedir.” Mostrei um sorriso falso e virei costas.
*
Estava a fazer o caminho habitual de escola a minha casa, que já não se encontrava longe. Conseguia avistar o carro dos meus pais a menos de 10 metros de distância.
A minha mãe ligou-me há momentos atrás, informando-me que eles já estavam em casa. Por isso decidi vir, pois não precisava das chaves que ainda devem estar sobre a mesa-de-cabeceira do quarto do Zayn.
Deparei-me com a porta de minha casa aberta e vi a minha mãe passar pelo hall de entrada, em direcção à sala.
Passei pela porta e segui os passos da minha mãe.
Na entrada da sala, estavam as malas de viagem dos meus progenitores, abertas e com algumas roupas lá dentro. Levantei o meu olhar e vi mais roupas espalhadas pelo sofá e nas mãos dos meus pais.
“Filha.” A minha mãe, assim que me viu, passou as roupas para as mãos do meu pai e veio até mim num passo acelerado. “Que saudades.” Exclamou, envolvendo o meu corpo nos seus braços.
“Foi só um fim-de-semana mãe.” Ri-me um pouco da sua atitude.
“Eu sei, mas tive muitas saudades na mesma.”
“Eu também tive saudades.” Nesse momento, senti os braços fortes do meu pai rodar o meu corpo e o da minha mãe, fazendo com que o abraço ficasse mais apertado.
“Espero que te tenhas portado bem.” O meu pai disse esforçando um ar sério.
“Estive a estudar o fim-de-semana inteiro.” Menti. Mas era algo que eu precisava de fazer a partir de agora. Se eu não melhorar as minhas notas vou ter de sair da escola e isso é algo que eu não quero.
“Acho bem. Já sabes o que te acontece se não tirares boas notas.” O meu pai falou firmemente. Eu desfiz o abraço e depois de perguntar se eles precisavam de ajuda e da minha mãe o ter negado, subi para o meu quarto.
*
Já tinha anoitecido e os planos que eu tinha de passar a tarde a estudar tinham sido arruinados pelo conforto da minha cama, onde estive a dormir.
O jantar já havia decorrido e agora eu encontrava-me no sofá da sala de estar, acompanhada pela minha mãe que tinha adormecido há pouco. O meu pai estava no seu escritório a tratar dos assuntos do seu trabalho.
Na televisão passava um filme romântico que a minha mãe trouxe das suas miniférias, ao qual eu não prestava a mínima atenção. Os meus pensamentos estavam ligados ao Zayn e aos acontecimentos do meu fim-de-semana. Por mais que tentasse tirar estes pensamentos da minha cabeça, quando dava por mim já estava com a imagem do Zayn na cabeça, a relembrar a felicidade que senti no sábado.
Abanei a minha cabeça para que estas imagens desaparecessem da mesma. Olhei para as horas no ecrã do meu telemóvel. Ainda era cedo, mas não tinha nada de interessante para fazer.
Depois de desligar a televisão com o comando, cobri o corpo adormecido da minha mãe com uma manta aos quadrados vermelhos e azuis. Depositei-lhe um beijo na testa e subi as escadas, rumo ao meu quarto.
Atirei-me para cima da cama e dei um suspiro pesado e frustrado. Mais uma vez o Zayn tinha invadido os meus pensamentos, mas agora eram as imagens de ontem que me estavam na cabeça.
Sinto-me muito enganada por todos eles. Apesar do grupo do Ash ter ido a casa do Zayn para contar a verdade, eles também participaram nesta mentira durante muito tempo.
Ouvi um barulho vindo da janela do meu quarto. Elevei a cabeça, que estava afundada na almofada, e olhei para o sítio de onde o barulho veio.
Levantei-me da cama com um pouco de custo e fui até à janela. A pouca luz dos candeeiros públicos que iluminavam o meu jardim permitiu-me ver um corpo revestido por roupas escuras, alto e com cabelo preto. O meu coração acelerou bastante e as minhas mãos começaram a tremer. Abriria a janela ou ignorava-o?
Hey!
Só para dizer que a escola é a maior merda que existe e eu odeio-a com todas as minhas forças!
Adiante, espero que tenham gostado do capitulo.
Love you all xx
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You And I || z.m
Vampir"Aquilo que se faz por amor está sempre para além do bem e do mal."