2 - O melhor aos 60

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Ao decorrer das férias planejava retornar àquela casa noturna, só não esperava que fosse tão cedo. Na noite seguinte, sem nenhuma vontade de beber, se arrumava pelo retrovisor do carro, dirigindo em direção ao local. Não tinha muita certeza do que esperava encontrar, com certeza não o arrependimento de Yoongi por negar sua proposta. Estranhava em si mesmo a teimosia por continuar indo atrás do aluno. Talvez estivesse muito desocupado, ao ponto de perguntar dos garçons informações exatamente como estava fazendo. Existia uma mulher que sempre o servia, podia dizer que tinham uma boa relação com ela com conversas rápidas, por esse motivo foi direto ao perguntar se tinha o contato do garoto de programa que ficava na pista de dança.

Não ficou surpreso por saber que haviam vários, precisou dar algumas características a mais até que identificassem quem era. Obviamente não usavam seu nome original, nem ao menos o pronunciou, usava um apelido simples que combinava consigo.

- Vou falar com outro funcionário que sabe disso melhor que eu. - A mulher saiu deixando Namjoon pensando se teria que pagar pela informação ou se estavam sendo gentis a um cliente fiel. Ficou alguns minutos esperando até ela retornar com outro homem.

- Por acaso você é o pai ou avô dele? Por que quer saber onde ele está? - Deveria ser comum pessoas irem à procura dos seus parentes jovens e imprudentes. Não se importaria com a pergunta se não tivesse sido tratado mal por Yoongi na noite passada, ficou ofendido respondendo direto suas intenções.

- Sou um cliente. Quero o contato, vou por acaso precisar pagar pra vocês me darem?

Estava rodeado de pessoas que lidavam com desaforos de pessoas bêbadas todos os dias, uma grosseria por mais singela que fosse não fazia diferença e seria respondida da mesma maneira que todas as outras.

- Se ainda tiver disposição… pode pegar de graça. - Em um guardanapo, um número estava escrito. Fora jogado em cima da mesa, caindo em uma área molhada pela sua bebida, que já estava esquentando. Namjoon precisou tirar o papel com pressa pra evitar que a tinta fosse apagada, ouvindo uma risada do homem que voltou ao seu trabalho.

Tinha ido ao lugar com um objetivo que foi concluído, agora precisava decidir o que faria.

Como previsto, o número que recebeu era diferente do que Yoongi passava nas listas de presença quando pediam um número de contato. Estava com um mais pessoal e a coisa que mais gostaria no momento era agendar uma hora. O jeito como agiu durante o tempo que o observou até o diálogo desastroso causou sentimentos que Namjoon já tinha esquecido como era tê-los. Não esperaria até outro dia, ou do seu esforço de convencê-lo a se vender ao seu preço. Assim que pisou em sua casa discou o número esperando ser atendido.

- Pois não? - A forma como falou ao atender causou arrepios em Namjoon, seu tom era convidativo. Aquela linha deveria ser especial.

Antes de responder, travou sem saber como seguir. Até onde lembrava, Yoongi não era um aluno faltoso e possivelmente deveria reconhecer sua voz depois de um período todo juntos. Buscou por um plástico colocando em cima do telefone, a fim de abafar sua voz.

- Qual seu nome? - Tentava responder do mesmo jeito. Deitou-se na cama tentando relaxar, estava com vergonha de uma conversa por telefone.

- Pode me chamar de Suga. E você?

- Kim! - Já usou seu sobrenome várias vezes nas situações onde não gostaria de ser reconhecido, era singelo e o fato de existir milhões de outros deixava ainda mais discreto.

- Um prazer te conhecer Kim. Tem algo que eu possa fazer por você agora?

- Você acabou de sair do banho agora? - Não se orgulhava, mas a partir do momento que ouviu a voz de Yoongi, o visualizou saindo de um banheiro com roupas de dormir e o cabelo molhado, como se sua noite se resumisse em passar tempo na cama e foi pego despercebido pela ligação.

Sexagésimo Chaos • namgiOnde histórias criam vida. Descubra agora