8 - O caos na diferença de 36

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Mais rápido do que esperava já estava na cidade novamente, por sorte passou por onde Taehyung estava sem perceber. Era difícil descontar sua raiva no acelerador quando tinha ruas movimentadas e sinais, já estava tarde no enquanto qualquer pessoa vendo seu carro quebrado já causava sensação de está sendo julgado por uma multidão. Olhariam de longe e veriam que estava com medo de Yoongi. Conhecia o endereço no papel, chegou lá sem dificuldades, estranhou ter mencionado uma família, em nenhum momento citou que alguém esperava por si em casa, pais que cobrariam responsabilidades como trabalho e faculdade.

Faculdade, não tinha parado pra lembrar que antes de mortes, segredos e sexo já eram unidos pela sala de aula, pra piorar estavam na madrugada do último dia de suas férias. Na manhã seguinte - teoricamente - se encontrariam pro início de mais um período. Parecia impossível agirem normalmente.

-Acorde, chegamos.

Tinha escolhido ir para aquele lugar de última hora, até o momento antes de ouvir as palavras duras de Namjoon acreditou que iriam se abrigar em algum lugar juntos pela cidade. Pelo menos conhecia bastante cada parte dali, quando pensava em seus problemas lá era onde achava a alternativa que considerava mais adequada. Olhou pela janela, sim, estava na hora.

-Obrigado, Namjoon - já tinha dito tudo o que pensava no motel, saiu do carro sem falar mais nada.

Yoongi ainda estava descalço, seu responsável possivelmente daria uma bronca pela aparência tão deplorável, isso sem contar do desaparecimento. Namjoon pensou se deveria ficar e esperar alguém aparecer pra ajudar no esclarecimento, quem sabe sair como herói por tê-lo trazido de volta. Não valeria a pena nenhuma glória àquela altura do campeonato, desistiu no mesmo segundo. Começou a dar ré enquanto Yoongi ia na direção do que imaginava ser sua casa, aos poucos iam se separando.

-Acho que ele não quer que eu veja onde mora - acelerou indo pelo caminho oposto de onde vieram, o carro parecia vazio só com uma pessoa - Talvez tenha vergonha, pode ser um lar humilde.

A arrogância do primeiro dia que se falaram tinha sido tanta que a imagem que Namjoon cultivou de Yoongi é que era um garoto mimado, deveria ter dinheiro e tudo que fazia era pra provar a rebeldia que se orgulhava de ter. Era um estereótipo que o cabia bem, assim como ser um adolescente pobre tentando esconder sua condição esbanjando um comportamento antipático e agindo por luxo. Não tinha problema nenhuma das opções, Namjoon nem entendia por que estava criando aquelas suposições quando deveria está se concentrando em voltar pra casa. Conhecia aquela região por conta de uma loja que descobriu ter fechado, tudo ali parecia está abandonado, das ruas até as casas, na verdade não eram casas e sim prédios comerciais entregue a ratos.

Nenhuma casa...

Onde Yoongi desceu também não tinha casas, qual condição ele estava vivendo? Uma parte muito racional de Namjoon tentava ignorar todas aquelas questões, nenhuma delas era problema seu, se meter na vida de outra pessoa só estava causando problemas intermináveis. Enquanto sua mente provava está lúcida seu corpo cansado e desordenado fazia um retorno de volta. Só queria ter certeza de que o bairro estranho não era só um amontoado de edifícios abandonados.

Buscava por uma silhueta conhecida, sentado encolhido em um buraco. Não sabia dizer se o que sentia era intuição ou estava traumatizado com a sucessão de tragédias no qual ficou exposto, só procurava desesperadamente, Yoongi que não estava no lugar que foi deixado, não tinha passado tanto tempo ao ponto de andar tão longe, seguiu em linha reta até ver de longe um corpo abatido parado no fim da rua. E agora? Deveria chamar pra dormir no seu carro? Gastar mais dinheiro alugando um quarto? Obrigar a ligar para os seus pais e entrega-lo pessoalmente? Todas as opções pareciam péssimas, Namjoon foi decidindo a que traria menos prejuízo enquanto andava em sua direção.

Sexagésimo Chaos • namgiOnde histórias criam vida. Descubra agora