Seis | Dicen que tengo mala fama

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              Paciência é uma virtude. Jimin costuma dizer.

Certas vezes me sinto como um adolescente, transbordando hormônios que queimam à flor da pele.

Me sinto assim agora. Com Hoseok.

Com borboletas no estômago, as pernas bambas e o coração bombeando mais rápido do que deveria.

Jimin também costuma dizer que no início é sempre assim. Um avalanche de sentimentos e emoções que queimam como fogo em seu âmago. Ele diz que esse é o amor quando novo. Ardente.

Mas que, com o passar do tempo, o fogo abranda, uma calmaria se instala, e isso não é ruim, mas também não significa que seja fácil.

E assim o amor amadurece. Se fortalece.

Ou simplesmente acaba.

A chama deixa de existir e tudo o que sobra são cinzas. Uma brasa que já não é capaz de te aquecer.

No meu caso, é assim que acaba.

Como numa noite de inverno. Quando a neve branca cobre todo o solo. Quando o vento é tão gélido que você sente como se fossem pequenos cortes em sua pele. E que, faz com que você se pergunte, se seria capaz de morrer congelado.

A resposta é sim.

Você pode morrer congelado.

E no meu momento de desespero, acabo queimando toda a lenha. Deixo que o fogo suba o mais alto que puder, que queime até que não sobre mais nada.

Quero sentir tudo de uma única vez. Quero me sentir borbulhar como água fervente.

Até que, quando eu menos esperar, toda aquela euforia se foi.

E tudo o que sobrou é madeira molhada, que de nada serve, além de apagar o que restara do que já foi uma enorme chama.

Deixo que apague. Deixo que o frio gélido entre. Que congele o que um dia eu já cheguei a chamar de amor.

E então, vou atrás de outra fogueira.

Atrás de uma que nunca se apague. Que seja eterna. Mas isso não existe.

E eu não tenho paciência.

E quando penso em Hoseok. Penso que fui embora cedo demais. Penso que saí de perto daquele fogo e me perdi em uma floresta congelada.

E talvez. Talvez seja por essa mesma razão, que meu coração continuou a clamar por ele, dia após dia, mesmo que a dor tenha diminuído.

Adormeceu.

Coração congelado. Agora de volta à sua chama, torna a bater, mais forte, mais apaixonado.

Hoseok prende o seu corpo ao meu, me faz sentir o seu calor e a forma como anseia por cada toque.

Seus dedos sobem pela minha nuca, deixam um aperto na minha pele o que me faz amolecer ainda mais.

A língua desliza pela minha, em um beijo afobado. Prendendo meu lábio inferior com os seus, antes de tornar a me deixar sentir seu gosto.

E por mais que eu queira passar a noite inteira assim, sei que preciso voltar para o quarto.

Com uma das mãos, prendi entre meus dedos os fios de sua nuca o forçando a se afastar.

Seus olhos encontram os meus, a boca vermelha entreaberta por onde ele deixa escapar um suspiro é o que me tenta a continuar ali.

– 'Tá tarde... – minha voz soa fraca, ele parece não se importar e deixa isso evidente quando traz sua boca de volta para a minha.

Bésame | VhopeOnde histórias criam vida. Descubra agora