Tapeçaria

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Vivo a minha vida

Não sei de quem a vivo

Corre uma pedra entretida

Da qual sempre me esquivo

Numa tapeçaria de pedra

Vejo o que ela almeja

Não sei se será regra

Mas ninguém o deseja 

Presa dos lados

Tapeçaria maldita

Cuspo dela bocados

Sem a ver aflita

Invejo o que não quero invejar

Invejam-me o que não sei ter

Rocha livre eu queria ser

Sem ter de me despedaçar

Seda fina como as outras

De bela flor que pode haver

Livres, elas respiram rosas

O que eu nunca pude ter

A única coisa que me entristece

É que o tempo não pára

Ele não recua, ele envelhece

E comigo se declara 

→ 24 Outubro 2019

Night Wet RainOnde histórias criam vida. Descubra agora