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Essa é a minha primeira fic, eu tive a idéia de escreve-la num momento em que precisava distrair a mim mesma, de mim mesma. Eu não sei se vai chegar a alguém, se alguém vai gostar, mas caso chegue, espero que goste. Começei a planejar o enredo há mais ou menos um mês, só pude por as mãos na massa agora. É isso. 🙃

Sasaki Haise - 09/03/16

Ele passara novamente a noite em claro, era mais do que normal agora, não podia evitar. Todo o vazio de acordar e não se lembrar de quem é ou de quem foi, o consumia sempre. Todas as vezes em que mergulhava em si mesmo, se dava conta que estava sempre a procura de lembranças.
Olhar para todo aquele vazio o assustava, ele queria se lembrar, mas só podia confiar no que lhe diziam, era frustrante.
Sua auto-intitulada namorada, Yoshimura Eto, com quem havia "rompido" havia 1 ano e meio, estava o ligando, ele se pegou lembrando rapidamente de como a conheceu, 2 anos atrás, após o fatídico acidente em que suas memórias se esvaíram, num hospital em Tokyo, pois era tudo o que se lembrava, das memórias que havia feito de dois anos atrás até o presente momento.

~Flashback on~

Abriu os olhos, vendo o teto branco antes de qualquer coisa, a moça ao lado, quando viu que ele piscava para acostumar-se com luz, o abraçou.
-Sassan!
Ele olhou confuso para a cascata verde que caía no seu rosto, não soube explicar, nem sabia quem ela era, mas sentiu por um mísero instante, repulsa por aquele cheiro. Passado um instante, percebeu que não só não a conhecia, como tampouco sabia quem era a si mesmo.
-Eu estava preocupada que te perderia, eu fiquei com tanto medo.
-Quem é você?
-O médico me disse que você não se lembraria de nada, mas ainda assim é estanho escutar você dizer isso pra mim.
- Gomen. Não foi a intenção.
-Não tem problema, a culpa não é sua, eu vou te explicar tudo, Sassan, fique tranquilo.
E então ela começou a narrar para ele o que houve:
- Você sofreu um acidente de carro, você bateu a cabeça bem forte, mas além disso nada mais aconteceu, só teremos que fazer alguns exames para saber se está tudo okay com essa sua cabeçinha.
E deu uma risadinha.
- Você ainda não me disse quem é você...
- Sua namorada, nós viemos para Tokyo para visitar a minha mãe que mora aqui, nós viemos de Osaka, moramos juntos lá.
Ele escutou tudo pacientemente, mesmo que parecesse a vida de outra pessoa, apesar de não saber qual era a sua.
- Nada disso me parece familiar.
- Mas com o tempo você vai se lembrar, aparentemente, além da batida, foi também muito estresse, então isso é uma resposta da sua consciência tentando preservar a sua integridade mental.
- Okay, entendi... mas... e quanto a mim? Quem sou eu?
- Você é o editor-chefe da editora da minha família; Aogiri, onde eu publico meus livros. Eu sou uma romancista de thriller de terror. Não é querendo me gabar mas você sempre foi fã dos meus livros.
E ela riu novamente.
- Então moramos em Osaka, você diz?
- Hai.
- E somos namorados?
- Hai.
- Tabalho na editora da sua família?
- Hai.
- Só tentando assimilar tudo... Mas agora que eu percebi, nem sei meu nome....
- Sasaki Haise desū
- Você agora a pouco me chamou de Sassan, eu acho, é um apelido?
- Hai, desde que nós somente namoravamos...
Corou, virou para o outro lado, e recomeçou a falar:
- Então Sassan, eu resolvi te transferir para Osaka, acho que vai ser melhor assim, já que é onde nós moramos e trabalhamos. Você vai ser transferido amanhã.
- Certo... Vou tentar me lembrar de tudo, na medida do possível.

~Flashback off~

Atendeu o telefone, não sem antes dar um suspiro, pois toda aquela torrente de sentimentos estavam tentando engoli-lo vivo.
- Mochi Mochi
- Sou eu, Sassan, Ohayou. Te acordei? Queria marcar para sairmos hoje se você quiser, logo logo, vou começar a escrever meu novo livro, você sabe que não terei tanto tempo disponível.
- Gomen Eto, mas eu marquei com o Uta e a Itori para sairmos, hontoni gomen.
- Mas Sassan, eu...
E não terminou de falar, respirou profundamente, ele sabia pois ouvia os sons que ela fazia do outro lado, e disse:
- Certo, Sassan, gomen.
- Pelo quê?
- Por ter te acordado.
- Aah, me acordado... Sem problemas.
"Mas eu nem dormi", pensou ele.
- Nos vemos na editora, quando você vier.
- Hum, sim.

Perdido.
Ele estava tentando não se sentir assim, não naquele momento, ou então, ele passaria o resto do dia se afogando em si mesmo, em todo o cinza que era seu ser naquele instante, ele tinha que se segurar, até que chegasse a noite, onde poderia ficar em casa e, ai sim pensar na imensidão do que sentia, ou melhor, do que faltava.
Agora que dissera que iria sair com o casal de amigos, ele realmente teria que marcar com eles. Mentira para Eto. Se sentia mal por isso, odiava mentiras, mas não queria mais insistir em estar com ela quando aquilo não fazia bem para o seu ser.
Ligaria para Itori no caminho para o trabalho, não adiantaria falar com Uta, ele era um anti-social assumido, mas ela sempre arrastava ele para todo lugar em que ela tivesse vontade de ir.
Se levantou, ligando o automático, e indo se preparar para sair de casa, pois mais uma jornada de trabalho se iniciava.
Ao entrar no carro, deu partida e ligou para ela:
- Ligar para Itori.
- Ligando para Itori.
Ela atendeu, daquele jeito faceiro dela, já podia imaginar a cara que ela estaria fazendo. Algo tinha acontecido.
- Mochi Mochi, Haise-kun.
- Ohayou para você também.
- Então quer dizer que vamos sair e eu nem sabia?
- Hum?
- Eto me ligou, agora a pouco. Perguntou se tínhamos algo marcado. De novo.
- Gomen.
- Haise, se você não quer sair com ela, diga de uma vez, já faz um ano e meio e ela ainda não te deixou em paz, você deveria deixar claro de uma vez, sabe. Não que eu me importe de sair com você, nem o Uta, nós adoramos.
- Gomenasai, Itori. Eu não pensei direito. Arigatou. O que ela disse?
- Se sua preocupação é se ela acreditou ou não, não se preocupe então. E de qualquer forma, já que você disse que iriamos, vamos nessa, tem um restaurante para degustadores de vinhos que eu adoraria ir. Vou arrastar o Uta nem que ele não queira.
Eu ri com o comentário dela.
- Até mais, Haise-kun.
- Até. Mais uma vez, arigatou.

Quando o expediente de Haise acabou, ele saiu em direção a Itori, que o esperava.
- Hoje eu vim de táxi, meu carro está no concerto.
- De novo?
- É. Para de rir porque é você que vai me levar.
Ele riu novamente.
Foram até o estúdio de máscaras e tatuagens de Uta, o HySy ArtMask Studio, onde ele já os esperava em seu carro. Saíram para mais uma "sessão expurgatória", como a Itori mesmo chamava, onde o Haise contava os sentimentos que o afligia, eles o escutavam, e ele sabia que no seu caso, não havia o que fazer, pois não dependia da sua vontade, ou atitude, e mesmo assim, ele era grato, por aqueles dois o acolherem em seu meio, e se tornarem pessoas em quem confiava, pessoas que estavam lá para ele quando precisasse, tanto quanto ele também estava lá pelos dois amigos.

Notas Finais

O próximo capítulo já estava quase finalizado quando eu resolvi postar esse. Ele será um pouco maior.

Colorfully - ToukenOnde histórias criam vida. Descubra agora