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"Às vezes é necessário fazermos sacrifícios para atingirmos um objectivo. É necessário mudanças na nossa vida ou somos obrigados a mudar. É necessário sofrer.

Comecei o tratamento do VIH há três semanas. Neste espaço de tempo deixei de ir à escola devido ao impacto que a medicação teve em mim. Emagreci e perdi as forças que eu tinha. Não sou capaz de andar a pé durante muito tempo como antes fazia sempre. Estou sempre mais cansada e não me consigo concentrar a 100% a fazer alguma coisa, como por exemplo ler ou ver televisão. É difícil de explicar, apenas não tenho paciência para isso. Mas o lado positivo desta situação é que o tratamento está a correr bem até agora e por isso irá continuar até ao fim.

O meu pai leva-me sempre ao hospital e depois eu apanho um táxi para voltar para casa. Nos primeiros tratamentos ficou comigo mas agora tem de ir trabalhar, não vivemos dificuldades financeiras mas também não nos pudemos dar ao luxo do meu pai deixar de trabalhar pois as contas continuariam a cair.

Durante estas semanas depois do tratamento e antes de voltar para casa vou às consultas do psicólogo. Têm-me ajudado bastante a descontrair após as sessões de tratamento. O que faço lá já não é o mesmo de quando entrei pela primeira vez, agora limito-me a descontrair ao som de músicas calmantes e a responder a perguntas típicas de: “Como correu hoje?” “Sentes te bem?”.

Nas salas de tratamento não costumo estar sozinha, muitas vezes estão outros jovens também sentados no cadeirão como eu e também a levar injecções. Ninguém tem o mesmo problema que eu ali, infelizmente dos 5 jovens presentes todos sofrem de tumores e diferentes sítios e todos lutam para se verem livre dele. Tal como eu luto para me ver livre deste vírus. Durante essas sessões temos oportunidade de conversar e conhecermo-nos todos. Pela primeira vez em algum tempo fui honesta em relação ao meu problema. Todos me desejaram boa sorte e que torciam por mim, para que eu ficasse “boa”. Eu apenas agradeci. Não sabia o que dizer mais na situação deles, mas claro que espero que também eles fiquem melhores.

A vida é tão injusta. Compreendo que todos nós temos de ultrapassar muros e que durante a vida temos sempre muitos muros pela frente mas porquê aparecerem estes “muros” na nossa vida que são tão difíceis de passar por cima como as doenças crónicas? Porque é que só os inocentes é que são apanhados por isto e todos aqueles que não aceitam e criticam nunca saberão o que é viver com estas doenças? É frustrante.”

Amber fechou o seu diário e guardo-o na mala juntamente com a sua caneta e levantou-se do seu lugar no autocarro para sair na respectiva paragem.

N/A: Eu sei que este capítulo é minusculo e não desenvolve muito mas o objectivo é mesmo esse!
Mesmo assim deixem as vossas opinões/perguntas/sugestões e votem!

Espero que estejam a gostar da história!

E aviso já agora que em principio haverão mais 4/5 capítulos e depois será o final da história...
Beijinhos <3

AIDS // {h.s}Onde histórias criam vida. Descubra agora