31|Não foi sua culpa

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Ok isso já tá um pouco avançado, eu aqui falando pra Júlia que ainda tá cedo pra chamar de cunhado e minha mãe já chamando de genrinho, aiai minha mãe é tudo!

Eu e Fe ficamos no quarto, jogando e conversando, já era umas 3 e pouco da tarde.

- Ei, vamo lá pra minha casa, jogar videogame? - Ele fala.

- A não, você já faz isso o dia inteiro Felipe. - Falei e me deitei.

- Vaaaaai por favooor! - Ele falou puxando meu braço.

- Taa - Falei revirando os olhos.

Fomos até o elevador e subimos até o andar dele.

- Eu sou muito sortudo por você ter vindo morar aqui, eu nunca fui mais feliz! - Ele fala e me abraça de lado.

- Ainn, vir pra cá foi a melhor coisa que me aconteceu! Obrigada, por tudo. - Falei.

- Eu que tenho que agradecer, ter uma pessoa como você, não é pra todo mundo. - Ele fez uma pausa, olhou pro chão e depois pra mim. - Lena, eu te amo.

Ai meu deus ele disse que me ama, eu fico tão nervosa quando alguém fala isso pra mim, como vocês sabem, eu tive o coração partido duas vezes, fui muito machucada, e tenho medo de me entregar, e depois me decepcionar, mas ele, ele é a pessoa certa..

- Eu também te amo, pra sempre, ouviu? - Ele assentiu e me beijou.

- Ei, oi, Lena, não sabia que viria! - Pai do Fe fala nos vendo saindo do elevador.

- Pai? Onde você vai? - Fe pergunta.

- Ah, eu vou sair. - Marcelo fala.

- Posso saber pra onde? - Fe pergunta saindo do meu abraço.

- Em um restaurante.

- Sozinho?

- Não.

- Com quem? hm um encontro?

- Não! Claro que não! - Felipe olha pra ele arqueando uma sobrancelha. - Ta bom! É um encontro, agora eu tenho que ir, tchau!

- Tchau! - Fe fala e abraça seu pai.

- Tchau Lena. - Ele fala, me abraça e sai.

- Estranho. - Fe fala se sentando na cama dele com um rosto pensativo.

- O quê? - Perguntei. - Fe? Você tá bem? - Perguntei depois de segundos sem respostas.

- É, que, eu não pensei que o meu pai sairia com outra mulher, tão... tão cedo.

- Fe, mas não ta cedo, fazem 3 anos.

- É Lena, mas pra mim, parece pouco tempo. Eu...Sinto tanta falta dela. - Ele começa a chorar.

- Ei ei ei. - Falei o abraçando. - Eu tô aqui com você.

- Eu não sei se consigo...ver ele com outra, que não seja ela.

- Eu sei, é difícil, mais ele tem que seguir em frente.

- Eu me lembro, ele ficou tão arrasado quando ela se foi, e agora, ele tá saindo com outra. Eu não consigo entender, como passou tão rápido. Eu...eu não podia ter deixado isso acontecer. - Ele fala chorando ainda mais.

- Fe, eu não sei o que aconteceu, mas, tenho certeza que você não tem culpa.

- Eu posso não ser, mas por que eu me sinto tão culpado? Tão...vazio.

- É porque você a amava demais, e quando ela partiu, você se perguntava porque isso aconteceu, não é?

- Sim.

- Então, não achou uma resposta então se culpou, mas você precisa tirar isso das suas costas. - Ele chora. - Eu sei, é difícil.

- Ela sempre esteva lá pra mim, Lena, sempre, e eu? Eu simplesmente a deixei ir.

- Olha, se você não se importar, pode me contar o que aconteceu?

- Ahm... Ela estava muito doente, levamos ela no médico, mas eles não conseguiram descobrir, voltamos para casa, eu tinha que sair, e ela disse que tava bem, eu fiquei preocupado em deixar ela sozinha, meu pai estava no trabalho, mas ela insistiu para eu ir...- Ela parou. - Eu deixei ela Lena, e ela morreu, sozinha, eu não devia ter ido.

Eu me senti magoada, vendo ele, assim, chorando muito, o único que eu pude fazer foi abraça-lo, eu o amava e queria que ele soubesse que eu sempre vou estar aqui.

- Ei, olha pra mim. - Ele olhou. - Você não sabia, como você saberia? Tira esses pensamentos de você, só estão te fazendo mal, e ver você assim, corta meu coração, mas saiba eu sempre vou estar aqui, do seu lado, tá bom? - Ele assentiu.

Ele estava se acalmando um pouco, mas ainda chorava, eu deitei na cama dele, e o mesmo deitou com a cabeça em minhas pernas, pegou um porta-retrato que ficava do lado da cama dele, e voltou a chorar.

- É ela? - Falei.

- Sim. - Ele falou com dificuldade.

- Ah meu amor, ela era linda. - Falei fazendo carinho em seu cabelo.

- Muito linda! Ah, eu queria que você conhecesse ela, vocês se dariam muito bem. - Ele enxuga as lágrimas.

- Me fala mais dela?

- Tem tanto pra falar... Ela era uma pessoa que só queria ver os outros bem, felizes, queria que todos ao seu lado se sentissem felizes, aconchegados e quentinhos. - Nós rimos. - Ela era linda, cozinhava muito bem, o bolo dela era perfeito, adorava pintar e desenhar, amava animais, ajudava muito ONG's e instituições de caridade, amava tanto a sua família, fazia de tudo por mim e pelo meu pai. Eu a amava tanto.

- Eu queria muito ter conhecido ela, eu sinto muito.

- Tenho certeza que ela amaria você. - Ele fala e me abraça, ficamos assim, por muitos minutos, e é assim que quero ficar, com ele.

Continua...

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