2.

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Depois de comer a pizza, fui pro meu quarto e lá fiquei. É o meu cantinho da paz, posso ser eu mesma aqui e fazer o que eu quiser... bom, quase tudo.

Esses dias eu estava querendo colocar uma balança no teto, meu pai queria até ele mesmo fazer... Mas adivinha? mamãe não deixou. Falou que eu ja tenho a balança do jardim, mas ela é muito pequena, véi.

-Posso entrar?-meu pai diz batendo na porta.

-Pode sim...

-Só vim dar beijinho de boa noite.-ele diz entrando.-A mãe falou da nota baixa, quer conversar?

-Quero mudar de escola.

-Ah, esse bico aí que você está fazendo, você puxou da sua mãe. Vocês são iguais, duas teimosas... Jesus cristo, aonde eu amarrei meu jegue?-ele diz.

-Que azar, pai.

-Como está as amizades?-ele pergunta.

-Ah, eu não consegui nada ainda, mas pelo menos eles sabem meu nome...

-Igual a tua mãe quando entrou pro ensino médio, ela ja te contou?

-O que?

-Ela era igualzinha você.-ele se aconchega na minha cama.-Ela só tinha a tia Marisa de amiga, mas ela morava na casa do caralh-

-O que?

-Não fala pra sua mãe que eu to falando palavrão pra você, jesus... ela arranca meu rim.-ele diz.

-Ok, mas continua falando da mamãe...

-Ela era a nerdzinha, sabe? A gente estudava junto desde o nono ano, mas ela sempre foi mais quietinha. Eu, você sabe... Eu era o rei da escola.-ele diz com orgulho, e eu senti a saudade no olhar dele.

-Quando vocês se aproximaram?

-Eu sempre sentava com ela quando precisava de nota.-ele diz.

-Esperto, pai.-rimos.

-Mas a gente se aproximou mesmo, quando nossos pais começaram a namorar, sabe?-ele continua.

-A vovó não gostava, né? A mãe me falou...

-Nossa! Nem ela, nem meu pai, nem a Lurdes... Lembra dela?-assenti.- Foi a maior treta me envolver com sua mãe, principalmente depois que ela voltou da Califórnia.-ele falava.

-Como assim, Califórnia?

-Como assim ela ainda não te contou isso??? MEO DEOS!-ele falou incrédulo.

-Me conta, pai!!

-Eu não, isso é com ela...-ele diz levantando da cama.

-Pai, cê' vai me dar aquele cinquentinha?

-Você quer pra quê? Tu não está usando drogas não né, Katherine?-ele diz 'firme'.

-Ah, sim. Com certeza, eu e meus amigos...

-Uhum, sei...-ele puxa a carteira.-Vou descontar da sua mesada, to nem aí.-Ele me dá meu beijinho na testa e saí do quarto.

Eu ando tão sufocada ultimamente, não tenho amigos na escola, minha mãe fica 24h por dia no meu pé. Tudo que eu faço ela reclama, eu juro! Graças a Deus amanhã ela não vai dar aula na minha escola e eu posso ir e vir sozinha, tenho pelo menos 2 dias de paz.

Mas eu vou direto pro parque, é lá que eu me sinto completamente livre... bom, menos quando aparece um velho bêbado lá, Deus do céu.

Espero que amanhã faça um dia de sol.

me perdoa o capítulo curto e a demora, eu ando desmotivada :(

Katherine.Onde histórias criam vida. Descubra agora