Capítulo 21: Verbena e contratempos

1.3K 109 20
                                    

Alvo Dumbledore narrando.

Era um lindo dia de sol quando eu estava em horário de almoço em Hogwarts, do meu lado direito a professora McGonagall, e do esquerdo Nick Mikaelson. Enquanto tomava um saboroso suco de abóbora, Minerva perguntou.

- Alvo, há algum compromisso hoje que faça o senhor sair da escola?

- Não, professora Minerva, hoje passarei o dia todo em meu escritório, trabalhando em alguns projetos de Hogwarts – respondi calmamente.

- Ótimo, Alvo, perfeito na verdade. Imagino se seria possível me receber em alguma hora do dia, pois preciso tratar de alguns assuntos importantes e urgentes – pediu Minerva inquieta.

- Claro, professora. Passe em minha sala no final da tarde de hoje.

Eram quase 18 horas quando ouvi a gárgula que fornece a passagem para meu escritório girando para permitir a entrada a alguém que já sabia quem era.

- Sente-se, professora Minerva. Então qual é o assunto urgente, o qual mencionou esta manhã?

- Professor Dumbledore, eu sei que Nick Mikaelson está aqui por um bom motivo, e que o senhor jamais ameaçaria a segurança dos alunos, mas aquela garota... ela me preocupa, entende? Há algo nela que não me inspira confiança, e não quero arriscar nenhum contratempo – a cara de preocupação de Minerva ao falar isso deixou clara a sua aflição.

- Prossiga – acenei levemente.

- Então, eu andei pesquisando, e descobri essa planta... verbena o nome. Ela é capaz de enfraquecer pessoas como ela, e quando ingerida por humanos acaba, também, com qualquer possibilidade de controle mental. Acho que não faria mal colocar um pouco no suco de abóbora dos alunos todas as manhãs, afinal prevenção nunca é demais, não é mesmo? – Concluiu McGonagall.

- Eu compreendo sua preocupação, Minerva, mas tenho que dizer, que acho completamente desnecessário, conheço essa mulher a anos, e digo tranquilamente que confio minha vida a ela. Ela sabe o porquê de estar aqui e não está interessada em manipular ninguém, apenas em fazer seu trabalho, eu lhe asseguro – Respondi brandamente.

- Alvo, eu entendo, realmente entendo, vocês têm uma história e jamais ousaria questionar sua autoridade, mas insisto que leve em consideração. Não estou a acusando de nada, é apenas um método de prevenção, afinal nós sabemos que ela é uma predadora, e está na sua origem a caça, a manipulação. Isso apenas evitaria qualquer dano possível – retrucou Minerva.

- Nesse caso, acho prudente conversarmos com a própria Nick Mikaelson, para sabermos que está de acordo. Não tenho interesse em tomar nenhuma decisão pelas costas dela, confiança e honestidade são essenciais – finalizei então e pedi a professora que se retirasse, pois queria falar com Nick sozinho, esperei que recebesse meu recado e chegasse ao escritório.

- Boa tarde, Alvo – disse Nick que acabou de chegar na porta do escritório, sorrindo - a que devo a honra desse convite inesperado? – Esperei ela se sentar para falar.

- Bom, receio que alguns professores estejam incomodados em acolher uma original em nossa escola, e que desejem que alguma providência seja tomada, como por exemplo, verbena na bebida dos estudantes. Veja, sabe que confio a você minha vida, mas nesse caso, isso daria apenas uma segurança aos demais, que não te conhecem como eu. Nós dois sabemos que não é necessário, mas algumas ações evitam o medo e o pânico. Sinto muito por tal situação.

- Está tudo bem Dumbledore, eu entendo. Tenho mais de mil anos de experiência para saber que prevenção nunca é demais. Afinal, sou uma predadora não é mesmo? Eu ficaria surpresa se nenhuma providência fosse tomada. Desde que não coloquem na minha bebida, pode mandá-los preparar a verbena – Nick respondeu com seu aspecto de sempre, sem surpresa em sua expressão, apenas indiferença.

- Mikaelson quero que saiba que independente disso, nunca questionei sua honestidade, e defenderei você até que não me restem forças, lembre-se disso – falei em certo tom preocupação.

- Sei disso Alvo, e saiba que farei o mesmo por você. Está tudo bem, acho uma boa ideia, assim previne qualquer crise ou recaída – respondeu ela notando minha preocupação.

- Ótimo, então pedirei a Minerva para preparar. E mais uma coisa, sei que por conta do jogo esse final de semana você não foi ao vilarejo, então pode ir amanhã, se quiser.

- Certo, obrigada Alvo, e sim, não vou matar ninguém. Agora se me der licença, tenho assuntos para tratar, até o jantar – respondeu ela dando um sorrisinho e saiu da minha sala.

Conheço essa mulher a anos, e apesar de tentar esconder seus sentimentos e emoções, ainda os percebo em seus olhos, sei que ficou chateada, e não gosto nem um pouco de vê-la assim. Hogwarts é a casa de muitos alunos e professores, e como diretor meu dever é fazê-los se sentirem seguros e confortáveis, então não há muito que eu possa fazer.

Mais tarde desci para o jantar, Nick, que estava ao meu lado, comeu em silêncio e assim que terminou saiu com a mesma inexpressão de antes. Sei que ela é uma predadora, foi criada com magia negra, sendo assim parte dela também pende para o lado das trevas, como seus irmãos, mas ela é diferente. E como costumo dizer, são nossas escolhas, mais do que as nossas capacidades, que mostram quem realmente somos. Nick fez muitas escolhas erradas, mas tentou reparar todas elas, com um profundo arrependimento, e isso a torna um ser humano como todos nós.

Uma coisa é certa, todos temos medo do desconhecido, e por ser uma criatura desconhecida, as pessoas tem medo de se aproximar e saber a verdade por trás do mito, eu mesmo admito ter sentido isso no início, mas conforme a conheci e desvendei seus poderes e mistérios, descobri que é uma pessoa maravilhosa que tem medo de seus próprios sentimentos, e os esconde de todos. Tenho certeza de que um dia uma pessoa chegará em sua vida, sem temor nos olhos, querendo saber de todas as suas vidas passadas e vai fazer tudo isso mudar, e quem sabe esse acontecimento já esteja acontecendo aqui mesmo, em Hogwarts.

Black LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora