Capítulo 4

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Noah Urrea

-*Quando, Papai?*

Eu lhe lancei um olhar sério e ela entendeu.

Ela estava ficando preguiçosa e estava deixando de fazer tanto os movimentos de palavra com a boca, como as expressões faciais necessárias para que ela pudesse aprender mais ainda. E eu sabia que ela sabia disso.

-*Quando, Papai?*- ela repetiu, dessa vez movendo sua boca.

-*Muito bem, Princesa. Estou muito orgulhoso de você.* disse-lhe sorrindo.- *O Bailey e Kiara já estão vindo*-Ela assentiu com a cabeça e correu para o balanço.

Nós nos encontraríamos com Bailey e sua filha aqui no parque como sempre fazíamos toda manhã de Sábado.

E eu e Bailey estávamos necessitados de nossa sessão de fofoca masculina.

Bailey e eu nos conhecemos há alguns anos quando levávamos nossas meninas na mesma creche, e quando as duas fizeram amizade, nós fizemos também.

Ele é tão meu irmão como o Josh é, até mais pelo tanto que temos em comum. Não só com nossas filhas, mas estamos ambos na indústria musical também.

Eu como compositor, e ele como produtor e técnico. E na verdade a gente até trabalha junto em alguns projetos, por isso a gente se vê quase todo dia.

No entanto, trabalho dá trabalho, por isso nossos Sábados são importantes.

Ayla e Kiara brincam juntas, e eu e Bailey desabafamos.

Ele sabe da Any, claro, e ele sabe que eu vou tagarelar sobre ela hoje, e eu sei do problema dele.

Chama-se divórcio.

O Bailey está se divorciando de sua esposa, Taylor, e Deus sabe que ele precisa de todo o apoio possível.

Eu pude prever no momento em que eu conheci a Taylor.

Ela não é uma Dytto, mas não foge muito disso não. E eu previ isso. Vadia nojenta.

A Taylor quer que a Kiara faça todos os exames possíveis e imagináveis para ver se "dá um jeito na Kiara".

Me dá arrepios só de pensar na Taylor e na Dytto.

O Bailey pensa como eu sobre isso.

É claro que a gente já fez alguns testes, mas eu me recuso a deixar Ayla passar por procedimento atrás de procedimento.

Aqueles que cutucam, puxam e esticam pra no final ela se decepcionar quando não der em nada.

Eu quero que minha filha viva a infância dela sem ficar o tempo todo em consultórios.

E se um dia, quando ela crescer, e se a Ayla quiser passar por tudo isso, vai ser com plena consciência das consequências e ramificações.

Ayla e Kiara podem ter uma infância maravilhosa do jeito que são, mas se elas passarem por toda aquela putaria e não der certo, nunca mais vão poder ter sua infância de volta.

Se a Ayla e a Kiara decidirem que elas querem passar por isso quando forem mais velhas, e de fato funcionar, a infância delas ainda assim terá sido maravilhosa.

E há também o problema chamado esperança. Eu e Bailey sabemos que é possível ter esperança mesmo quando as chances são pequenas.

Mesmo se eles te dão um mísero por cento de chance de sucesso, como pai, você facilmente põe toda a sua esperança nesse um por cento.

E isso não é algo que você quer nem pra você nem pro seu filho.

Porra, eu tô saindo do assunto aqui.

It's a SignWhere stories live. Discover now