Capítulo 2

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Noah Urrea

Pra nossa sorte, Any estava sim interessada, e Sina mediou um encontro entre nós para que conversássemos sobre o emprego na semana seguinte.

Esse também foi o período de tempo que tive para me convencer que eu poderia olhar pra Any sem me sentir um pervertido.

É óbvio que eu sou um idiota, porque uma semana depois, quando eu abri a porta de casa pra ela, estava claro que eu não consegui me convencer.

Não, e ao invés disso, eu tinha notadamente suprimido a lembrança de sua aparência.

Deus tenha piedade, eu pensei quando olhei pra ela.

Era apenas quatro horas da tarde, então eu deduzi que ela tinha vindo direto depois da aula.

Uma aula de dança, sem dúvidas.

Calça de lycra preta apertada, rabo de cavalo, e uma camiseta escrito "Julliard". Ah, e uma bolsa de academia.

-"Any "-eu sorri. -"Bom ver você outra vez"- E como era...- 'Entra!"-.

Graças a Deus que resolvi usar calça jeans. Você sabe, mais resistente...

E também, ainda bem que não usei a minha camiseta velha surradinha da Julliard que gosto de pôr pra malhar.

Isso seria demais. Não, a preta que usei estava ótima.

-"Obrigada por aceitar me dar uma chance".- ela respondeu com um sorriso lindo. -"Eu devo dizer que fiquei surpresa quando a Sina mencionou o assunto comigo na academia".

-Ela não é de perder tempo.- Eu ri, e gesticulei para que fôssemos sentar na sala de estar.

"-Verdade"- ela disse assentindo com a cabeça. -"Uau, sua casa é linda", ela murmurou, e eu percebi seus olhos no pequeno piano de cauda que eu tenho num dos cantos.

É meu lar doce lar.

Para ser honesto, é sim um apartamento lindo. Graças à minha mãe e à Sina, claro. Eu não sou muito bom com decoração, mas elas obviamente são.

Quando nós nos mudamos, era um simples apartamento com quatro quartos, uma sala de estar, cozinha, dois banheiros e um corredor.

Mas quando minha mãe e Sina terminaram, eu pude me ver morando aqui pro resto da vida.

E a sala é sem dúvidas um dos meus cômodos favoritos. Com tons de bege, marrom e branco, a sala quadrada era aconchegante e tudo que eu sempre quis. E o sofá aveludado ajuda.

Deus sabe que odiaria morar num lugar desconfortável ou chique demais. E quando se tem crianças, você não quer algo que seja facilmente quebrável, ou perigoso.

Mas o meu favorito da sala era obviamente as janelas imensas. Morar no 15º andar me fornece uma vista incrível do parque, e é definitivamente um dos motivos que me fez querer o apartamento.

-"Obrigado", respondi educadamente.- "Que tal um tour antes de nós conversarmos?"

-"Ótimo. E onde está a Ayla?"

-"Ela vai jantar com os meus pais. Minha mãe toma conta dela algumas tardes da semana." -Eu expliquei.

-"E é por isso que você precisa de uma babá." Ela intui.

-"Exatamente." -Eu assenti com a cabeça.- "Isso, e também porque os próximos meses vão ser bem atrapalhados por causa do trabalho."

Já que a gente virou a esquerda saindo do corredor, eu continuei com ela saindo da sala e nomeando as portas enquanto passávamos por elas: "quarto de hóspedes", "banheiro", "minha sala de música", "meu quarto", pelo qual passamos brevemente, e daí parei em frente ao quarto da Ayla.

It's a SignWhere stories live. Discover now