Lua

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Interior da Bahia. Junho de 2020.

Bianca acordou sentindo sua cabeça latejar. Não bebeu ao ponto de convocar Jenyfer em sua melhor forma, porém, bebeu o suficiente para ter aquela famosa ressaquinha do dia seguinte.

Depois da conversa do banheiro, a carioca não demorou muito para ir embora. Infelizmente para ela, passou o resto da noite sozinha mesmo.

Até tentou flertar com Marcela, mas a mulher de cabelos rosas não estava na vibe, o que Bianca compreendia muito bem.

Bia sentou na cama e tentou montar em sua mente o quebra-cabeças da noite anterior. Automaticamente seus pensamentos foram para a conversa com Rafaella no banheiro.

"A loira do banheiro" - a empresária começou a rir sozinha. É, provavelmente ainda estava com resquícios de álcool.

Ela começou a lembrar das frases ditas, como "por que está aqui?", "te pago o dobro do que ele deu pra você ir embora", "o que ele mandou você fazer?", e nada daquilo fazia sentido.

Seu celular começou a tocar, e ela prontamente o atendeu. Patrick, o homem que estava resolvendo o assunto da casa, pediu que ela fosse até o imóvel encontrar ele naquela manhã.

Bia se arrumou e foi para o local onde estava servido o café da manhã. A carioca fez o prato e sentou com Mari, que estava de óculos escuros, concentrada no celular.

Bia: "E aí, tá viva, minha rosa?" - a baiana olhou para frente, vendo Bianca tomar café.

Mari: "Por que bebemos tanto em plena quinta-feira? Daqui a pouco tô eu podre de ressaca cantando ilariê com as crianças." - Bia gargalhou.

Bia: "Coisas da vida, né."

Mari: "Mas e aí, você se divertiu, amiga?"

Bia: "Demais, já amei vocês!" - Bia comeu um pedaço de bolo. "Mas vem cá, me responde uma coisa."

Mari: "Diga, meu anjo."

Bia: "Qual é a daquela Rafaella?"

Mari: "Kalimann?"

Bia: "Ué, sim, a única Rafaella daqui."

Mari: "Verdade, né?" - ela sorriu. "Ninguém sabe, amiga. Quer dizer, a Manu deve saber, mas só também."

Bia: "Ela só brotou aqui do nada?"

Mari: "Sim, que nem você. Mas ela chegou aqui sozinha tem mais ou menos um mês, só fez amizade com a Manu, fala comigo só de vez em quando, acho ela meio esquisita."

Bia: "Ela não é esquisita, ela é bem linda."

Mari: "Não tô falando de aparência, sapatão. De jeito mesmo."

Bia: "Ah, sim. E ela tipo, mudou real pra cá?"

Mari: "Não sei, mas acho que sim, já que até emprego ela arranjou né."

Bia: "Entendi." -a carioca ficou reflexiva.

Mari: "Só sei que ela corre na praia todo dia no pôr do sol, além de ir trabalhar a noite agora alguns dias né, são as únicas horas que ela sai daquela casa."

Bia: "Que estranho. Tem altas coisas pra explorar por aqui."

Mari: "Nem tantas, vai." - deu de ombros. "Agora me conta, por que não rolou você e a Marcela ontem? Tavam na maior conversinha, e ela me pediu seu número agorinha."

As mulheres ficaram ali batendo um papo por um tempo, até dar a hora de Bia ir encontrar Patrick.

Por fim, era apenas para dizer o que ele poderia ter dito ao telefone, que Rafa alugaria a casa por ter ligado primeiro.

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