Depois de trocar minha roupa de corrida, vou até meu quarto onde, atrás da cabeceira da cama está minha arma, uma Taurus 22 . Tento ligar novamente para Ana, ex mulher do meu falecido irmão, e o telefone ainda continua caindo na caixa postal. Saio do apartamento e desço as escadas, o mais rápido que posso, até o estacionamento no subsolo.
Preciso respirar fundo e manter o foco, tenho que descobrir onde Otávio está. Se eu o achar, encontro Ana e meu sobrinho. Abro a porta do meu carro e entro, giro a chave e coloco meu antigo endereço no GPS do celular.
Depois de uma viagem de 2 horas, e aqui estou eu, a velha cidade em que cresci. Já faz tempo desde que me mudei para a capital. É uma cidade pequena, em menos de 2 minutos você consegue atravessar o centro de carro. Faço a curva na primeira rua de pedra e estaciono o carro em frente a casa em que cresci e que agora é a casa onde meu sobrinho e mãe vivem.Eu paraliso com as mãos no volante, olhando para a porta da casa, as luzes da varanda estão apagadas e tudo em completo silêncio, por um segundo temo o que vou encontrar. Pego a arma no porta luvas e desço do carro.
Olho pela janela da frente e tudo está quieto, tento abrir a porta e está trancada.
-Ela saiu ontem com o Thiago - Ouço uma voz familiar gritar do outro lado da rua
me viro e vejo Pedro, um velho amigo, encostado em sua moto.
- Apenas os dois?
- Sim. Ela disse que ficaria uns dias fora e me pediu para olhar a casa pra ela. E que se você viesse aqui era para te entregar isso. - ele diz tirando um envelope do bolso.
Seguro o envelope e o encaro.
- Ela disse mais alguma coisa? Alguém diferente esteve aqui?
- Sim, um pouco antes deles saírem dois caras estiveram aqui, um deles era mais alto e com uma cicatriz no rosto e o outro era menor, mas tinha uma cara assustadora. Ela apenas me disse para olhar a casa e te entregar o envelope.
- Obrigada Pedro - Agradeço e volto para o meu carro
Abro o envelope, reconheço a caligrafia no papel, não era a letra de Ana era a de Otávio: "Uma volta no relógio".
Ligo o carro e volto para meu apartamento, preciso do meu notebook.
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Encoberto
AksiHelena Blanco ao chegar em seu apartamento, depois de uma corrida, encontra uma poça de sangue no meio da sala, algo que ela amava havia desaparecido. Agora ela tem apenas uma chance para recuperar o que é seu.