Você rebola bem

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Kagami ainda não estava entendendo nada, uma jovem pequena que era metade de seu corpo, estava a sua frente e deixara seu amigo azulado travado. Decidiu tomar a frente e perguntar logo de vez.

-Posso ajudar em alguma coisa? – Pulou de susto ao ouvir a voz de sua treinadora, Riko Ainda logo ao seu lado.

A menina ali parada encarou a treinadora e assentiu. De forma calma, ela caminhou na direção deles. Parando perto deles, mais a frente de Kuroko.

-Preciso conversar com Kuroko Tetsuya. – Ela olhava para ele com o mesmo olhar que ele. Era até meio sinistro, como se estivesse olhando no espelho.

-Certo, o resto de vocês entra, Kagami você também. – Kagami não queria ir, mas teria que obedecer a treinadora.

Assim que todos entraram, restando só os dois azulados. Kuroko não aguentou e abraçou fortemente o corpo pequeno e bem cuidado da jovem. A garota, o abraçou também de forma carinhosa e acariciou os fios azuis do outro.

-Também senti saudades. – Ela disse por ele, Kuroko respirou fundo e encarou ela.

-Como senti falta disso. – Como uma linha pequena, ela sorriu para ele. Seus pequeninos sorrisos sinceros.

-Mesmo que esteja longe, nunca sairei do seu lado. – Disse calmamente a ele tocando o peito do azulado que lhe sorriu.

Kuroko assentiu com a cabeça e saiu caminhando com a garota ao seu lado, tinham muito a conversar.

~~

Kagami saiu correndo do treino, precisava ir ao mercado comprar alimentos para deixar em casa, estava devendo essa ida ao mercado a bastante tempo, não dava mais para adiar.

No caminho, ele mandou mensagem para Kuroko, pois só viu o azulado no final do treino e nem pode trocar muitas palavras com o parceiro. Frustrado ele teve que esperar, e agora queria respostas.

Entrou no mercado, empurrando um carrinho e seguindo pelos corredores, pegando verduras, legumes, frutas, arroz, feijão, molho, massa, alguns macarrões instantâneos pois não era de ferro, pegou algumas besteiras, ao chegar na parte dos frios, pegou carnes e um refrigerante gelado. Abriu a porta para pegar o refrigerante, mas sua mão tocou outra, mais morena. Olhou para o lado e viu ele...

-Aomine? – O rapaz lhe encarou e depois de segurar o refrigerante, franziu as sobrancelhas.

-O que um cara como você faz no mercado? – Ele fez sua melhor cara de neutro e respondeu ao metido de pele morena.

-Comprando um refrigerante. – Pegou o outro refrigerante ao lado e fechou a porta.

Aomine franziu um pouco o cenho, o ruivo não chiou e nem brigou ou gritou. O que estava acontecendo? O mundo vai acabar?

-Hum. – Mas não perguntou. – Viu Tetsu hoje? Momoi quer convidá-lo para sair, mas ele não responde ela desde cedo.

Ele percebeu o incomodo do ruivo sobre o assunto e ficou ainda mais confuso, curioso e desconfiado.

-Ele... saiu com uma pessoa. – Notou que Kagami não entendia sobre e ligou os pontos.

-Ela era baixinha e despeitada? – Falou como se nada.

Kagami se indignou, como aquele cara podia pensar nisso?

-Era. – Mas mesmo assim evitou brigar.

-Ah. – Ficou irritado mesmo com isso. "Ah", só isso?!

Kagami bufou e saindo andando, empurrou o carrinho e deu as costas, precisava sair dali sua mente não estava legal com os pensamentos sobre o parceiro e a guria misteriosa, agora o coração vai ficar pior depois de ver Aomine Daiki.

-Ei, que tal uma partida de basquete? – Quase caiu ao ouvir o moreno ao seu lado.

-Agora? – Encarou já sentindo as energias voltando.

-É agora. – O ruivo avaliou meio desconfiado, mas precisava relaxar.

No fim, aceitou e depois de pagar as compras, caminharam até a quadra. Kagami entrou deixando a bolsa do lado do banco, tirou o casaco e pegou a bola. Já quicando no chão e respirando fundo

Aomine analisava aquele ruivo a sua frente, Kagami sentia-se intimidado com aquele olhar forte do moreno. Céus, já não bastava pensar quase 24 horas nele, tinha que o ver? Certo, precisava respirar fundo e concentrar-se no jogo.

No momento que virou o corpo, Aomine foi junto e Kagami voltou, precisava de uma abertura. Até lembrar-se de uma manobra, teria que tentar. Ele mexeu a bola da direita para a esquerda, usando as duas mãos. Ao fazer o passe, girou o quadril e conseguiu passar por Aomine, correndo e lançando uma cesta.

Aomine, parado e de cenho franzido, ainda encarava o nada. Piscou várias vezes os olhos. Que raios foi aquilo? Kagami rebolou o quadril?

-Aomine...? – O ruivo foi até o moreno que parecia uma estátua.

Levou um susto quando as mãos do moreno seguraram seus ombros. O olhava apavorado, aquele olhar de Aomine. Daiki estava praticamente tremendo.

-Kagami... – Seus pelos da nuca arrepiaram-se. – O que você fez?

Piscou os olhos, do que ele está falando?

-Fez...o que? – Levantou a sobrancelha indo para trás.

-Esse passe, como raios você fez isso? – Apontou para trás de si.

-Girando o quadril. – Aomine tinha um tique na sonbrancelha. – Sério, você 'ta começando a me assustar.

-Mostre. – Ficou confuso. – Mostre de novo.

Suspirou e jogou a cabeça para trás. O que diabos ele tinha de errado hoje? Aomine já era estranho com aquele jeito todo tosco de "O único que pode me derrotar sou eu mesmo". Agora ele estava mais estranho por agir como um cara normal.

-Ta bom. – Pegou a bola e voltou para a linha de ataque.

Quicou a bola e ficou olhando para frente, enquanto era observado de perto por Aomine. Aquilo era constrangedor. Foi para o lado e deu um passo a frente, movendo a bola para direita e depois esquerda, usando embalo das mãos. Girou o quadril e quando foi lançar a bola, Aomine estava a sua frente, grudado consigo. Paralisou arregalando oso olhos. Até cair no chão.

-Idiota! Não chegue perto desse jeito! – Aomine segurou a bola e encarou ela depois o ruivo.

-Você rebola bem. – Taiga gelou, para depois sentir o corpo pegando fogo, principalmente o rosto.

-D-Do que está falando? – Disse levantando-se irritado.

-Calma Taiga, não fica bravo. – Aomine tinha um sorriso no rosto e lançou a bola para o ruivo. – Vamos continuar essa dança.

E sentiu todo seu corpo se arrepiar com aquela frase. Céus, o que estava havendo com seu corpo? Respondia a tudo o que o moreno arrogante dizia agora?!

~~

Kuroko chegou em casa e fechou a porta depois de entrar. A jovem olhou ao redor e sorriu levemente, sentia saudades daquele lugar.

-Seja bem-vinda de volta, irmã. – Kuroko olhou para ela que assentiu com a cabeça.

-É bom estar de volta. – Ela respondeu tirando o casaco e entrando na sala.

Os dois foram cumprimentados pela mãe e o pai.

-Bem-vinda, Tetsuna. – A mãe com seu sorriso gentil lhe abraçou.

Kuroko Tetusya sentia no seu coração aquela alegria lhe invadir. Tinha sua irmã de volta, melhores amigos e um sorriso para mostrar.

Continua...

Treinadora de MilagresOnde histórias criam vida. Descubra agora