Runner ➳ Herman Tømmeraas

22

Faith

Estava aterrorizada.

Tinha acabado de passar pelo meu maior pesadelo. Por aquilo que menos queria.

Após a segunda discussão do dia com Noah, a mesma tornou-se agressiva o que o fez empurrar-me contra os cacifos. Acontecera há segundos.

Lágrimas invadiam o meu rosto, não esperava que ele fosse capaz de tal.

O Michael agarrou-o por trás, para que não causasse mais nenhum estrago. Já bastava ter batido com a cabeça nas pequenas portas.

Kristine, assustada também, segurou o meu braço para que não fizesse nada. Nem eu mesma conseguia fazer nada. Só chorava descontroladamente.

- Isto não acaba aqui, nem vai acabar bem! - ele levantou a voz, tentando soltar-se do Michael -

A Kristine abraçou-me de lado e murmurou para irmos á casa de banho. Acabei por a acompanhar.

O meu rosto estava molhado, preenchido de lágrimas incontroláveis. Estava desesperada.

O Noah estava consumido pela raiva devido ao jantar de sexta, e não vinha só daí. Hoje ele tinha chegado ao limite. Ele estava a ficar obcecado.

Dentro da casa de banho, a loira fechou a porta. Aproximou-se de mim, com uma olhar de preocupação.

- Tem calma, Faith. - ela deixou a mão no meu rosto, pegando depois numa das minhas mãos - Estás a tremer, queres que vá buscar água com açúcar? - neguei com a cabeça -

Levei as mãos ao rosto.

Ainda não estava em mim que o meu próprio namorado me tinha tocado.
Afinal, o respeito tinha mesmo acabado.

- Não achas melhor ires para casa? O Noah até ao fim do dia faz imensos estragos.

- Eu não posso ir para casa, a minha mãe está de folga...se ela me vê neste estado, eu não sei. - falei com dificuldade - Só posso pedir ao Herman para me vir buscar..mas não quero dar-lhe trabalho.

- De certeza que não dás, ele vai compreender. E ainda te ajuda. - fiquei a olhar para ela, sentindo ainda as lágrimas a deslizarem - Tenta falar com ele, não custa nada Faith.

Peguei no telemóvel.

Herman

Estás em casa?
Ou ocupado?
Preciso de ti urgente

Estou em casa
O que se passa?

Liga-me

Segundos depois, o meu ecrã fez aparecer o nome do rapaz. Não conseguia esconder a aflição que me encontrava, o que ia dificultar a chamada.

- Diz.

- Desculpa estar a incomodar-te, mas preciso que me faças um favor...

- Claro. Estás a chorar? O que é que se passou?

- Eu depois conto-te. Se não te importas, podes vir buscar-me á escola por favor? Não consigo estar mais aqui hoje.