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Faith

Marcava as nove e meia.

Esperavamos pela família fora do restaurante, para parecer bem. A mesa também já estava marcada.

Um carro acabou por parar á nossa frente. Do mesmo, só saiu o casal. Tanto a Runi como Bjørn aproximaram-se de nós.

Vinham com um ar bastante simpático. Ambos acabaram por nos cumprimentar com beijinhos e abraços. Eram pessoas super educadas e doces também.

- Os meus filhos estão um pouco atrasados, importam-se que entremos sem eles? - perguntou o Bjørn -

- Claro que não! - protestou o meu pai - Assim já vamos diretos para a mesa.
- o homem assentiu, concordando -

Ao entrarmos no restaurante, fiquei a observar o cenário. Era um espaço bem luxuoso e calmo também.

O balcão era todo chique e as roupas que os funcionários usavam, acentavam bastante bem.

Parecia mais um sonho que real.

Um dos funcionários aproximou-se de nós, com um ar sorridente. Apontou para a nossa mesa, a mesma que ficava um pouco no fundo visto que queríamos mais privacidade.

Os lugares começaram por ser organizados, deixando duas cadeiras livres á minha frente. Sim, á minha frente. Como era suposto controlar-me?

De frente, sentaram-se os dois homens, já ao meu lado ficou a minha mãe e a senhora Runi.

Aproveitei para ficar nas redes sociais, enquanto os irmãos não chegavam. Decidi ficar pelo Instagram.

Trocava mensagens com a Kristine, avisando a mesma que já estava no local. A rapariga não perdeu a oportunidade para gozar novamente.

Queria matá-la.

Sentia vontade de sorrir com as mensagens que recebia, mas não podia. Não queria ser chamada de maluca ou algo do género.

- Finalmente.

Ao ouvir a voz de Bjørn, olhei para si.

Os filhos já estavam perto da mesa, os mesmos que disseram um boa noite em conjunto. Ainda não estava em mim. Não queria acordar de todo.

Á minha frente sentou-se o Herman, ao lado o irmão, Teodor.

O rapaz acabou por me sorrir, o que me fez devolver um. Fiz o mesmo ao irmão e voltei a focar-me no telemóvel. Mais envergonhada não me podia sentir naquela altura.

Sentia as minhas bochechas quentes, e odiava ter essa sensação. Não queria demonstrar vergonha, mas tranquilidade. O que não estava a dar.

Costumava ver os diretos do Herman uma vez por semana. Ele era demasiado engraçado, não dava para acreditar que era o mesmo que estava sentado á minha frente.

Confesso que sentia uma pequena tensão na mesa, mas não era nada de mal, apenas por tudo ser novo.

Mal conseguia encará-los.

Runner ➳ Herman TømmeraasOnde histórias criam vida. Descubra agora