Vinte

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Vocês que lutem. Se não tiver pelo menos 10 comentários eu sumo.

Tô de TPM, meu drama tá no talo.

Boa leitura!

                     *           *          *

P.O.V. Narradora

Assim que ouviu os uivos, Talia virou para Camila.

- O que foi isso? - Camila pergunta. Talia não diz nada, algo dentro dela dizia que precisava ir até lá, e ela iria. - Onde está indo? - Camila pergunta ao ver a mulher começar a andar em direção a floresta.

- Ver quem está no meu território. - Sua voz era profunda. Pegou as chaves da moto e jogou perto de Camila, e então começou a correr mata a dentro.

Camila não tinha escutado o que Talia tinha dito, e mesmo assim não entenderia, ou fingiria que não. Pegou as chaves, montando na moto e indo atrás da parceira.

Talia seguia os sons e os resquícios de cheiro pela terra. Uma coisa ela sabia, não era apenas um. Seu instinto gritando para a transformação, mas não o faria, ainda. Procurou até perder o cheiro, estava tão focada em achar os outros lobos, que não percebeu Camila se aproximando.

Quando percebeu, já era tarde, Camila já tinha visto seus rosto bestial e suas garras. O choque que Camila sentiu não podia ser descrito.

Aos poucos, Talia voltou seus rosto a forma humana, a mesma encarava Camila, estava assustada.

- Camila, eu posso explicar.

- Eu sabia. - Fala sorrindo desacreditada. - Eu neguei por que era impossível, mas a prova estava na minha frente, e eu vi. - Seus olhos brilhavam com lágrimas que não caiam. - Eu vi, Talia.

Com isso, deu a volta com a moto e foi para longe.

                   *            *            *

P.O.V. Talia

Camila está com raiva e magoada comigo, não ouvia nada do que eu dizia. Assim que chego em casa vejo uma mochila no sofá e Camila estava no seu quarto.

- Aonde vai? - Pergunto assim que ela volta para sala.

- Pra outro lugar. - Diz.

- Camila, me desculpa não ter contado, devia ter te contando faz tempo, mas não consegui, me perdoa? - A faço parar e me olhar, mas ela não o faz.

- Eu preciso de tempo pra pensar. - Fala voltando a arrumar a mochila.

- Você vai embora mesmo? - Pergunto desacreditada.

- Sim, eu vou. E não vai me impedir. - Fala e me olha.

- Eu nunca te impedi de fazer nada, Camila. - Falo suspirando, cansada dessa situação. - Vamos conversar. - Peço.

- Eu não quero conversar com você, eu não quero falar com você, não agora. - Mas para o que está fazendo para me encarar e perguntar. - Por que não me contou?

- O que você queria? Eu te conheço a poucos meses, nunca tive um parceiro, e nunca tinha contado para ninguém. O que você achou que eu faria? Chegaria em você, e diria: "Sabe Camila, te conheço a alguns dias, queria te contar uma coisa, eu sou uma criatura sobrenatural, legal né?", claro que não! - Falo exaltada.

- Você viu que podia confiar em mim, já te provei isso, por que não me contou? - Grita.

- Por que eu não confio em ninguém! - Grito de volta. - Nem em mim mesma. Eu só levei facas do mundo. A única pessoa que eu confiava morreu na minha frente. E foi culpa minha. - Digo de uma vez. Lágrimas já saiam dos meus olhos. - Você não sabe o quão difícil é viver com isso. - Falo cansada. - O esforço que eu faço pra me controlar, se eu perder o controle, eu sei o que acontece e não quero que se repita. Caralho Camila, eu já pensei em acabar com isso de uma vez. - Falo tentado me controlar.

- Talia, eu não sabia. - Camila fala me olhando. Ela me olhava arrependida.

- Claro que não sabia. Por que eu não contei. - Enxugo os meus olhos e respiro fundo. - Sabe Camila, eu levo muito tempo para me acostumar com mudanças, e demoro a confiar em pessoas. Você tem razão, você mostrou que eu podia confiar em você, mas o problema não era você, era eu. Você confiava em mim, mas eu não confiava em você. Até aquela noite. - Ando em direção as escadas do meu quarto. - Se quiser ir pra outro lugar, pode ir. - Digo isso subindo para o meu quarto.

* * *

Não vi Camila pelo resto do dia, a noite sai para beber alguma coisa. Meu dia tinha sido horrível, por que não encher a cara? Péssima idéia eu diria.

Pego minha moto e vou para o bar mais próximo que vejo.

Como cheguei cedo no bar, não tinha muita gente, ainda por ser dia de semana. Horas se passaram, vi pessoas entrando e saindo daquele lugar. Depois de beber por horas, posso me considerar bêbada. Com a visão turva, paguei a conta, provavelmente á mais do que precisava, mas ninguém tinha me incomodado, então não faria mal.

Vou até a minha moto e subo, quase caindo dela, coloco o capacete. Eu tenho consciência que seria mais seguro chamar um táxi, ou até alguém que conheço, mas a pessoa que eu queria que me buscasse, não viria. Com Camila na cabeça, dou partida.

Em poucos minutos, percebo que um carro está me seguindo. Quando estava no bar, eu sentia vários olhares em mim, mas tinham alguns que não eram nada bons. Acelero a moto, fazendo com que o carro acelere também. Com isso a confirmação.

Logo a perseguição é levada a outro patamar, eles começaram a me encurralar no canto e me fechar. Até minha embriaguez tinha passado.

Tento despista-los, mas está sendo difícil, o carro deles é rápido e minha moto faz muito barulho.

Em uma curva, eles batem na traseira da moto, o choque pegou no pneu, fazendo com que ele parasse, causando uma freada brusca, assim eu voei da moto, que parou mais a frente de mim, que cai a alguns metros da batida. Antes de perder a consciência, consigo ver uma parte da placa do carro. Escuto o barulho de algumas pessoas saindo de suas casas, e apago.

* * *

Espero que tenha feito sentido essa parte da moto.

Bjs, Uma Lobinha.

The Wolf Among Us (Demi/You) (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora