Capitulo 15

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•Henry•

Antes que eu possa dizer algo, meu impulso fala mais alto, e eu acerto a cara de David em cheio. O que esse filha da puta tem na cabeça, em ter traído a Lívia?  Por isso que ela estava meio sumida na última semana, esse é o verdadeiro motivo. Agora entendi tudo.

Minha raiva está tão grande, que eu quero arrastar a cara desse merda no asfalto. Quero acabar com a raça dele por ter magoado a Liv, ele não a merece. Derrubo David no chão, mas ele consegue se recompor e começa a me socar também. Meu sangue está fervendo, eu só quero bater nele para acabar com a raiva que eu estou sentindo.
-"Isso é por você ter traído a Lívia, seu babaca"- digo enquanto me levanto e começo a socar mais David. -"Você é a porra de um merda! Uma merda que não merece o amor da Lívia. Na verdade, ela merece alguém melhor que você."- dou um chute em sua barriga. Lívia está gritando e pedindo desesperadamente para que eu pare de bater em David.
-"Por favor, Henry para! Não faz isso, já chega!"- Lívia grita, mas eu a ignoro, e continuo a dar chutes e socos no mesmo.

Depois de bater mais nele, sinto alguém me tocando e vejo que é a Livia me segurando.

-"Meu Deus... Henry, já chega porra! Você vai matar ele"- ela diz suspirando forte de nervoso.

Viro em direção a ela e a vejo se afastando e me olhando. Estou com a adrenalina a mil que não consigo ouvir mais nada, só observo o seu rosto mudando, suas sobrancelhas estão franzidas. Me viro de volta ao David e é nesse momento que levo um chute na minha barriga, me fazendo cair. Ele começa a me dá murros e sinto o sangue escorrendo pelo meu rosto. Não consigo me mexer e nem levantar do chão.
- "Vai se foder, seu merdinha"- ele diz e vejo a Livia gritando com ele.
- "Vai embora, agora!"- ela começa a ficar nervosa e empurra ele. Fico olhando com medo de ele fazer algo com ela -"Você já estragou demais minha vida, o mínimo que você pode fazer é ir embora e desaparecer!"
- "Eu queria uma chance, Livia"- ele diz se afastando dela e vejo suas lágrimas e ela o encara. Babaca.
- "A única chance que você tinha comigo, perdeu quando decidiu me trair"- ela diz e vejo sua fúria - "Agora me deixa em paz, senão vou chamar a polícia"- ela diz apontando para mim e ele só concorda e sai correndo.

Não consigo levantar direito, mas a Livia acaba me ajudando. Ela vem correndo e me faz apoiar todo o meu peso nela e entramos para dentro de casa. Vejo que está preocupada, mas não consegue falar nada, acho que está em choque.
- "Você tá bem?"- decido arriscar a pergunta, então ela olha pra mim.
- "Estou sim, só um pouco surpresa."- ela diz ainda meio assustada -"Eu que devia estar perguntando como você está, vou pegar um pano para levar as feridas, tá? Quiser eu te levo pro meu quarto"- ela completa e percebe o meu sorriso malicioso e já começa a sorrir.
-"Até machucado você consegue ser tarado?"
-"É meu j-jeito linda"- gemo com a dor que sinto em meu corpo.

Fica meio complicado o caminho para seu quarto pois tem uma escada, e cada passo que dou, é uma dor. Que porra. Se eu ver esse babaca na rua eu acabo com ele.

Quando chegamos ao seu quarto, percebo que é do jeito que imaginei. Ela me senta e vai buscar os remédios e um pano. Nisso começo a observar o seu quarto e o quanto ele é organizado. Sabia que aquela carinha era de uma pessoa perfeccionista. Deito e vejo que tem um controle para a luz em seu quarto. É led. Exatamente igual ao banheiro que nos encontramos na festa. Decido por vermelho e o clima fica mais agradável. Logo em seguida ela aparece com os remédios e me entrega, com uma cara preocupada.
- "Estranho. Minha mãe não está em casa e não sei onde ela estaria uma hora dessas"- ela diz dando um remédio e um copo com água pra mim.
- "O que tem? Deixa ela aproveitar à noite"- digo colocando o remédio na boca e vejo que dá um sorriso leve, forçado.
- "Eu não ligo, de verdade"- ela diz arrumando os remédios em sua bancada-"Só não vejo ela fazendo isso a anos. Nem amigas ela tem".
- "Tem algum motivo pra ela ser tão fechada?"- pergunto mas logo me arrependo pelo jeito que ela me olha.
- "Foi mal"
- "Não, está tudo bem"- ela me encara e se senta ao meu lado -"É um assunto delicado pra mim, prefiro não falar disso agora"
- "Então você quer falar sobre o quê?"- pergunto e ela começa a passar o pano em meu rosto.
-"Por que brigou com ele?"
-"Porque ele é um cuzão, e eu não tava mais suportando aquele discursinho de merda dele."- respiro fundo.

Do abismo à luzOnde histórias criam vida. Descubra agora