𝕱𝖎𝖗𝖘𝖙 𝕮𝖍𝖆𝖕𝖙𝖊𝖗

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Qualquer pessoa que estivesse andando por Nova York em primeiro de setembro de 1982 conseguiria ver o furacão esguio ruivo que andava a passos largos em meio a hogwarts street e, caso estivesse andando do lado esquerdo da avenida, também repararia no britânico de cabelos desgrenhados que corria na rua oposta a da outra jovem.

Mesmo dentro da semelhança entre todas as outras pessoas elegantes e ocupadas com seus próprios afazeres, eles conseguiam se fazer notáveis quando esbarravam em cada pessoa em seu caminho e proferiam centenas de palavrões sussurrados por minuto.

Ninguém os culparia se soubessem que toda a pressa não se tratava de chegar a tempo numa liquidação de uma loja cara ou ganhar alguns minutos numa reunião de negócios que já se estava atrasado, mas esse não era o caso. Então, a cada vez que jogavam alguém pro lado pra abrir caminho, recebiam todos os seus próprios xingamentos pro além de volta e ao menos se importavam em pedir desculpa de volta. Diferente disso, uma adolescente loira jurou ter sido mandada para o inferno pela outra mulher quando reclamou.

O comportamento grosseiro tinha justificativa já que o atraso era um caso de vida ou morte. Afinal, imagine o quão frustrante seria ter passado a vida inteira correndo atrás daquela oportunidade única que mudaria completamente a sua vida apenas pra não chegar a tempo no dia?

Lily Evans ainda se perguntava como diabos ela não tinha levantado no primeiro despertador naquela manhã, mesmo que a resposta não pudesse ser mais clara: era impossível quando ela conseguiu cair no sono apenas 3 horas antes dele tocar. Estava tão ansiosa e animada pra'quele dia que enquanto deveria estar dormindo, sua mente virou um turbilhão de questionamentos e aflições para a sua audição final no dia seguinte. Era sua única chance, e ela não aceitaria de forma alguma perdê-la apenas por causa de algumas madames ricas que não sabiam dar licença quando necessário.

Já James Potter não estava diferente. Seu nervosismo era tanto que mesmo acordando até mais cedo do que deveria, não conseguiu manter seu café-da-manhã dentro de si e achou que estivesse tudo perdido quando tudo começou a girar e girar. Sabia que era apenas reflexo da sua enorme ansiedade e que talvez se tivesse conseguido fazer sua mente parar de processar todas as formas possíveis que ele tinha de fazer aquilo dar errado, então poderia ter se arrumado tranquilamente e seguido até o teatro sem maiores complicações. Mas era tarde demais para ficar se lamentando pelo ocorrido, afinal como poderia chegar lá se não tivesse controlado sua crise nervosa antes? Aquele não era o melhor momento pra pensar no que poderia ter ocorrido horas antes, e sim encontrar soluções para conseguir chegar em 10 minutos numa distância de quilômetros.

Por sorte ou colaboração do universo, os dois encontraram a sua saída: o único táxi amarelo sem nenhum passageiro cujo os dois fizeram sinal para que parasse ao mesmo tempo.
A ruiva chegou a esboçar um sorriso de felicidade quando o viu parar e caminhou até lá, era como ter ganhado na loteria, ou melhor que isso. A única coisa que ela não contava era em ter que disputar o seu prêmio com um cara importuno e irritante que abria a porta oposta do carro.

— Uh, desculpa, mas esse táxi é meu. – James falou, forçando um sorriso e se preparando pra entrar.

— Não mesmo, eu o vi primeiro. – Lily reclamou por sua vez.

– E eu fiz o sinal primeiro. Deixaria você ficar com ele se não precisasse tanto, sério.

— Eu duvido que precise tanto quanto eu. – Ela bufou, com o rosto mais vermelho que o próprio cabelo mesmo por baixo de alguma maquiagem que ela conseguiu fazer em 5 minutos.

Mesmo na situação nada apropriada, Lily não pôde deixar de reparar no jeito que as palavras eram pronunciadas pelo seu atual obstáculo. Ele definitivamente não era um nascido americano, e toda aquela elegância em seu sotaque até seria capaz de fazê-la mudar de idéia se as circunstâncias fossem outras.

Grease: a jily auOnde histórias criam vida. Descubra agora