Jenny era uma garota doce, gentil e com uma conduta sem dúvidas impecável, tinha apenas 8 anos quando seu pai faleceu em um acidente grave de carro. Ela passou a morar com sua avó paterna, já que era a única família que lhe restava.
Após a morte de seu pai, a menina começou a se fechar para o mundo, sem soltar sequer um sorriso estreito, sem ao menos esbanjar a sua gentileza como antes. Cresceu em seu próprio mundo particular, pintava seus quadros no vazio do seu quarto, e não falava bem com sua avó.
Certa noite, quando tinha por volta de uns 16 anos, sua avó se aproximou enquanto ela lia, e tocou em seu ombro dizendo:
"Vai ficar tudo bem! Ele sempre estará com você, reze para ele todas as noites."
Ela não entendeu bem o que sua avó havia falado naquele momento, pensou que por sua idade, estaria gagá, falando coisas sem sentido, e então ignorou o ocorrido e voltou a ler o seu livro.
Naquela mesma noite, ela pensou no que a sua avó havia lhe dito, e pela primeira vez, rezou para o seu pai, na esperança de poder vê-lo novamente.
E enquanto seus olhos permaneciam fechados, e de sua boca saiam suas preces, ela ouviu a porta de seu quarto abrir de uma forma lenta e sorrateira, imediatamente virou-se, tomada pelo medo de alguém ter invadido a casa, já que sua avó não tinha o costume de entrar eu seu quarto, principalmente aquela hora da noite.
Enquanto ela tremia e sentia calafrios, olhou atentamente para a porta, em uma tentativa de ver o que havia alí. Era uma resta obscura, uma silhueta de um homem alto, pairando atrás daquela porta, o que fez com que o medo tomasse conta de todo o seu corpo.
Em um relance, seus olhos já não viam mais uma resta estranha, aquele homem não era mais um desconhecido, seu coração gelou assim que viu que ali na porta, estava seu pai, de pé, com um sorriso entre os lábios, olhando diretamente para ela.
Ela quis acreditar que era um milagre, que realmente ele estava alí e suas preces tinham funcionado. Ela correu para abraça-lo, percebeu que algo parecia diferente do habitual, mas ignorou por achar que estava estranhando pelo fato de que suas lembranças eram vagas, já que ele havia morrido quando ela ainda tinha 8 anos.
Quando abriu seus olhos, já era dia, a luz do sol iluminava todo o quarto, e o seu pai não estava mais ali. Jenny se levantou em um pulo eufórico, correu até a cozinha para contar do ocorrido da noite passada para a sua avó, chegou falando que tinha o visto, e que era um milagre, ele estava vivo.
Sua avó a olhou com um grande sorriso, por estar vendo a neta feliz novamente. Deu um beijo em sua testa, e não pareceu estranhar o seu relato.
Depois da primeira aparição, ela aguardava a vinda do seu pai todas as noites, ansiosa para contar-lhe sobre o seu dia, e suas conquistas, e após cada noite, seu pai parecia ainda mais irreconhecível, mas mesmo assim, Jenny ignorava suas desconfianças.
Noite após noite, todas as vezes em que ele aparecia, um cheiro podre, semelhante a presença da morte, rodeava o ambiente, como se algo morto estivesse naquele quarto.
Jenny sentia, chegava a passar mal, mas continuava ignorando o fato de que aquilo estaria relacionado ao seu pai. Após esses acontecimentos, umas três noites seguidas, ele não aparecia, ela o esperava na escuridão do seu quarto, mas ele nunca chegava. Ela começou a se desesperar, ter pesadelos horríveis, e gritar no meio da noite:
"Ele não está morto! Eu tenho certeza de que não está".
A menina rezava todas as noites, pedindo para que pudesse ver seu pai novamente, implorou para seja lá o que pudesse traze-lo de volta, atender ao seu pedido.
Depois de noites sem pregar os olhos, rezando para algo, por uma mínima resposta, ela ouviu passos sorrateiros, andando pelo seu quarto.
O mal cheiro voltou mais forte, e todo o ambiente parecia obscurecer ainda mais, mas tudo que ela queria, era vê-lo mais uma vez, só o que ela viu, foi uma sombra agachada ao lado de sua cama, olhando fixamente para ela, como algo que estivesse no aguardo para atacar, imediatamente ela tremeu, percebeu que o que estava alí, não era de modo algum o seu pai.
Jenny não se movia, o medo daquela coisa se aproximar ainda mais, era maior do que tudo naquele momento. Ela chorava e pedia para aquilo sair de lá, pedia para que tudo fosse apenas um pesadelo, mas tudo se tratava do resultado de suas orações.
A menina suava frio, e gritava, mas ninguém parecia ouvi -la naquele momento. Ela implorava para que aquilo fosse embora, até que aquela sombra que pairava pelo seu quarto falou com ela:
"Você rezou para mim, e aqui estou eu!:
A menina negava, falava que rezava para o homem que lhe havia aparecido outras noites em seu quarto, ela rezava para o seu pai, e aquela coisa nem de longe parecia com o mesmo. Então a criatura levantou-se, com o olhar fixo na garota e com uma voz sombria e fria, lhe disse:
"E aqui estou eu! Não me reconhece?! Agora eu sempre estarei do seu lado, minha garotinha."
Enquanto ele falava, ela reparava em sua aparência demoníaca, uma forma esguia e esquelética, com olhos profundos e avermelhados, e naquela noite ela sabia que havia cometido um grande erro...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Into In The Darkness°
Terror×''Apenas uma mistura de contos de terror autorais que faço para o entretenimento daqueles que gostam do gênero. × ¥Desejo-lhes bons sonhos... ^_^ *~°OBS: POSTAREI NOVOS CONTOS A QUALQUER MOMENTO...