Capítulo 12_Demônios e... Demônios... II

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     — Vamos logo! ESTAMOS LIVRES, LIVRES, LIVRES, LI-VRES!!! — Edie correu até a abertura na porta.

     — Grite mais alto e nossa liberdade já era! — Moly resmungou tapando os ouvidos.

     Uma a uma as garotas se espremeram para passar pela abertura na porta, tomando cuidado para não se arranharem nas dobradiças afiadas, logo todas estavam no corredor olhando de um lado para o outro frenéticas:

     — Perfeito... e agora pra que lado? — Lirahy sussurrou.

     — Descemos dois lances de escadas então temos que subir... por ali! — Edie apontou para o lado esquerdo do corredor, direção de onde elas possivelmente tinham vindo.

     As quatro começaram a correr, Edie mancava um pouco, mas a dor no pé não a impediu. Ao final do corredor avistaram a escadaria em caracol por onde tinham descido. Subiram furtivas e rápidas, as aberturas em arco da escada davam para outros corredores, iguais ao que elas estavam antes, mas não se atreveram a desviar do caminho e continuaram rumo ao alto.

    Finalmente elas chegaram no que parecia ser o térreo do lugar. O quarteto ficou escondido na escada enquanto Edie espiava o corredor largo e maior, não era um local parecido com a prisão, era bem mais arrumado, pintado, com tapeçarias, tapetes e vasos decorativos de aparência antiga, além de ser muito mais iluminado:

     — Nenhum sinal de guardas, vamos?! — As quatro saíram da escada e ficaram paradas no corredor sem saber muito bem para onde ir.

     Edie conseguiu ver a porta por onde elas tinham sido arrastadas e que dava para o pátio que continuava lotado de gente, os burburinhos de vozes grotescas ainda eram audíveis. Aquele corredor deveria compor um dos quatro lados da muralha:

     — Então? — Moly pôs os braços atrás das costas e analisou tudo ao seu redor. — Que lugarzinho chique...

     — Vamos ter que andar por esse corredor, está vazio, a maioria deles está do lado de fora... acho... — Edie olhou de uma a uma inquieta.

     — Certo — as garotas concordaram tensas.

     Elas seguiram pelo corredor, era bonito e bem decorado ao mesmo tempo em que espaçoso:

     — UaU! Que tapete macio!

     — Moly... fale mais baixo! — Lirahy sussurrou rápida.

     — Sim... é realmente macio. — Edie analisou o tapete fascinada, nunca tinha visto algo parecido.

     — Parem! — Kia estancou bruscamente.

     Edie e as outras imediatamente pararam. Kia apontou para o fim do corredor, duas sombras se aproximavam prontas para virar a esquina do lugar em que elas estavam. Edie se contorceu nervosa, ela olhou aflita para ambos os lados e viu uma porta logo à direita, entreaberta. Rapidamente ela empurrou as outras em direção da sala, assim que todas cruzaram a porta, Edie entrou e a fechou rapidamente, ofegando pesadamente ao encostar as costas contra ela.

     A sala era pequena, iluminada apenas por uma lâmpada amarelada e comum pendurada no teto. As paredes eram meio sujas e rachadas, de pintura clara, gasta e ressecada, uma mesa de madeira ocupava quase uma parede inteira, estava cheia de canecas de café em cima, um caneco de metal batido grande ainda estava cheio da bebida quente, o cheiro dele tomava a pequena sala. Na parede oposta, uma barra de ferro estava cheia de cabides com o que pareciam ser ternos pretos de diferentes tamanhos, alguns óculos e chapéus estavam jogados no chão em baixo das roupas, desorganizados.

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