As vezes nos sentimos perdidos na plataforma e na nossa escrita, sem ideia do que fazer ou pior, com ideias, mas também com mil e um receios sobre como colocar ela por aqui.
Esse não é um livro de "só a minha verdade é a que vale", é somente uma ini...
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Antes que me perguntem, isso não tem nada a ver com sua personagem existir aqui, no nosso mundo e sim com ela parecer existir.
Quando lemos, gostamos de dizer que fazemos isso pra fugir da realidade, mas até que ponto nós gostamos disso?
Um personagem real é aquele que tem personalidade própria, que tem princípios, metas e que, principalmente, erra.
Personagens perfeitinhos, se me permitem dizer, parecem tão sem sal... mas quando digo perfeitinhos não quero dizer aqueles personagens que realmente são bons e tudo mais, quero falar daqueles que nunca cometeram um erro na vida, que sabem de tudo, entende?
Aqueles que basicamente são o centro do universo e que não tem evolução, um demônio pra lidar, um erro pra corrigir.
Assim fica tudo meio monótono e parado, como se somente os personagens secundários e todo o resto fossem imperfeitos, como se a perfeição de fato existisse.
A coisa mais importante que eu já aprendi aqui durante o tempo que escrevo é que seus personagens são seus filhos, não adianta correr disso!
Eles têm vida própria, vontades, gostos, desejos, "ranços", sentimentos e o mais importante: eles precisam tomar duas próprias decisões.
Pode parecer loucura, mas tentem seguir minha linha de raciocínio: um personagem é CRIADO por você, VOCÊ dá vida a ele, o que é basicamente o papel de uma mãe.
Você vai moldar, escolher um nome e as características - essa parte parece um RPG ou novela interativa, né? -, mas é necessário deixá-lo viver e fazer escolhas.
Filhos brigam, esperneiam, erram pra caramba, se arrependem ou não, tentem, acertam e por aí vai, com um personagem tem que ser assim também e quando você se conectar verdadeiramente com a história vai ver isso.
Já me peguei várias vezes olhando para a tela sem entender o motivo de algum FILHO meu ter feito algo sendo que eu mesma escrevi, o espírito é esse, chega uma hora que nossas decisões a cerca dele são tomadas pelo próprio e nem percebemos.
Loucura, né?
Mas tudo isso é só pra dizer que você pode deixar tua cria errar, provavelmente os leitores vão te comer viva, mas também vão superar, porque errar é humano e, se mesmo assim não aceitarem isso, sinto em informar, mas o público que você tem não é um dos melhores...
Deixe teu protagonista sentir, experimentar coisas e situações novas, ele merece isso, assim como você e eu.
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