Rodrigo e Ana

Capítulo 10 DISPONÍVEL NA AMAZON

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A vida de Ana estava se trilhando para o caminho que ela sempre quis. Estava formada na faculdade, conseguido um emprego, mal remunerado, mas pelo menos era um emprego na área que ela queria e ainda estudava para se especializar em sua área de atuação: psicologia infantil. Trabalhava durante a semana e nas sextas à noite e sábados durante a manhã e tarde se dedicava aos estudos.

E claro, tinha um namorado que a apoiava em qualquer coisa que ela decidisse fazer.

Rodrigo voltou para sua casa e a sua rotina de trabalhar de casa, com as traduções dos contratos da empresa da família e seus estudos caseiros de línguas estrangeiras. No momento ele tentava aprender mandarim, mas estava tendo tanto êxito assim. Precisava de mais dedicação e talvez uma ajuda externa.

E quanto a ele e Ana.... Rodrigo nunca teve opção, a não ser de deixar o sentimento entre os dois fluir e ver no que daria. O resultado já aparecia de uma forma bem expressiva, ainda mais quando cada vez mais as coisas de Ana apareciam em seu apartamento. Iniciou com uma escova de dentes, que passou para algumas peças de roupas e agora apresentava uma boa quantidade de maquiagens, cremes e coisas que Rodrigo nem pensava em perguntar para não descobrir a resposta.

Ana estava se infiltrando de todos os lugares que Rodrigo ocupava, e ele estava gostando de como as coisas estavam andando. Tinham divergências, era claro! Que casal não tinha? Ainda mais por se tratar de duas pessoas tão diferentes como Ana e Rodrigo.

A principal dela era o fato de Ana continuar a relutância de que a situação era normal. Para Rodrigo não era nenhum pouco normal que Ana ainda ocultasse de sua mãe a sua existência. Todos os dias que passava em seu apartamento, dizia à mãe que estava em casa de amigas ou fazendo hora extra.

— Minha mãe é um pé no saco, Digo — ela falava enquanto se arrumava para trabalhar. — Não quero ela entre a gente.

— Mas não é certo, Ana. Ela é tua mãe e se preocupa contigo. Não acho justo ela não saber da gente por causa de quem eu sou.

— Não é isso.... É complicado. Te apresentei meu pai, não foi? E vocês se deram bem. Isso já é muita coisa. Vamos com calma e paciência para que ele prepare o campo para quando chegar a hora tudo ser menos traumático para ambas as partes. — Ana se aproximou de Rodrigo e o beijou, de leve, para não manchar o batom que estava passando. — Acredita em mim, meu amor.

E Rodrigo acreditou, mesmo achando muito errado. Sabia que não era o sonho de genro para nenhuma mãe, mas também não queria se sentir o segredinho sujo de Ana. Apesar da sensação ter sido bem apaziguada com a apresentação formal de Rodrigo ao pai de Ana.

Foi a coisa mais assustadora que Rodrigo já tinha passado em sua vida. E olha que ele já tinha passado por alguns bocados, mas ser apresentado ao pai de Ana se tornou o primeiro da lista. Talvez a segunda fosse perdê-la, mas ele esperava que aquele dia nunca chegasse ou que demorasse muitos anos ainda.

Ana estava radiante como uma luz, igual ao seu nome. E ao fazer as apresentações, enalteceu Rodrigo de uma forma que ele achou bem exagerada e quando a quis corrigir, foi repreendido por ela com veemência.

— É tudo isso, sim! Conhece mais outra pessoa que consegue falar tantas línguas ao mesmo tempo? Eu não conheço.

— E essa é a minha filha, Rodrigo. Como já deve ter percebido, ela não leva nenhum pouco a sério a opinião das pessoas.