Capítulo 2

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Oi, amores!

Vim com mais um capítulo, para vocês se situarem na história!

Espero que gostem...


ANTÔNIO

Sabia que, quando Laura voltasse à sala de espera do cartório, estaria acompanhada de Marina. Até então, achava que o dia que saí de casa havia sido o pior dia da minha vida, mas nada se comparava a estar sentado em uma cadeira dura aguardando para formalizar o fim do meu casamento.

Eu não era exatamente uma pessoa tradicional e, para ser sincero, não estranhei quando um amigo ou outro passou pela separação. Até achava que fosse algo normal e que qualquer pessoa enfrentaria em algum momento da sua vida.

Porém, a verdade é que nunca imaginei que aconteceria conosco.

O último ano do nosso casamento foi uma mistura de falta de tempo e indiferença. Sempre estávamos na empresa ou em compromissos corporativos. Éramos os primeiros a chegar e não tínhamos hora para voltar para casa.

Talvez em alguns momentos a gente tenha tentado. Uma escapulida no fim de semana para uma rápida viagem ou um jantarzinho à luz de velas em casa. Mas ficou claro que a nossa necessidade não eram um ou outro instante saindo da rotina. No meio do caminho nos magoamos e eu me perguntava quando foi que nos perdemos um do outro.

Depois de uma longa conversa, decidimos pela separação e por muitas vezes me perguntei se estava fazendo o certo, mas a verdade era que algo fora quebrado.

Ainda com a certeza de que Marina e eu não demos certo juntos e fracassamos no casamento, doía saber que o fim havia chegado. Era isso o que iríamos fazer: assinar o nosso fim.

Passei a noite em claro e, quando cansei de enrolar na cama, levantei-me e tomei um banho. Saí de casa muito mais cedo do horário combinado no cartório. Liguei para Laura e ela também estava nervosa.

Encontrei-a em uma cafeteria no centro da cidade. Laura levantou-se para me dar um beijo no rosto, mas o sorriso em seu rosto não era sincero. Ela e Marina se conheceram na infância e eram inseparáveis. Quando comecei a namorar com Nina, ela também se tornou uma das minhas melhores amigas e, inclusive, casou com meu primo André.

— Nunca imaginei estar nessa posição. — Laura tomou um gole da sua xícara de chá, evitando me encarar.

— Já te explicamos várias vezes que seria melhor ter uma pessoa próxima nos acompanhando. — Eu também não a encarava, brincando com um pão de queijo intocado sobre o prato.

— Eu sei, Ton. Mas é desconfortável — ela retrucou e eu não tinha mais o que comentar. Era sim, desconfortável. Para ela e para todos nós.

— Vai cuidar dela? — Perguntei minutos depois, quebrando o nosso silêncio.

— Óbvio que sim. Nem sei o que falar quando Nina chegar.

— Não vai falar nada. — Laura me olhou, confusa. — Para ela será como se estivesse em uma reunião de trabalho. Mas quando sair daqui, ela volta a ser a Nina de sempre e vai precisar de você. — Seria assim, sabia que seria.

— Vocês têm certeza? — Já havia perdido as contas de quantas vezes ouvi essa pergunta. Mas, ali, Laura me dava uma última oportunidade para repensar.

ꟷ É o melhor para nós dois.

Deu o assunto por encerrado e tentei voltar ao meu lanche.

Depois de muitos e longos minutos que se arrastaram enquanto esperávamos na área de espera do cartório, Laura disse que ia até a portaria do prédio.

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