Capítulo 6

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Quem sentiu saudade da nina??

Então vem acompanhar um pouquinho da história sob a visão dela!

Boa leitura!


MARINA

Aos meus pés estava a minha cidade preferida da vida — a linda Curitiba. Admirava a vista através da extensa janela. Foram inúmeras as vezes que pensei em repetir as aventuras da adolescência e passar uma longa temporada fora do país. Mas ficar longe da minha cidade natal era sempre um tormento e já não me achava com idade para ficar pulando de um canto para outro. A época de mochilões e intercâmbios pelo mundo havia passado.

Era tempo de colocar os dois pés no chão e viver a nova realidade.

Às três da tarde, o clima estava como eu gostava. Embora Curitiba fosse conhecida pelo clima frio, o que eu também apreciava, gostava mesmo era a mistura de dia ensolarado com um ventinho que tocava o rosto. O dia estava exatamente assim.

Uma batida na porta anunciou que eu tinha visita, a única que não era anunciada por minha secretária. Virei-me para receber Ricardo.

Caminhou até onde eu estava, elegante como sempre. Deixou um beijo em meu rosto e um abraço apertado.

— Senti sua falta — falei, com o rosto colado em seu peito.

— Eu também! — Afastou-me um pouco e beijou minha testa. Então reparei que carregava um embrulho em uma das mãos. — Para você.

— Hum, o que será? — Com um sorriso no rosto eu abri a caixa. — Chocolates? Sério? — Em diversos formatos e tamanhos, o cheiro denunciava o chocolate puro e fino. Para uma boa chocólatra, era o presente perfeito.

— Direto da Suíça! Para adoçar a vida da mulher mais doce que conheci. — Ele me puxou para outro abraço.

— Sabemos que não é bem assim. — Marina, doce, estava longe de ser verdade.

— Tem tempo para um café? — Ricardo acomodou-se em uma das poltronas.

— Tenho tempo para um jantar, aceita? — Ele me avaliou, intrigado. Eu não era a pessoa que oferecia qualquer programação que fosse, embora estivesse me esforçando para melhorar naquele quesito. — Marquei de encontrar Laura daqui a pouco. Ela também chegou de viagem — expliquei.

— Te pego às oito, doce Marina! — Ele levantou de um pulo e beijou as costas da minha mão, em um gesto galante, saindo em direção à porta.

— Mais uma dessa e vai comer pão com ovo, Ricardo.

Doce Marina! Somente ele para usar um apelido tão tosco e ainda assim continuar elegante e lindo. Mundo injusto.

Ricardo e eu éramos amigos de longa data. Conhecemo-nos na adolescência e, junto com Laura, fazíamos parte da mesma turma. No fim do colegial tivemos um namorico rápido, coisa de poucos meses. Mas preferimos a amizade.

Vivemos várias aventuras juntos, como o mochilão para a Europa e um intercâmbio nos Estados Unidos. Laura, Ricardo e eu já fomos inseparáveis.

Contudo, a vida foi seguindo, começamos a namorar outras pessoas e os três casaram-se. Ricardo e eu não tivemos a mesma sorte de Laura, que mantinha um casamento verdadeiro e feliz com André. Ele estava viúvo havia quatro anos e eu divorciada.

Às quatro horas da tarde, cheguei à cafeteria onde havia marcado com Laura. Minha amiga passou os últimos quinze dias viajando com André, em comemoração ao aniversário de casamento. Eu tinha arrepios só por imaginar que meus receios iam se concretizar naquele encontro.

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