boa leitura!
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Os pôsteres ao redor do quarto continuavam no mesmo lugar, então era claro que Brian Johnson continuava a me olhar como se tudo fosse ridículo. E era, simples e extremamente ridículo.
— Ei, Jimin! Onde você tá indo? Nós não terminamos. — exclamou Taeyong, vendo meu corpo se levantar e por a camisa de volta. O garoto apontou para sua virilha, onde o pau armava uma barraca em sua calça.
Revirei os olhos, pensando em como algum dia pude me dispor a fazer isso.
— Tae, não é por mal, você é um garoto tão... Educado. — falei, pegando minha bolsa. Havíamos nos encontrado e eu pensei que seria uma boa ideia aceitar novamente seu convite para ir até sua casa. Agora, sentia vontade de rir. — Mas, cara, vê se cresce. — apontei para a almofada do Ben 10 em cima da cama.
Sem querer escutar sua resposta, muito menos olhar em seu rosto, apenas me virei e saí pela porta da frente. Pude finalmente respirar o ar puro com alívio, em seguida pegando meu celular e discando o número que sempre ficava no topo do meu histórico de chamadas.
— Alô-
— Isso é ridículo, Taehyung! — verbalizei meus pensamentos. — Faz três semanas que eu não consigo foder com ninguém, sabe o que é isso? Quase um mês!
— Ok. E isso é preocupante porque...?
— Eu não vou responder isso. — balancei a cabeça, mostrando para o vento a minha negação. — É só que... — suspirei pesado, parando de caminhar e olhando para o céu, que já escurecia gradualmente. — É tão estranho.
— Jimin, fala sério. Você só não quer me contar pra não admitir a si mesmo. — eu quase podia ouvir meu amigo revirar os olhos. — Mesmo que eu já imagine o que seja.
— Falou certo, tá na sua imaginação mesmo.
Virei a esquina, vendo logo em minha frente uma cafeteria muito conhecida nas redondezas, o que não captaria nada minha atenção se não fosse as duas pessoas que estavam se dirigindo para dentro dela. Jeon Jungkook e... um cara.
— O que te faça dormir a noite.
Observei o moreno abrir a porta do estabelecimento para o acompanhante entrar, sorrindo gentil como eu sabia que ele era. Um líquido, quase como um ácido, começou a ferver bem na boca do meu estômago.
— Mas só por curiosidade... O que sua imaginação pensa? — perguntei para Taehyung, que ainda se mantinha no celular.
— Que você foi fisgado, amigão. — sua voz saiu intimidadora. Ou talvez tenha sido só minha mente detectando uma ameaça.
Bufei, ouvindo sua risada logo em seguida. — Preciso desligar.
Antes mesmo de ouvir uma resposta desliguei o aparelho, logo em seguida deixando que minhas pernas me guiassem para onde quisessem ir. Onde poderia ser minha casa, a de Taehyung ou até mesmo uma praça qualquer, mas era claro que não foi nenhuma dessas opções que elas escolheram. Quando dei por mim, já estava entrando na cafeteria.
Não sei o que eu planejava fazer ali. Não estava afim de café, muito menos de algum doce dali. Mesmo assim, meu corpo continuou a me guiar para dentro até me sentar em uma das mesas disponíveis. Mas que merda! Por que eu estava me deixando levar?
Deixei meu celular em mãos e varri meus olhos pelo local. Jungkook estava na fila para fazer o pedido, rindo de alguma coisa que o garoto bonito falava para ele. Senti meu rosto esquentar, minhas bochechas assando. Não sei se ele havia notado a cor vermelha delas, mas eu sabia que não era imaginação minha que seus olhos chegaram em mim. Imediatamente desviei o olhar, fixando na tela desligada do meu celular e praguejando por ter feito isso.