Capítulo 6

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Acordo com o sol da manhã me cegando.

O dia está lindo.

Arrumo a cama, escovo os dentes e desço.

-Bom dia tia! Digo feliz quando vejo ela na cozinha preparando o café.

-Bom dia Jack! Por que toda essa felicidade em? Pergunta ela curiosa.

-Nada tia, as vezes é bom sorrir sem motivo. Respondo.

-É verdade ela diz rindo.

Quando sentamos na mesa e começamos a tomar café a campainha toca.

-Quem será? Ela pergunta.

-Não sei tia, vou atender.

Quando abro me surpreendo. Lindsey está parada do lado de fora com um sorriso no rosto e uma torta na mão.

- Bom dia Jack. Ela diz.

- Bom dia Lindsey! Cada encontro estranho que nós temos não acha? Digo ao perceber que ainda estou de pijama.

-Esses são os melhores. Diz ela rindo.

-O que trouxe aí? Pergunto curioso.

-Uma torta de maçã. Especialidade da minha mãe, é para te dar as boas-vindas.

-Oh quanta gentileza. Entre por favor.

Lindsey entra.

-Olá senhorita Violet! Diz ela entusiasmada.

-Olá Lindsey! Como vai? Pergunta ela.

-Bem e você?

-Também. Vejo que já conheceu Jack.

-Ah, sim. Responde ela. Ele é um doce.

-Com certeza. Eu digo em tom brincalhão.

-Trouxe uma torta de maçã, para vocês.

-Que maravilha. Quando chegar comerei. Agora vou ter que sair para resolver algumas coisas.

-Ok. Eu e Lindsey respondemos ao mesmo tempo.

Ela ri.

-Até daqui a pouco. Fiquem à vontade. Ela diz piscando.

E então sai, nos deixando completamente sozinhos.

-E aí, o que você quer fazer? Eu pergunto.

-Conhecer seu quarto. Responde ela.

-Venha. Eu digo apontando para a escada.

Nós subimos e eu abro a porta deixando que ela entre primeiro.

-Ual! Ela diz.

-Foi a mesma reação que eu tive ao entrar aqui pela primeira vez. 

-E não é pra menos, é enorme!

-Sim.

Ela pula na minha cama e começa a rir, como se nos conhecêssemos à anos.

-Ora, você gosta de ler. Ela indaga.

-Sim. Clássicos sempre vão bem. Respondo.

-Concordo. Diz ela. Como vai a vida? Ela pergunta.

-Vai bem. Sempre na medida do possível claro. E a sua? Me conte mais sobre você.

-Bem, o que você quer saber? Pergunta ela. -Sobre sua família. Respondo curioso.

-Minha família é bem tradicional. Daquelas de filmes. Que aparenta ser perfeita sabe? Só que não é. Nenhuma é. Todos nós temos problemas. E eu perdi meu meu irmão a três anos e nenhum de nós superou até hoje. É difícil todos os dias ter que acordar e saber que terei que conviver com isso. Sempre tive o apoio dos meus pais, só que eles sofrem bem mais do que eu. Ela responde quase soltando uma lágrima.

-Aí meu Deus, desculpe eu sinto muito. Não deveria ter tocado no assunto. Digo me sentindo um completo idiota.

-Não é culpa sua. Ele morreu em um acidente de carro. Um bêbado bateu no carro dele e não teve chance, não teve volta.

-Nem tudo depende de nós. Eu digo sem perceber.

-É verdade. Ela responde pensativa.

E é aí que percebo que estamos muito perto um do outro. Eu consigo sentir o cheiro do seu perfume adocicado. Vejo seus olhos acompanhando atentos cada movimento meu. E nenhum de nós consegue dizer uma única palavra naquele momento. Ainda bem.

Eu beijo ela. Só que não é um beijo normal, eu sinto seus lábios tocarem os meus como em uma explosão. Eu percebo que amo ela. Nosso beijo dura por vários minutos. Porém eu desejava que nunca tivesse acabado.

-Desculpe. Não deveria ter feito isso. Digo.

Ela faz um sinal de silêncio com a boca e assim ficamos por um tempo. Sem falar nada. Só olhando um para o outro. Um momento simples, um momento inesquecível.

Nem tudo depende de nós.

Amores esquecidosOnde histórias criam vida. Descubra agora