Amores esquecidos

Capítulo 9

Hoje foi tudo perfeito. Estou animadíssimo com o que ouvi Lind falar. Na verdade não consegui cair na real até agora.

Quando cheguei em casa minha tia já estava lá. Perguntou onde eu estava, e contei tudo (Tirando a parte do que ouvi Lind e seus pais dizendo) porque não quero tirar conclusões precipitadas. Apesar de confiar muito na minha tia.

Subo e deito na cama. Percebo que estou exausto. Novamente mil pensamentos invadem minha mente e martelam minha cabeça. Só que desta vez está pior. O que está acontecendo? Penso em descer e avisar a Tia Violet. Meio sonolento acabo caindo no sono.

De repente estou em uma festa onde não reconheço ninguém. Estou sentado tomando refrigerante esperando a hora passar apreensivo. Não sei porque.

-Jack!

Uma mulher me chama. Ela não me estranha. Mesmo assim não reconheço muito bem.

Me vejo respondendo.

-Oi mãe, me assustou.

-Desculpe filho, mas está na hora do parabéns! Ela responde. Calma. Filho? Ela é minha mãe? Sim. Ela é minha mãe agora estou começando a lembrar.

De repente o cenário muda. Estou na minha casa. Dando tchau para os meus pais. Eu lembrei deles. Eles são meus pais mesmo. Isso está muito estranho. Agora estou na casa da minha namorada. Rose. Como não lembrei dela? Quando vi a foto depois do acidente me surpreendi com a beleza dela. Aqueles olhos, aquele cabelo.

Estou tão confuso. O que está acontecendo? Isso é um sonho?

Antes que eu perceba o cenário muda novamente. Agora estou voltando pra casa com o carro aparentemente atordoado com algo. Vejo apenas o carro capotar e do nada sem mais nem menos acaba. O que aconteceu depois? Fico tão curioso que abro os olhos em choque. Percebo que estou gritando igual um doido. Preciso saber o que aconteceu depois disso. Por que parou o sonho aí? Continuo gritando.

-Jack! Ouço minha tia correr perguntando o que está havendo.

Entro em choque e não consigo responder nada de imediato. Eu estou balançando o corpo sem parar. Estou chorando incontrolavelmente e as palavras simplesmente ficam presas na minha boca. Sem serem ditas. Sem serem explicadas.

-Jack, se acalme. O que aconteceu? Você sonhou? Pergunta minha tia visivelmente preocupada porém tentando mostrar firmeza.

Um longo silêncio.

-Vou te levar ao médico. Venha. Agora. Diz ela quase chorando.

Eu quero falar, mas não consigo.

Saímos e entramos no carro. Me assusto novamente lembrando do carro capotando. Minha cabeça começa a latejar.

-Calma Jack, entre. Diz ela.

-Não consigo entrar, sozinho não. Sussurro. Porque é verdade não vou conseguir ficar sozinho atrás e na frente só    irá me trazer recordações piores.

-Vou chamar Lind. Diz ela determinada.

Ela decidiu chamar ela assim. Coitada dela. Tudo culpa minha. Fico triste.

Mesmo assim deixo ela ir porque Lind me deixa seguro como ninguém.

Vejo minha tia tocando a campainha, contando e apontando para mim. Ela está de pijama. Mas não está nem aí. Saí correndo e me abraça.

-Entre no carro Jack. Vou junto com vocês.

Relaxo.

Lind vai conversando comigo para me distrair. Só que não adianta estou enlouquecendo de tantos pensamentos malucos ao mesmo tempo.

Chegamos no hospital e me encaminham direto para o quarto. Lind se senta na cadeira ao lado da minha cama e segura minha mão com delicadeza e firmeza ao mesmo tempo.

Começo a cair no sono novamente. Mais tudo isso não saí da minha cabeça. O que será de mim agora? Eu lembrei dos meus pais, da minha "Namorada" e não sei o que fazer. Só que sei que agora preciso descansar.

Nem tudo depende de nós.