Capítulo 18

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Hoje acordei tranquilo. Isso é estranho. Nunca esse fenômeno acontece, quase sempre acordo surpreso com um sonho ou pesadelo surreal e sombrio.
Fico deitado na cama por mais tempo que de costume. Me perguntando o quão insignificantes somos comparados ao universo, mas o quanto nos sentimos importantes em comparação à nada. Creio que esse é o grande defeito do ser humano. Se sentir superior aos outros, achar que fez aquele trabalho de história da sétima série melhor que seu colega, achar que por ser alguém famoso tem o direito de deixar pessoas tristes, e de achar que só existe ele em todo mundo. Sem se preocupar com vidas que poderá matar, sem se preocupar em destruir famílias e sem pensar nas consequências dos seus atos. Como aquele homem que me atropelou, estava bêbedo e fora de si. Mas teve plena consciência ao me deixar ali, sozinho, largado em cima do asfalto frio. Sem pensar no que aquilo me causaria, ou causaria para a minha família. Até que ponto vai o ser humano? Com seu egoísmo e falta de compaixão.
Mesmo após analisar tudo isso, percebo que não passo de um medíocre ser humano. Assim como o cara que me atropelou. Talvez não seja uma pessoa ruim pelo mesmo motivo que ele, mas sou por outros, assim como você que está lendo isso agora é uma pessoa ruim por um fator.
Não podemos fugir dos nossos problemas, das coisas que causamos para os outros, assim como o homem que causou meu acidente fez. Ele não reconheceu que errou. Mas e se eu não tivesse me acidentado? Será que reagiria da mesma forma ao descobrir sobre a suposta "traição" de Rose? E se eu não tivesse conhecido Lindsey? As vezes as coisas podem parecer ruins na hora que acontecem, mas depois se tornam experiências e temos que aprender com elas.
Descobri finalmente o sentido de "NEM TUDO DEPENDE DE NÓS".

Amores esquecidosOnde histórias criam vida. Descubra agora