Uma tarde calorosa

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Park Jimin era mais um adolescente tímido, desajeitado, que passava o tempo todo dentro de seu quarto jogando videogames e não gostava de sair de casa, era realmente difícil vê-lo contente por estar em qualquer lugar diferente e que o tirava de sua zona de conforto, e aquele dia não estava sendo diferente.

Estava em Daegu, passando alguns dias na casa de tios que ele não gostava, sentado em um sofá marrom da sala e procurando alguma coisa interessante na TV apenas para que o tempo passasse mais rápido, mas até o momento não encontrava nada que o agradasse. Era do tipo que podia facilmente ser julgado como chato e carrancudo, e era o que realmente conseguia ser na maior parte das vezes.

Enquanto ele continuava inutilmente a passar pelos canais, uma figura feminina de cabelos longos aparentando ser bem mais velha surgiu em uma entrada da sala e sorrindo atenciosamente, disse:

– Jiminie meu bem, você passou o dia todo na frente dessa televisão, não acha que é uma boa idéia sair um pouco?

Uma leve expressão de desconforto se fez na face do rapaz, mas ele logo a desfez e deu um sorriso com seus lábios fartos, tentando não demonstrar muita chateação e passar simpatia.

– Hmm, não mamãe, eu estou bem aqui.

– Tem certeza?

– Sim – ele aumentou o sorriso para passar certeza no que dizia.

A mulher olhou para o lado, depois tornou a direcionar os olhos no filho, e disse mais uma vez ainda com seu tom meigo e compreensivo.

– É que a sua prima gostaria de dar um passeio, e sua tia acharia bom que a acompanhasse.

Mais uma vez ele fez uma expressão de desconforto enquanto alguns passos eram ouvidos e uma menina de cabelos tingidos de loiro e rosto redondo apareceu por trás da mulher.

– Eu já disse para minha mãe que eu não preciso de ninguém pra me acompanhar tia – disse ela.

– Mas a sua mãe acha melhor que você vá acompanhada Rose, e bem, eu acho que seja bom que Jimin saia também.

A mais velha olhou novamente ao filho como quem está se esforçando ao máximo em um pedido, então o garoto se levantou, correu a mão pelos cabelos negros, desligou a TV e disse:

– Tudo bem, eu vou.

A mais velha sorriu para ele e a sobrinha, que pelo contrário fez uma grande cara de decepção, mas então andou até a porta acompanhada pelo primo e a abriu saindo para fora.

– Esperam que se divirtam! – disse a mulher em tom alto olhando os dois adolescentes se afastarem pela rua.

A tarde estava quente e com um ar até que bem agradável, mas ainda assim, ambos estavam seguindo calados e sem muita animação, Jimin apenas seguia Rose por não ser muito familiarizado com a cidade enquanto olhava o chão, quando então a prima disse a ele:

– Escute, só não me trate igual uma criança entendeu? Aceitei sair só porque a minha mãe não me deixaria ir sozinha mesmo, mas eu sei cuidar de mim mesma.

– Ah claro que sabe – disse Jimin sarcastimente.

– Tá duvidando é? – perguntou ela como se estivesse indignada.

– Quem? Eu? Mas é claro que não! Tipo, você tem quinze anos né? Óbvio que sabe cuidar de si mesma, me desculpe se deixei a impressão de ter duvidado de vossa capacidade oh! Rainha da independência, afinal de contas, você tem quinze anos!

– E daí? Você tem dezoito e sou eu quem estou guiando você pela cidade.

– Eu não moro aqui – riu ele, fazendo cara de óbvio.

O Garoto do Skate • kth + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora