Capítulo 1

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Seul, Coreia do Sul;
1 de abril de 2020.

A viagem no tempo tem sido perpetuamente estudada e perquirida já faz muitos anos, pelos cientistas e tantos outros estudiosos

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A viagem no tempo tem sido perpetuamente estudada e perquirida já faz muitos anos, pelos cientistas e tantos outros estudiosos. O ser humano sempre teve a curiosidade de saber como seria retroceder ao passado ou então conhecer o futuro, explorar as tão avançadas tecnologias que as pessoas tanto comentam no dia a dia — e que não são nenhuma mentira; o avanço da inteligência artificial, carros voadores, passeios para o Espaço e diversos. O mundo tem se tornado cada vez mais tecnológico e futurístico, afinal. Com a viagem no tempo — agora voltando à ideia do passado —, poder alterar alguns detalhes específicos, resultaria em grandes ajustes no futuro... Pelo menos é assim que muitas pessoas pensam. No entanto, há quem diga que não importa o detalhe; há sempre um jeito de quebrar a cara, na mesma intensidade ou ainda mais forte. Porém, mesmo com todas essas questões, o que Jimin mais ansiava agora, sem sombra de dúvidas, era poder voltar no tempo, de qualquer forma e sobre qualquer circunstância. Queria poder entrar numa máquina do tempo, como aquelas sempre idealizadas pelo cinema, e retornar ao Refúgio das Fadas, à sua casa, ou então apertar um simples e grande botão capaz de reiniciar o dia, a fim de que nada do que estava passando agora estivesse lhe acontecendo de fato. Entretanto, nada é tão fácil assim na vida; inclusive, na vida de uma fada.

Seu pequeno corpo de aproximadamente quinze centímetros de comprimento era carregado pelo vento forte de uma maneira brutal, e por ora já começava a chover em abundância sobre si e sobre todo o espaço desconhecido à sua volta; os pingos grossos de chuva agiam como grandes e pavorosas ondas ao se chocarem contra a fadinha. Suas asas coloridas e brilhantes começaram a ficar úmidas, absorvendo toda a água corrente que insistia em entrar em contato. Dessa forma, se tornaram cada vez mais pesadas; e o pozinho mágico, que antes repousava sobre toda a extensão do corpo de Jimin, também fora levado embora. E o citado, por tais motivos, perdia seu controle e, ademais, aquilo que lhe fazia voar com mais leveza e fluidez.

Incontáveis objetos voavam em direção ao delicado rosto e corpo de Jimin, ele que tentava desviar a todo custo. Eram folhas de todos os tipos; lascas de madeira; pequenas latinhas que, à visão da criatura mágica, eram enormes; insetos dos mais variados e tantas outras coisas que são até mesmo impossíveis de se conhecer o nome. A fadinha nem ao menos sabia onde estava agora, e esse era definitivamente o seu maior problema no momento. Lembrava-se apenas de estar voando alto, tão alto que nem enxergava o que vivia sob si; mas quem dera tivesse ouvido seus amigos, e em especial a sua rainha. O que mais ouvia daqueles que se preocupavam consigo quando ainda estava em casa, sempre sendo alertado, era algo como: "Não voe tão alto, não voe para longe", porém Jimin era uma fadinha um tanto quanto curiosa e ingênua, com uma pitadinha — ou um pote cheio, praticamente transbordando — de teimosia.

Chegou ao Refúgio das Fadas aos seus dezesseis aninhos de idade, como quase toda fada. Passou-se dois anos desde então, agora tendo dezoito, e ainda não havia aproveitado tudo o que lhe fora entregue, ainda não havia aproveitado o suficiente da Terra do Nunca, do Refúgio das Fadas; e como era uma fadinha exploradora e novata, também era um tanto quanto inocente em relação às suas questionantes escolhas. E, bem, essa sua escolha de explorar os largos céus, sem muita experiência ainda, havia sido, como podemos ver agora, uma péssima escolha.

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