Second Hour

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(TWENTY) FOUR HOURS

LE_WY

[...]

Quando saímos do campus, eu o guiei até um canto da universidade onde havia um jardim. Foi um pouco clichê da minha parte levar Taeyong para um lugar calmo e, de alguma forma, romântico. No entanto, eu precisava impressioná-lo; fazia parte das minhas estratégias improvisadas de conquista.

Estou nervoso, é incrível, pois sempre pensei que, quando me apaixonasse um dia, mesmo não achando algo necessário, seria por alguém muito especial. E eu não quero que Taeyong se apaixone por mim e isso o magoe depois, mesmo que ele já saiba sobre a aposta. Espero que ninguém saia machucado disso. Sinto que Taeyong é alguém que não merece qualquer tipo de engano da minha parte. Por isso fui sincero com ele e falei tudo desde o começo. Mas não tenho um plano concreto, então a probabilidade de tudo isso dar errado é muito grande.

Seguindo meus mapas mentais, decidi alguns passos. Na primeira e segunda hora, resolvi fazer um encanto e usar as armas mais eficientes de qualquer relação, seja amorosa, familiar ou de amizade: o ganho da confiança. Como estudante, consigo ver alguns sinais no mais velho. E cheguei à conclusão de que Taeyong é como uma matrioska.

Se olhar atentamente, algumas atitudes e formas de comunicação de Lee fazem perceber que a chave que poderia ligar o volt dele seria o diálogo. Agora, a razão disso seria o fato de ele sorrir com coisas bobas, como quando eu disse sobre a aposta, e também porque ele aceitou o desafio sem dizer muito. Isso prova que ele é extrovertido apenas com quem ele tem intimidade. E é aí que entra a parte que eu preciso conquistar: a simpatia dele por mim e a confiança ao ponto de contar um segredo.

Diferente do que eu pensava, Lee Taeyong não era antissocial, estranho ou um assassino. Na verdade, ele não tinha muito jeito para isso. Em menos de cinco minutos andando, ele ficou oitenta por cento em silêncio, quase totalmente monossilábico comigo. Mas não por que ele era do mal, por sua timidez talvez?

Agora, olhando de perto e estudando cada uma de suas ações, consegue perceber coisas incríveis, como quando ele mexeu no cabelo e uma tatuagem pequena de uma nota musical apareceu no canto esquerdo de sua nuca. Lee era um cara bonito, sexy e tímido com quase todo mundo. E não sabia, mas como futuro psicólogo, consigo perceber vários sinais de insegurança. Por isso, resolvi começar por um assunto sem cabimento para entender como sua cabeça funcionava.

— Então... — começo falando baixinho — Eu acho seu cabelo muito legal, mas é muito diferente, você mesmo que cortou ele? —Taeyong me olhou pelos cantos de seus olhos felinos e demorou cerca de quinze segundos para me responder uma simples pergunta.

— Meu cabelo está assim pelo mesmo motivo que você está falando comigo agora! — diz e ri virando a cabeça de lado. — Eu perdi uma aposta para o meu irmão mais novo, tive que deixar ele fazer isso e ficar sem cortar por seis meses.

— Oh, somos muito ruins em apostas! — Ele não era tão ruim, levando em conta que quando ele falava, um tom manhoso e rouco de voz saía de seus lábios. A forma fofa como ele parecia um filhote de bulldog, cara de mal e coração mole.

— Então, o que o Sr. Jung preparou para conquistar meu coração? — Taeyong me pergunta quando passamos por uma fonte de água. Infelizmente, não sei como responder, pois eu não possuo um plano decente dessa vez. É até irônico eu passar mais de trinta minutos no refeitório esperando as pessoas saírem e por todo esse tempo não conseguir pensar em nada.

Eu não acredito muito nessa coisa de se apaixonar como os livros de romance dizem. Para mim, o que ocorre é uma atração que pode ser momentânea, como ficar com alguém em uma balada, ou temporária, que pode durar meses ou anos. E pode ser que nem seja amor ou paixão. No entanto, eu preciso pensar como um psicólogo, um cientista, e até mesmo como um escritor de um livro romântico. Preciso pensar em algo que cative Lee e o faça gostar de mim de alguma maneira.

(Twenty) Four HoursOnde histórias criam vida. Descubra agora