(Twenty) Four Hours

Third Hour

Desde o início deste ano letivo, nunca imaginei que um dia deixaria meu cronômetro de lado apenas para ganhar uma aposta. Mas veja bem, ser um cara metódico faz com que eu pareça um pouco entediante (e talvez, mas só talvez eu concorde agora com Doyoung) e isso afasta ou deixa as pessoas com raiva de mim até não se importarem mais em tentar me fazer ser sociável. Nesse sentido, sempre procurei ser destaque por minhas conquistas facultativas com aquilo que todos odiavam. Minha organização.

Ser um cara que conseguia ser o melhor aluno e mais dedicado fazia muito bem para minha autoestima. No entanto, eu não conseguia chamar atenção sem ser um chato, nerd ou maluco. No fim, fiquei mal e então tudo o que fazia era estranho para todos.

Quando saímos da faculdade, já era quase a terceira hora e eu descobri mais um ponto sobre Lee Taeyong. Dentre todas as pessoas que eu conhecia (que não eram muitas), ele era o único que sabia respeitar meu jeito e regras. De alguma maneira, Taeyong não julgava minhas manias.

— Eu queria ser organizado nesse nível. Mas eu apenas tenho mania compulsiva de limpeza! — ele fala rindo enquanto pulava umas calçadas no caminho. Taeyong é adorável.

— Bom, eu gosto, mas as pessoas odeiam. — estávamos caminhando um ao lado do outro agora. — Eu acabo virando o cara chato e estranho que não vai para o rolê, não se veste na moda ou liga para outras coisas sem ser não deixar passar uma hora na biblioteca porque tem que ajudar a professora na reunião do conselho. No fim, eu gosto de não chamar atenção e ser o cara organizado. — faço biquinho — Tem seus pontos negativos e positivos — coloco as mãos no bolso enquanto caminho, mas percebo que Taeyong não me acompanhava, viro em sua direção. — O que houve?

— Nunca mais se rebaixe assim, Jung Jaehyun! — Taeyong exclama e eu percebo em seu tom de voz que ele falava sério.

— Estou apenas falando a verdade, Taeyong. — Digo para ele — Eu não sou um cara interessante... Não chamo atenção por ser quem sou, se não fosse essa aposta, não estaríamos conversando...

Não era como se eu estivesse me rebaixando, mas eram fatos reais. Era aquilo que eu via, e a verdade é que ninguém se interessaria por mim como eu sou.

— Ah Jaehyun... — Taeyong ri enquanto falava — Você chama mais atenção do que imagina... — passa por mim caminhando para a entrada da cafeteria.

— Como assim? — pergunto e ele apenas ri quando adentramos o local. Sentamos em cadeiras de frente uma para outra nas mesas disponíveis da cafeteria. Taeyong retirou a jaqueta jeans e a pôs no braço na cadeira branca, o observei atentamente, esperava uma resposta para aquilo que ele havia dito. Eu claramente não tinha entendido. — Você não me respondeu!

— Vamos pedir? Você deve estar faminto... — O Lee diz desconversando, suspiro um pouco desconfiado, vai ver o que ele falou foi da boca para fora. Dou de ombros e vejo uma garçonete se aproximar. Fizemos nossos pedidos.

Eu fico encantado com a maneira pela qual Lee Taeyong consegue me deixar pensativo e sem reação para algumas coisas. Não consigo lembrar uma vez na minha vida que tenha feito algo de improviso ou tenha saído no meio da aula por causa de uma coisa tão banal como uma aposta. E também vale lembrar que eu nunca fui de fazer uma aposta.

Fazer Taeyong se apaixonar por mim pode estar dando resultado, mas estou começando a ter incertezas. Tenho medo de que tudo isso acabe mal, pois não sei se Taeyong está mentindo para mim. Eu não sei se ele finge ou está sendo verdadeiro. A probabilidade de Lee Taeyong se apaixonar por mim em menos de quatro horas, levando em conta que eu só tenho uma hora e meia agora, é um pouco impossível. Eu tenho menos da metade de 100% para conseguir meu objetivo, mas o que faço agora?