11 ➫ planos para o futuro

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─ Bom dia, família desunida da porra! ─ Alessa chega falando alto no hall da Pousada de seu amigo que logo a avista e vem xingá-la, abraçando-a na primeira hora da manhã.

─ Sorte a sua que não tem ninguém em casa ─ ele fala divertido, fazendo-a rir.

─ O velho eu também não sei por onde anda, tá sumido tem dias já ─ fala de Tito, desvinculado a alça da sua bolsinha do próprio tronco e seguindo Vito andar a cima, numa pousada ao mesmo estilo do Raio de Sol, porém, menor. A casa da família era no seguno andar.

─ Ele deve estar tentando evitar o seu namorico com o loiro ─ fala, rindo como se aquilo não o atingisse.

Alessa franze o cenho, pedindo explicações ao segui-lo para seu quarto, nem lembra de todas as noites dormidas - ou não -, no mesmo lugar.

─ Do que você tá falando? ─ não é o que parece. Alessa não iria negar seu rolo com Bakugou, ela apenas queria saber como Vito sabe, afinal, tem grande diferença entre dizer-lhe que tiveram um beijo e dizer-lhe que estão namorando.

Abrindo a porta do seu quarto para ela, o loiro alto e magro, de fios lisos e cheio de luzes diz, com um sorriso frio no canto dos lábios:

─ Eu fui falar com você ontem ─ Alessa entra no quarto e não precisa pedir permissão para sentar-se na cama. ─ Vocês estavam no mar.

─ Ah ─ ela diz, apenas.

Vito também fica em silêncio. Não queria demonstrar nada estranho, nem deixar transparecer o seu incômodo, mas sua ex estava tão submersa na própria cabeça que ele duvidava muito que estivesse pensando no bem estar dele.

─ O que tá esperando? ─ pergunta Alessa. ─ Pega logo a coisa.

Ele ri.

Era assim, ela sempre o xingava e andava estressada, mas tinha um vocabulário estranho que o fazia rir.

─ Então tira essa bunda daí, eu escondi debaixo da cama ─ diz, empurrando-a levemente para o lado.

Vito ergue o colchão e tira uma lata de pelo menos 25cm de altura, até então lacrada, não fosse a fenda fina o suficiente para passar dinheiro.

Alessa abre sua bolsinha e tira uma espécie de canivete, firma a lata sobre o edredom da cama e rasga a cola posta por Vito, tirando a tampa e revelando um balde de dinheiro guardado durante os últimos anos.

Os euros caem como montantes de cachoeiras sobre a cama, e Alessa precisa da ajuda de Vito para não deixá-los cair.

─ Vamos lá? ─ pergunta pra ele que, um pouco aflito, assente, sentando-se de frente para ele e começam a contar.

Primeiro Vito e Alessa separam todas as notas, organizando-se pelo seu valor. Depois pegam um pedacinho de papel e uma caneta e começam, contam, contam, contam. Levam quase que toda a manhã e a tarde ali.

─ Trinta mil, seiscentos e dezessete com uns trocados ─ ele diz, exausto.

Alessa pega seu celular enquanto as embola por grupinhos e alcança para ele que abrindo o aplicativo, digita o valor e lhe diz quanto deu a conversão em dólar americano.

─ Trinta e seis mil ─ ele diz, vendo-a torcer o lábio pensativa.

─ E se fôssemos numa embaixada brasileira depois?

Vito faz a conversão e diz:

─ Equivale a 193 mil reais, e reconvertendo em dólares dá apenas mais uns trocados a mais. Daria tipo, uns $36,57.

─ Droga ─ Alessa resmunga, jogando-se na cama.

─ Alessa ─ ele chama, já em tom repreenssivo. Ela ergue os olhos e faz careta, aceitando o xingamento. ─ Vamos ficar apertados, mas dá.

Katsuki Bakugou ─ ExplosivoOnde histórias criam vida. Descubra agora