15 ➫ se cuide, otária

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O sol não estava forte o suficiente para impedi-los de deitar na areia. Bakugou ajeitou a toalha para dois debaixo dela, e em silêncio, eles deitaram um ao lado do outro. Sutilmente, Katsuki vira o rosto para ela, e ela, com o coração em frangalhos, vira o rosto para ele. Sob os ombros encostados um no outro, os dedos se entrelaçam, o movimento é quente e deixa Alessa sentir um excesso de suor na palma da mão explosiva.

─ Que hora é agora? ─ ele pergunta, mesmo que ela também estivesse sem relógio.

Alessa sabe reconhecer o horário pela posição do Sol, e quando um vento abafado sopra, ele ama a sensação de sentir a invidualidade dela afastar a brisa, o controle flui para a pele da mão dele também, e Bakugou pensou que aquele poderia ter sido o toque mais íntimo que ela lhe deu.

─ Perto das quinze... ─ sussurra, emocionada demais para desviar o olhar.

Bakugou se inclina minimamente, tocando o canto de seus olhos que se umideciam.

Ele não queria magoá-la, nem deixá-la confusa, achou que talvez pedir para Alessa ir com ele seria muita estupidez, um egoísmo sem tamanho. Ela desistiria da tal universidade por ele? E ele queria que ela fizesse isso? Ele iria gostar dela do mesmo jeito daqui um ano? - todas essas perguntas ele já havia se feito.

E a resposta da primeira é: sim. Por isso, ele jamais a pediria. Bakugou definitivamente não queria que ela desistisse de seus sonhos. "Eu iria gostaria dela do mesmo jeito daqui um ano?", ele ouve a questão ecoar novamente em sua cabeça, e a resposta pra essa questão é, agora, definitivamente sim.

─ Você me levaria ao cinema? ─ ele a olha quando Alessa pergunta. Mesmo que a questão tenha lhe aquecido o peito, Bakugou não sorri.

Lembra do jeito que ela briga com ele, e como o xinga de todos os palavrões possíveis. Cinema não seria o lugar ideal para levar uma garota como Alessa. Mas ele sente todas as vontades dela mescladas na pergunta, e aproximando-se um pouco mais, pergunta:

─ Por que não, otária?!

Alessa sorri.

E o gesto singelo acelera miseravelmente o coração dele.

─ O que mais você gostaria de fazer? ─ ela pergunta e Bakugou engole em seco. Estavam sem tempo. E já haviam combinado que não teriam um relacionamento assim se houvesse a oportunidade.

─ Acho que você iria gostar de ir lá em casa...

─ Tipo c-com se-us pais? ─ Alessa engasga, a pergunta gaguejada ecoa num grito, arranca um riso contido de Katsuki.

─ É ─ ele diz. ─ Meu pai iria se apaixonar por você...

─ Você acha? ─ pergunta, visivelmente embaraçada, as bochechas coradas pra caralho.

─ Claro ─ confirma. ─ A velha iria pegar um pouco no seu pé, e provavelmente me xingaria porque você a xingou, mas o idiota se amarraria...

─ Por que eu xingaria sua mãe, Bakugou? ─ pergunta um pouco ofendida, apertando inconscientemente seus dedos nos dele.

─ Acredite em mim, você não teria outra escolha senão xingar aquela megera ─ Alessa gargalha, e quando ouve aquele som, parece que o mundo dele pára.

─ Acho que eu te levaria pra uma colina ─ ela fala, sonhadora. ─ E te jogaria de lá ─ Alessa o olha de soslaio, contendo um riso para aguardar sua reação.

Bakugou estala a língua no céu da boca, irritado. O cenho franzido, deixava os olhos escarlates ainda mais penetrantes.

─ Você tá maldosa, italiana de merda ─ xinga, não resistindo ao toque estalado na testa dela.

Katsuki Bakugou ─ ExplosivoOnde histórias criam vida. Descubra agora