1. Another brick in the wall

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Louis POV – 2 de Setembro de 2010 (Manhã)


O último ano do ensino médio... meus 18 anos... eu pensava que isso nunca chegaria. O ensino médio tem sido por mais que divertido, muito exaustaste. Eu nunca quis ser o mais popular, mas isso acabou chegando sem eu nem perceber, talvez todas as festas que eu participava e o time de futebol da escola, do qual eu era capitão, tenham cooperado pra minha "fama". Eu sou o clássico clichê do ensino médio, e por mais que as pessoas pensem que eu gosto da atenção e da glória que me dão, eu não acho um mar de rosas. Ter sempre alguém que acompanha tudo que você faz pode ser exaustivo.

Eu sempre fui do tipo que fica bem sozinho, e que não precisa de ninguém pra se sentir completo. Sempre soube o que eu queria. Nunca fui dependente de muita gente e desde cedo soube me virar. E pra mim, era difícil pensar que uma pessoa poderia mudar o rumo de toda a minha vida, como alguns acham. Todos meus planos, meus valores, minhas vontades, meus pensamentos... podem mudar completamente, simplesmente por alguém? Nessa idade, todos pensam em encontrar alguém que as complete, mas sinceramente? Que se dane todo esse show. Isso nunca rolou pra mim. Eu sempre só precisei da minha mãe e das minhas irmãs.

É o primeiro dia do último ano. Depois de 4 anos no colegial, finalmente os dias de glória chegaram. Acordei de ressaca pela festa de despedida das férias de verão, mesmo que eu não tenha exagerado. Os meninos do time da escola sempre tiveram essa tradição, de se despedir das férias com uma boa festa. Levanto da minha cama, meio tonto. Pego alguma camiseta branca do uniforme que estava jogada por ali e a visto, colocando a calça surrada do mesmo junto. Escuto minhas irmãs fazendo barulho na cozinha e isso significava que eu já estava atrasado pra escola, como sempre. Mas o primeiro dia era sempre a mesma coisa, nada de interessante. Os calouros chegando no colegial todos animadinhos como se fosse a coisa mais legal do mundo... vai nessa. Me apresso e entro no banheiro do meu quarto e lavo o rosto, aproveitando pra passar a mão molhada no cabelo, para ajeitá-lo. Escovo os dentes e desço apressado, tropeçando em uma Barbie nua que estava no meio escada, abaixo e a pego, vendo que seu cabelo estava cortado.

- Sério, Lottie, você ainda brinca de Barbie? - Digo jogando a boneca pra minha irmã que amarrava seus tênis no sofá. - E ainda tirou a roupa e cortou o cabelo da coitada, isso aí é abuso, hein?

- Louis deixa sua irmã em paz! - minha mãe diz com um sorriso no rosto, gostando da minha brincadeira. - Venha comer, preparei panquecas.

- Bom dia, mãe - digo depositando um beijo em sua bochecha - não vai dar tempo de comer, to atrasado. Vou fazer trabalho depois da aula, chego pro jantar! - digo saindo pela porta dos fundos e mandando um beijo pra ela e pra minhas irmãs. - Amo vocês!

- Tchau querido, se cuida! - escuto ela dizer enquanto fecho a porta e entro no carro.

A escola não era longe de casa, praticamente no mesmo bairro. Eu tinha recentemente ganhado a confiança dos meus pais pra ir pra escola de carro, já que quando completei 16 anos e tentei a sorte, uma pedestre velhinha quase não sobreviveu pra contar história. Depois disso eu só andava de bicicleta, acompanhando meu amigo, todos os dias. Mas esse ano ele comprou uma moto, todo pomposo, e eu fiquei sobrando. Chegando na escola saio do carro depressa, e corro pra dentro em direção ao meu armário.

Enquanto eu o abria pra procurar meus livros, ainda tentando não ligar pra dor de cabeça que me incomodava, sinto alguém cutucar meu ombro e murmuro um "hum".

- Hey, Lou! - escuto uma voz aguda dizer e me viro.

Uma garota de cabelos escuros e olhos castanhos olhava pra mim com um sorriso no rosto. Ela era bonita, eu sabia que a conhecia mas não fazia ideia do seu nome.

Half the world AwayOnde histórias criam vida. Descubra agora