O encontro

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To jantando em casa e na TV passa qualquer coisa do Discovery ID, meu celular vibra e é o grupo dos moleques.

Vinicius Castro diz: Me recuso a ficar em casa sendo que o VR de todo mundo aqui já caiu. Vamo pro Ibotirama?
19:47

Caio Araújo diz: Demorô, chego umas 21h.
19:48

Você diz: Não tem como eu negar, tem? Onde você ta Vini?
19:48

Vinicius Castro diz: Saindo do trampo, vou tomar uma ducha e trombo você la, pode ser umas 21h mesmo.
19:49

Você diz: Fechou!19:49

Termino de comer, lavo a louça e vou direto pro banho, coloco meu uniforme de todos os dias calça jeans preta, camisa jeans, nike air de couro preto. Desodorante bom porque nunca se sabe onde esse role vai parar, ultima vez a gente foi pra balada e eu não lembro como cheguei em casa. Perfume, carteira, chave de casa, chiclete, isqueiro e cigarro. Acho que não esqueci nada.

Saio de casa 20:42h, vou a pé porque fica cerca de 10 minutos andando, no caminho já vejo muito fluxo, típico de sexta-feira na augusta. Chegando la encontro o Vini ja esperando usando uma das janelas como apoio pra cerveja.

Nos cumprimentamos com um aperto de mão e um abraço como sempre.

- E ai caraio, como é que cê ta? - diz o Vinicius ja com bafo de alcool.

- Caraio cuzão, tu ja começou sem a gente? - falo pedindo um copo pro garçon gestualmente.

Logo em seguida o Caio chega.

- Aeee porra até que enfim ceis arranjaram tempo pra ter uma noite dos brothers! - disse apertando nossos ombros - Opa campeão, traz outro copo pa nois?

A gente fica ali em pé trocando ideia sobre coisas de trabalho, vida, nova facul etc até que o Caio diz:

- Vamo pra Fun? Vi que a Renatinha marcou que vai hoje.

- Caralho Caio, ce ainda ta na dessa mina? - eu digo dando um trago no cigarro.

- Serio Caio, o que essa mina fez com você? - O Vini faz uma careta de incrédulo que quase me fez engasgar com a fumaça.

Nós três rimos.

- Serio, eu curto demais ela. E claro que eu dei maior brecha falando assim que a gente tinha terminado de transar que não queria nada serio.

- E porque você disse isso se não era verdade? - pergunto gesticulando com o copo.

- Eu acho que eu assustei com a química que a gente teve transando. Séloko nunca tive aquilo na minha vida. Fora que a gente já trocava ideia desde a época da facul, e ela sempre foi daora.

- Nosso menino ta apaixonado, é isso memo? - disse o Vini abrindo maior sorrisão.

A gente riu e deu uns tapinhas no ombro do Caio.

- É daora gostar de alguém Caio, da umas merdas vez ou outra mas vale a pena...eu aprendi muito na época da Ana. - eu disse com muita sinceridade.

- Não me arrependo nem um segundo do meu relacionamento com a Carol, também, Fê. A gente só terminou porque ela foi estudar fora. - disse o Vini sério e com um tom de melancolia. Ele ficou desolado quando a Carol foi embora, mas eu tenho certeza que eles ainda casam.

- Ta, chega desse assunto porra, quero ver a Renatinha. Vamo ou não vamo? - disse o Caio quebrando o clima de confidencias.

Vini estende a mão pro alto e pede a conta, a gente divide o valor, termina de tomar a cerveja, o role era 2 quadras da onde estávamos e fomos a pé fumando um cigarro.

- Merda, devia ter comprado mais um maço. Compro no posto depois. - disse colocando a mão no bolso e vendo os últimos 3 cigarros na caixinha.

Chegando la, pra minha surpresa eu vejo uma galera diferente e umas mulheres interessantes.
Entrando eu ouço The Strokes de fundo, fui direto pro andar de cima, onde ficava o banheiro masculino, muita cerveja atrapalha as vezes. Desço e vou direto pra pista encontrar meus meninos que já me aguardavam com uma bebida.

- Ja achou a Renatinha, Caio? - grito no ouvido dele por causa do som alto.

- Não, mas hoje o bagulho aqui ta bom - ele me responde rindo.

Foi ai que eu vi: cabelos pretos, uma mecha de cabelo loiro na lateral, piercing no nariz e no septo, batom vermelho. Ela tava acompanhada das amigas, claro.

De repente seus olhos pararam nos meus.

É ela.

Ela entrou na pista e ficou me olhando enquanto cantava, dançava e ria com as amigas. Seria um convite? Dou o ultimo gole na minha longneck enquanto vejo ela sair da pista com as amigas. Espero um tempo, chamos os meninos ou vou a procura delas no fumódromo.

- Preciso conversar com uma mina que ta la fora e ela ta com duas amigas, você sabem o que fazer. - eu disse dando risada.

Quando eu olho la fora eu consigo ver ela conversando com as amigas e quando me viu desviou o olhar rapidamente, provavelmente pra fazer algum comentário, e me encarou até que eu atravessasse o fumódromo até ela. Os olhos dela me intrigavam, eles me analisavam mas também me diziam sim.

- Tem isqueiro? - eu disse mesmo sabendo que eu tinha um no bolso de trás.

- Tenho sim, mas não vai roubar que eu só tenho esse... - ela tira um do sutiã e foi inevitável não olhar rapidamente pra baixo.

- Felipe, e você? - eu não consigo não olhar pra ela.

- Aline, prazer - ela diz tragando o cigarro com aquela boca linda em vermelho.

- E ai, vieram pra cá por algum motivo especial? - eu olho pra ela ja imaginando coisas.

- Na verdade é o nosso dia típico das meninas, que ao invés de rolar de sábado, ta rolando hoje - ela disse de uma forma cautelosa, ou ela estava analisando minha reação?

Levanto uma sobrancelha, porque parece que vou ter que estragar o dia das meninas e dos brothers pra aproveitar essa oportunidade.

- Isso quer dizer que meninos não são bem-vindos? - pergunto pra saber se ela esta disposta.

- Depende - ela diz se virando pra mim e apagando o cigarro no cinzeiro do meu lado - Quer mais um cigarro? - ela pergunta com os cigarros entre os dentes e ela nem imagina o quão sexy esta.

- Aceito, ou vão me tirar do fumódromo e ele acabou de ficar interessante - eu digo sorrindo porque ela acabou de me dar a resposta que eu queria.

- Hahaha, interessante? - ela disse acendendo outro cigarro.

E assim foi por horas, conversamos sobre viagem, sobre filmes... até que ela ficou com sede e entramos. Da pra imaginar que tava tocando The Offspring e ela fez um comentario sobre Tony Hawk?

Peguei na mão dela enquanto íamos pra pista e eu tava excitado com o espírito livre que ela emanava, não pensei duas vezes e beijei ela. Foi uma loucura, fiquei de pau duro na mesma hora, a boca dela era macia, delicada e ousada ao mesmo tempo. Quando vi, estávamos nos pegando realmente forte e eu passando a mão por debaixo de seu vestido. Ela tava tão molhada que eu não ia aguentar.

Beijando seu pescoço até seu ouvido eu perguntei - Vamos pra minha casa?

Ela nem falou nada, só me beijou e eu arrastei ela de la pra gente fechar a comanda e chamar um Uber pro endereço da nossa casa.

Paixão & LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora