Revelações

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Enquanto ele vai buscar o maço de cigarro eu levanto rápido tentando assimilar o que acabou de acontecer. Levanto e vou pra janela e fico olhando o movimento dos carros la embaixo pensando em como sair dessa situação ilesa.

Como eu vou dispensar esse gato do caralho? PIOR! Como eu vou falar pra ele que somos vizinhos sem parecer louca?

- Pensando no que? – a voz dele surge atrás de mim junto ao som de uma musica que eu conheço, mas em uma versão diferente. É 'Girassois de Van-Gogh' do Baco Exu do Blues versão acústica numa voz feminina.

- Nada, só to apreciando a vista – eu sinto ele bem perto, ele coloca o cigarro na minha boca. Essa música é uma indireta? – ele começa a passar a ponta dos dedos entre meus seios, desce pela barriga e chega até meu sexo. Eu arrepio. - O que você ta tentando fazer?  - eu falo baixinho pra não demonstrar o quanto eu to gostando e falho miseravelmente. Dou um trago no cigarro e fecho os olhos.

- Tentando fazer você ficar. – ele sussurra no meu ouvido, ainda brincando com meu clitóris com sua mão esquerda, sinto a mão direita dele descendo pelas minhas costas até ele penetrar dois dedos em mim. Eu estremeço.

- Ta funcionando – eu tiro a mão dele e vejo sua expressão confusa. – Preciso terminar o cigarro. – Ele sorri e tira o cigarro da minha mão.

- E ai, o que você faz? – Ele senta nu na ponta da cama e fica me olhando dos pés à cabeça com cara de segundas intenções. Ainda bem

- Eu trabalho em uma produtora de áudio, e você? – eu sento encostada na parede com as pernas esticadas e cruzadas.

- Sou fotógrafo publicitário, mas tenho projetos pessoais. – ele analisa minha expressão – Quer mais whisky?

- Não. – Ficamos nos olhando por um tempo que parecia uma eternidade, somente a som da música de fundo – eu me diverti muito essa noite.

- Ah não, você já ta começando o papo de quem quer ir embora, vou ser obrigado a apelar. – ele levanta uma sobrancelha com uma expressão de aviso e da umas risadas logo em seguida bebendo mais whisky.

Eu sinto minha bochecha queimar e eu desvio o olhar rapidamente.

- Não é isso...haha, eu realmente me diverti. – eu disse encarando o olhar dele e não contive em morder meu lábio.

Ele coloca o copo na mesa de canto e apoia os cotovelos nos joelhos e entrelaça os dedos me observando mais de perto.

- Você fala como se isso precisasse acabar agora, ainda ta cedo e eu to sem pressa nenhuma...inclusive, eu consigo imaginar muitas coisas que gostaria de fazer com você. – Ele diz isso e acende mais um cigarro encarando meus olhos.

Não contenho o sorriso e a música é quase que um convite. Eu engatinho pelo chão até ele, paro de joelhos em sua frente e pego o cigarro que esta na metade. Sento entre suas pernas, de costas pra ele.

Fala alguma coisa Aline! Fala logo...

- Eu não sei nem como isso aconteceu, ou como falar isso...você provavelmente ta acostumado a ter sexo casual tanto quanto eu, então eu acho que seria interessante a gente já deixar algumas coisas...

- Você ta falando demais. Talvez precise mais disso aqui – ele beija meu pescoço e me da o copo de whisky. Eu bebo e coloco sua mão entre minhas pernas. Eu to molhada e ele não fez nada. Ao perceber isso ele me levanta e me coloca em seu colo, me encara com desejo e começa a beijar meu seios. Eu manejo de ficar de frente pra ele e largar o copo, ele apoia os cotovelos na cama e eu vejo seu membro entre nós dois.

Eu saio de cima dele e me ajoelho na sua frente, coloco meu lábios ao redor dele e ele geme mais alto do que antes, eu olho pra cima e ele segura meu cabelo. Chupo ele com uma vontade que eu nunca tive na vida, ele puxa meu cabelo de acordo com o prazer que eu lhe dou, e eu passo a língua por todo seu membro o volto a colocar meus lábios ao redor de sua glande. Sinto o sangue pulsar deixando ele cada vez mais duro, depois de um tempo percebo que ele ta quase la e eu aumento a intensidade e ele goza na minha boca.

Eu cuspo no lixo do lado e ele ta estirado na cama, refém da sensação que eu acabei de proporcionar. Ele me olha e diz ofegante – Você é realmente muito interessante.

Eu deixo escapar uma risada e deito do lado dele, encostada no meu próprio cotovelo pra encarar seu rosto. Ele parece que ainda não voltou pra terra.

- Nós somos vizinhos. – Eu digo baixinho, com medo da reação dele, e vejo que ele suspira tentando controlar a respiração.

- Eu sei, mas isso não é um problema...não pra mim, pelo menos. – Ele fala calmo, mas sem tirar os olhos do teto.

ELE SABE? COMO ASSIM ELE SABE?

- Como assim você sabe? – eu solto num tom mais alto do que eu esperava e gostaria.

- Agora faz sentido – ele ri e deita virado pra mim. – Você não lembra MESMO de mim né...?

Eu fico olhando pra cara dele pra tentar lembrar de alguma coisa, mas eu não consigo. Meu coração acelera e minha mão começa a suar, estou tendo uma crise de ansiedade. Eu sento na beira da cama pra organizar as ideias e começo a fazer meu exercício de respiração.

- Aline? Ta tudo bem? – ele se senta do meu lado, colocando a mão no meu joelho. – Vou pegar um copo d'água.

Ele corre e me trás um copo d'água, eu quase não consigo pegar de tanta tremedeira. Bebo o copo inteiro e ele me ajuda a respirar. Quando finalmente meu corpo começa a responder, eu repondo.

-Eu não lembro...- eu falo confusa e com medo.

- Calma, foi a primeira vez que a gente transou, se esse é seu medo. A gente se encontrou umas duas vezes no corredor e 1 no elevador...em todas você estava no celular. Deve ser por isso que não se lembra. Eu não transo com mulheres bêbadas a ponto de não se lembrarem do que fizeram, pode ficar tranquila.

- Desculpa estragar a noite assim. Eu não costumo sair com vizinhos...ou colegas de trabalho. – Eu digo com os olhos perdidos e sacudindo a cabeça tentando pensar o quão ridícula eu devia estar parecendo.

- Ah... – ele fala com a voz claramente desanimada. – Quer tomar outro banho? Posso te fazer um café preto se quiser.

Ele levanta, coloca a cueca e desaparece nocorredor.

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