Desencontro

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----------------------------------------15 dias antes----------------------------------------

Almocei com as meninas no shopping, fomos até o mercado pra comprar bebida e amendoim pra fazer nossa tarde das meninas como sempre. Caminhamos até minha casa, chegando perto do portão meu celular toca, é o Matheus. O Matheus é meu colega de trabalho, sempre dá umas investidas, mas onde se tem o pão não se come a carne.

- Fala – eu atendo impaciente.

- Oi Line, deu problema na gravação, to mandando pra você aprovar. – ele falou cauteloso.

- Como assim mano? – eu falo entrando no elevador com o celular no ombro e segurando parte das compras com as meninas. Alguém entra logo em seguida – Qual o problema que deu? – eu digo olhando pro teto como se esperasse uma força divina resolver esse balde de água fria.

O elevador para e eu desço na frente correndo pra abrir a porta e ligar o notebook. Coloco a chave na fechadura e demoro uns 30s pra abrir a porta

- Line, foi a vinheta, corrompeu o áudio e já te enviei a correta. Só ouvir e aprovar.

- Ta, te ligo se der alguma merda. – falo bufando e entrando no apartamento. Desligo o celular, coloco as compras em cima da mesa, ligo meu notebook e jogo as chaves.

Minhas amigas entram logo em seguida no apartamento e me encaram.

- De novo? – pergunta a Camis fechando a porta?

Eu aceno com a cabeça e levanto pra pegar copos e as cervejas geladas. Sento de frente para o PC e nesse meio tempo a Dani pergunta:

-Quem é o vizinho novo? – pergunta a Dani tirando as coisas da sacola.

- Que vizinho? – continuo olhando pra tela do computador.

- O que acabou de pegar elevador com a gente? Não é possível que você não viu! Ele é seu número...e não parou de te olhar 1 min. – A Dani me olha surpresa.

- Não vi e não saio com vizinhos. Desculpa perfeita pra cuida da minha vida. – continuo concentrada procurando o e-mail. – Achei! Perai que eu vou ouvir essa caralha pra me livrar logo.

Escuto o áudio que o Matheus me mandou e respondo o email aprovando. Tiro os sapatos e me viro pras minhas amigas.

- Pronto, sou toda de vocês! – dou um sorriso sincero.

- Finalmente! – diz Camis colocando música na TV. – Porque você não deu pro Matheus mesmo? – ela me olha com cara de sacana.

- Gente não rola ficar com gente do trabalho, sempre da merda. – eu falo abrindo o amendoim de pimenta. – E ele só quer me comer pra ganhar status na empresa porque eu nunca peguei ninguém la.

- Aí é foda – disse a Camis – virar troféu de macho é osso. – Ela diz levantando a sobrancelha e olhando pro lado, como se quisesse esquecer o que já passou.

- A gente sempre vira troféu, a gente só escolhe como convém na verdade. No caso a Line não esta disposta a lidar com isso no trabalho, o que é bem justo pra dizer bem a verdade. – diz a Dani pegando um punhado de amendoim e bebendo um gole de cerveja.

- Exatamente. Mesma coisa com vizinhos. Sério, e se o cara vira um maníaco? Ele tem acesso a porta da minha casa. Não da. Depois do que eu sofri com o Henrique, eu tô traumatizada real. Moleque louco. – eu bebo um bom gole da cerveja pra tentar tirar aquelas memórias da minha cabeça.

Ficamos horas conversando, jogando, dormimos as 3 na minha cama, elas acordaram de manhã e deixaram café da manhã pronto na mesa com um bilhete escrito a mão da Camis.

Linda – inevitável não sorrir com um gesto desse.

Ela era um doce, a gente se conhecia há muitos anos e passamos por muitas coisas juntas, a Dani eu conheci na faculdade, ela era a única pessoa que eu realmente me apeguei daquele lugar, e foi inevitável apresentar uma pra outra porquê ambas viraram minhas confidentes na época que eu estava passando por poucas e boas com o Henrique.

Eu não consegui perceber quão tóxico ele era comigo e elas seguraram minha barra REAL.

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Finalmente chegou minhas compras pela internet e eu desço pra pegar. Vejo 3 meninas entrando pelo portão enquanto assino o recebimento na guarita, elas não conseguem me ver e eu aproveito pra olha-las com atenção.

A mais baixinha tem cerca de 1,60, quadris largos, pernas grossas, cabelo cacheados e pretos, olhos castanhos escuros, uma pele bem clara – seu eu pudesse chutar diria que ela é uma dançarina. As outras duas, um pouco mais altas que ela, são também extremamente atraentes – uma negra com tranças, olhos claros, não sei dizer a cor e pernas bem compridas o que deixa ela com uma postura linda; a outra com o cabelo bem preto, cabelo de lado mostrando uma mecha branca, piercings no nariz e no septo, deixando aparecer algumas de suas tatuagens, inclusive uma no quadril que vai até a coxa.

Fotografaria as três. De graça.
Mas a última menina me chamou mais atenção, talvez porque estava em uma conversa aparentemente intensa no telefone, ela irritada ficava sexy.

Me apresso pra pegar o mesmo elevador pra conseguir reparar nela um pouco mais de perto. Ela entra e quando a porta quase fecha eu entro logo em seguida. – Boa Tarde! - Ela não repara minha presença de costas pra saída do elevador e olhando pra cima discutindo algo no telefone enquanto suas amigas respondem educadamente.

Ela tem um corpo lindo, e não, ela não é aquela magrela padrão – tem curvas, alguns chamariam ela de gorda, inclusive. Os cursos de fotografia me fizeram enxergar mulheres diferentes do padrão de uma forma completamente diferente de quando eu era moleque. Benefícios de fazer publicidade, suponho.

Vejo que elas sai no meu andar com pressa, não presto muito atenção no que esta dizendo, só consigo analisar suas expressões e provavelmente suas amigas devem estar me achando um tarado.

Elas entram no apartamento e eu sigo pro meu sem dar uma palavra a mais.

Definitivamente me mudar foi uma ótima ideia. Depois da minha promoção na agência eu consegui me dedicar aos fins de semana à fotografia e aqui é perto de tudo, tem sido as melhores 2 semanas desde que eu e a Ana terminamos. Foi difícil me acostumar a estar solteiro, mas foi melhor assim – consegui me dedicar mais a mim mesmo. E agora eu to curtindo como nunca, acho que minha vida sexual nunca tinha sido tão ativa.

A vizinha me deixou intrigado, mas com certeza vamos ter outros encontros casuais no corredor...ou não.

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