26. AVAL

155 26 134
                                    


"Obrigada por hoje, Ceph", assim que o táxi parte após descermos na entrada da casa dos nossos avós, abraço o meu primo com todo o agradecimento que eu sinto

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

"Obrigada por hoje, Ceph", assim que o táxi parte após descermos na entrada da casa dos nossos avós, abraço o meu primo com todo o agradecimento que eu sinto.

"Sou ou não sou o seu primo favorito?", ele pergunta, quando nos afastamos.

"Não conte para a Cassiopeia", aviso.

"Pode deixar!".

Aproximo-me do portão e toco o interfone, acenando para a câmera. Quando o portão é destrancado, Cepheus e eu entramos lado a lado e ele me pergunta sobre o que Henry e eu fizemos.

"Prometo que conto tudo, se conseguirmos ficar sozinhos. A vovó não pode nem sonhar com isso".

Ceph parece contrariado, mas assente. Ele sabe tão bem quanto Cassie a respeito da fúria de Yan An ante ao meu romance proibido com Henry. E sabe tão bem quanto eu da importância de ser cautelosa, já que vive a sua própria dose de Romeu e Julieta com Ren.

"Só não me poupe de nenhum detalhe", é o que ele diz, abrindo a porta da casa para que entremos.

Dentro, o calor que nos recebe é bem-vindo. Apesar de toda a proteção que usei ao enfrentar o clima hostil de dezembro em Orion, mal sinto meus dedos dos pés e das mãos.

"Me dá o casaco", Cepheus estende uma mão para mim.

Retiro a peça e o entrego para que ele pendure junto ao seu e o de Cassie no porta-casacos próximo à porta. Depois, retiramos nossos calçados e saímos de meia em direção à sala, onde Yan An está sentada em sua poltrona típica, mas com o olhar estranhamente fixo na mesa de centro.

"Aconteceu alguma coisa, vovó?", Ceph pergunta, de repente preocupado.

Mas ela não o responde. Ao invés disso, diz:

"Pode me deixar sozinha com a Amelia, Cepheus? Nós duas precisamos ter uma conversa séria", o olhar que vovó me lança é semelhante ao de semanas atrás, de quando ela falou comigo no dia seguinte ao jantar no palácio, e isso é mais do que suficiente para que eu quase perca os sentidos, porque tenho certeza de que Yan An sabe. Como ela descobriu? Não tenho a menor ideia. Mas vovó sabe sobre Henry e eu.

"Preciso mesmo sair?", certamente, Cepheus também deve ter captado o mesmo que eu, pois fica tenso ao meu lado.

"Precisa", Yan An rebate. "Já fez mais do que devia por hoje. Apenas saia".

Cepheus ainda hesita, apesar da hostilidade perceptível no tom de voz de nossa avó. Por isso, mesmo temendo a ideia de ficar sozinha com ela, faço sinal para que ele se vá. Não quero que a coisa toda acabe respingando nele também.

"Você tem certeza?", seus lábios formam essa frase sem som.

Eu assinto.

Cepheus ainda lança um último olhar para a vovó, mas acata o nosso pedido e segue na direção da cozinha. Assim que fico só com Yan An, sinto falta do meu casaco. O calor que senti ao entrar em casa se foi, dissipado pelo olhar gelado que ela me lança ao me mostrar em seu celular fotos de Henry comigo, tiradas ainda essa noite.

SOBRE UM FALSO LORDE E A PRINCESA DE GELO [COMPLETO] Onde histórias criam vida. Descubra agora