O Galpão cap.3

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Judite:
Amanheceu e surpreendentemente haviam raios de sol que iluminavam o nosso quarto de forma muito agradável. Como um dia antes Gabriela e seus colegas de equipe haviam vencido um pequeno desafio, noite passada puderam dormir em outro quarto. Por isso as três camas vazias.

Tomamos café, fizemos mais alguns exercícios de cavação e almoçamos.

Nicolas:
Morgana, Claire, Janice e Francis tiveram que dar uma saída e para variar levaram as outras crianças e nos deixaram aqui, pelo mau desempenho nas atividades.

- Judite, o que você acha da gente sair um pouco para tomar um pouco de ar?

Judite:
- Eu acho uma ótima ideia Nick!

Peguei um lençol velho que estava no guarda-roupa do quarto e levei para que pudéssemos nos sentar na grama e ficar olhando as nuvens.
Chegando no pátio eu e Nick não queríamos nos sentar diante de vários buracos que haviam sido feitos ao longo do dia, então começamos a andar cada vez mais adiante dos muros do reformatório.

Quando chegamos ao que nos PARECIA ser a parte final no lote, nos deparamos com o que parecia ser pedaços de madeira cobrindo um rombo no muro.

- Nossa, será que há alguma coisa por trás dessas tábuas?

*vou em direção as tábuas enquanto peço para Nick me ajudar, após alguns minutos movendo pedaços de tronco e etc, conseguimos tirar tudo*

- E não é que tem mesmo. Vem comigo Nick - disse enquanto me espremia para passar por aquele pequeno buraco no muro.

Nick:
- Dá para o lado de fora da casa. Nada demais, vamos voltar antes que dê problema!

Judite:
- Dá numa floresta Nick, vamos, vai ser divertido.

Começamos a andar um pouco, mas não demorou muito até acharmos uma cabaninha. Qual parecia estar abandonada, mas só parecia.

Fomos nos aproximando devagar, até porquê não sabíamos se tinha alguém alí dentro, muito menos se essa pessoa era uma pessoa boa.

*empurro a porta enquanto ela solta um rangido extremamente fino e irritante*

Não havia ninguém, MAS haviam várias ferramentas sujas com uma substância que não sabíamos se era terra ou sangue.

Nick:
- Eu estou com medo, vamos voltar Judite!

Judite:
- Mas nós acabamos de achar esse lugar, vamos ficar mais um pouquinho.

Começamos a fuçar nas coisas, encontrei alguns cutelos e o que me pareciam ser pregos em uma gaveta meio aberta. Havia apenas UMA gaveta que estava totalmente fechada, e quando tentamos abrir vimos que estava trancada.
Fora isso era a única coisa dentro daquela casinha que não era feito de madeira, mas sim de ferro puro.

- Ok Nick vamos voltar.

Nick:
- FINALMENTE!

Voltamos para casa e por sorte ninguém havia chegado.

Max:
- Onde é que vocês se enfiaram?

Judite e Nick não dizem nada, questiono mais um pouco até que me contam o que estavam fazendo.

A Judite só pode ser louca mesmo, ela não sabe que o clima aqui nessa casa já não é dos melhores?
E se o Francis e os outros chegassem e eles não estivessem aqui? Eu nem poderia fazer nada, já que eles não me disseram nada quando saíram.

Eu realmente não quero que nada de ruim aconteça a ela e ao Nick. Os dois são o mais próximo que eu tenho de uma família agora, e por mais que eu os conheça a pouco tempo, já me apeguei a eles.

Judite:
- Nossa a Morgana ta demorando né?

Geralmente a essa hora a Morgana vinha nos chamar para tomar banho ou para comer, mas até o momento nada!

Janice:
- Pessoal a comida está na mesa, podem vir.

Suzy:
- Onde tá a Morgana? É ela que sempre chama a gente para fazer as coisas.

Janice:
- Pois agora a Morgana não pôde, e muito provavelmente essa não será a última vez que isso acontecerá! Se acostume.

Max:
Nossa é sério que eu to sentindo falta da Morgana? Me sentei a mesa e fiquei do início ao fim da janta esperando um dos comentários maldosos da Morgana sobre um de nós.

Não acredito que estou me acostumando até com a arrogância e ignorância da Morgana.

Francis:
- Bom crianças, boa noite. E lembrem-se, nada de ficar zanzando por aí a noite!

Crianças:
- Ok Francis!

Nicolas:
Me deitei e logo caí no sono, mas durante a noite acabei acordando por conta de alguns barulhos que vinham do corredor.

Mas o que será que é isso? Acho que vou me levantar e dar uma olhada.

Me levantei bem devagarinho enquanto pisava na ponta dos pés no chão. Estava me sentindo como um espião da URSS, abri só uma fresta da porta e coloquei meus olhos entre ela.

Uma mulher que estava derrubando todas as coisas na sala e gritando com o Francis. Não dava pra ver direito, não sabia se era uma das enfermeiras, mas me parecia ser Morgana.

Conseguia ver bem de relance seus cabelos vermelhos e curtos, e um pedaço de sua pele bronzeada.

Mas o que estava acontecendo alí? Foi quando ouvi alguém se aproximando do outro lado do corredor, voltei o mais rápido possível para cama e fingi estar dormindo.

Alguém entrou no quarto e começou a aconchegar as crianças e a dar beijos em suas testas.

O que foi isso? Quem era essa pessoa?
Talvez uma das outras enfermeiras?
Não sei.

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