A Praia cap.4

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Max:
Um novo dia começa, levantamos tomamos café e nos arrumamos. Sim, nós nos arrumamos para dar uma "voltinha".

Morgana pede para que fiquemos em fila indiana enquanto nos leva para o lado de fora da casa pelos portões da frente. Na verdade não demora nem um pouco até chegarmos a uma praia, nem sabia que estávamos em uma ilha.

Judite:
- Esse lugar parece ser tão romântico, não é mesmo Max?

*dou um sorriso para ele enquanto agarro um dos braços dele e escoro minha cabeça no ombro dele*

Morgana diz que podemos ficar um pouco alí, mas não tempo demais e que não podíamos entrar na água.

Eu e Max nos distanciamos um pouco dos outros e começamos a conversar sobre o quão estranho tudo aqui é.

Max:
- Muito estranho. Eles nunca haviam nos deixado sair antes, e agora simplesmente do nada eles me vêm com essa? Me poupe.

Judite:
- Talvez faça parte de alguma atividade que vamos fazer hoje, ou sei lá.

Max:
- Dúvido muito viu!

Morgana nos chama de volta para entrarmos, mas ao fazer a contagem ela percebe que está faltando alguém. Gabriela.

Gabriela havia simplesmente sumido! Ela não estava na praia, não estava dentro da casa e muito menos na floresta.

Morgana:
Por sorte Francis não está aqui, eu preciso pensar em alguma coisa urgente.

- Claire fique com eles, vou sair e já volto.

Volto a praia, no mesmo local onde havia levado as crianças e começo a chamar por Gabriela.

- GABRIELAAAA, GABRIELAAAAA. SE ISSO FOR UMA BRINCADEIRA, NÃO QUEIRA NEM SABER O QUE VAI ACONTECER QUANDO EU TE ACHAR.

E nada da menina voltar. Tudo que eu conseguia pensar é que quando o Francis voltasse ele iria me matar.

Mas que culpa eu tenho que a menina sumiu? Nenhuma culpa.

Judite:
Morgana fica uns 45 minutos fora, até que volta e sem notícias de Gabriela. Ela coloca a mesa e pede para que Sandro ( nosso cozinheiro ) sirva a comida, sendo que ainda nem eram 11:00.

Francis chega com várias sacolas, sacolas essas que estavam cheias de roupas, roupas essas que se variavam entre macacões nude e vestidos nude.

Francis:
- Agora a roupa de vocês é esta. Não quero ver vocês usando outras roupas que não sejam essas, então por favor peguem uma peça de roupa dessas, vão se trocar e tragam as roupas antigas para que eu possa queimá- las!

Nicolas:
Eu estava usando um casaco azul feito a mão pela minha mãe. Era uma das únicas coisas que haviam me restado da minha família.

Mas os próprios haviam me levado até aquele lugar horroroso, então talvez fosse mesmo melhor me livrar daquilo.

Todos nós fomos nos trocar, e me lembro de ver Suzy chorando muito pois aquele vestido que usava havia sido dado a ela em seu aniversário de 10 anos.

Do outro lado do quarto estava Tim e Lucas (que eram irmãos) e usavam pares de meia idênticos. Seu pai havia dado a eles em seus aniversários de 9 e 14 anos.

O fato que unia todos alí naquele quarto era de que todos nós tínhamos algo em nossos corpos para nos lembrar das pessoas que tinham nos jogado naquele lugar horrível.

Depois que vestimos as nossas roupas novas, peguei Sr. Fofo e dei a Francis para que ele queimasse-o junto com as roupas.

Francis:
- Pois bem, agora que já estão com as roupas adequadas vou apresentar a vocês o novo quarto no qual passarão o resto das noites.

Max:
Aquele velho nos levou a parte debaixo da casa, nunca havíamos ido até lá, seja com acompanhamento de algum dos adultos ou sozinhos. Havia um corredor enorme e bem no fundo, lá no final, uma porta.

Por trás dessa porta tinha um cômodo vazio, escuro e sem janelas. O cômodo fedia, era abafado e como eu disse, estava vazio. Ou seja, o velho estava nos tratando como animais.

Tudo o que ele tinha nos apresentado até o momento era mentira, e o pior de tudo foi que nossos pais acreditaram nessa mentira tanto quanto nós também acreditamos.

Judite:
- Você não pode fazer isso conosco. É DESUMANO!

Francis:
- CALA A BOCA! - grito enquanto dou um tapa na cara da garota.

- Eu faço o que eu bem entender com vocês. A partir do momento no qual eu PAGUEI por vocês, vocês se tornaram minha propriedade.

- Vocês acham mesmo que seus pais vão voltar algum dia? Vocês acham mesmo que vocês vão sair daqui algum dia? MUITO ENGANADOS ESTÃO!

- Vocês trabalham pra mim agora, vocês cozinham pra mim agora. Sem contar que também limpam.

Nicolas:
Isso não pode estar acontecendo, eu estou tendo um pesadelo.

Vamos cérebro eu quero acordar.

Francis:
- Se algum de vocês TENTAR fugir, eu irei matar um a um. Eu não preciso de pessoas que não me respeitam e se recusam a fazer o que eu mando.

- Se algum de vocês OUSAR alterar o tom de voz, gritar comigo ou bater de frente, eu irei TORTURAR um a um.

- Agora passem o resto do dia aí e descansem, pois amanhã será um dia cheio!

Nicolas:
- Max eu estou com medo, nós precisamos sair daqui.

Max:
- Você só pode estar louco né, você não ouviu o que o Francis disse? Ele vai nos matar se nós tentarmos.

Judite:
- Não se nós conseguirmos.

Max olha sério pra mim e diz que é melhor não tentar e aceitar o nosso destino. Tento convencer ele mas após inúmeras tentativas ele me convence do mesmo.

Nicolas:
O chão estava tão gelado e duro, o abafado de mais cedo havia se tornado em um frio congelante. Eu olhava ao meu redor e tudo o que eu via eram crianças praticamente nuas, encolhidas e deitadas no chão.

Aquela cena era horrível, nada do tipo nunca havia passado pela minha cabeça, muito menos que algo assim aconteceria comigo.

Eu tento dormir, mas eu só consigo sentir raiva dos meus pais. Meus próprios pais me levaram até um armadilha. Meus próprios pais estão fazendo com que o fruto da relação deles seja torturado.

Meus próprios pais estão matando o próprio filho aos poucos.

Francis AcademyOnde histórias criam vida. Descubra agora