Capítulo 24 - Duelo de Espadas

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Thomas Lancaster guiava a carruagem rumo aos pinheiros que tomavam o lugar das dunas arenosas de Agrabah

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Thomas Lancaster guiava a carruagem rumo aos pinheiros que tomavam o lugar das dunas arenosas de Agrabah. Algo em seu peito latejava, custara muito para que o arqueólogo encontrasse o relógio de ouro e agora ele havia ficado com a filha do Gênio da Lâmpada. Mal imaginava o rapaz, que a peça centenária encontrava-se no bolso de sua capa, que agora recobria a guardiã adormecida com a cabeça em seu colo e o corpo esticado pelo banco.

Na parte coberta, espalhado nos assentos traseiros, Ethan ressonava de leve, usando sua mochila como travesseiro, agarrando com dedos rígidos, a polaroid de Natasha, enquanto sonhava com suas madeixas ruivas sob a cidade francesa onde fora fazer faculdade. Já Cherrie ronronava e balançava os bigodes toda vez que Thomas perpassava por uma pedra na estrada de tijolos amarelos.

O arqueólogo segurava as rédeas de maneira firme, seguindo a sudoeste, com o intuito de esconderem-se em meio a floresta. Seu olhar alternava entre a bela guardiã adormecida e o caminho que serpenteava a sua frente. Ela parecia exausta, e não era uma surpresa, sua vida havia virado de ponta cabeça, de forma surpreendente, e mesmo assim, ao que tudo indicava, Violet estava longe de desistir. Pelo contrário, a fala de Kira lhe dera esperança. Para a fada isso bastava.

Thomas Lancaster mirava os cabelos bagunçados da garota, emaranhados nos ramos de hortência que adornavam os fios. Passara tanto tempo admirando sua versão em estátua, que tê-la tão perto, com a pele quente, sem a textura fria e áspera do mármore, as madeixas movendo-se ao vento e os lábios rosados, parecia o mais belo dos sonhos. Entretanto, não era apenas o rapaz que divagava, pois, mesmo com a notícia da morte de Merlin, Violet tivera o privilégio de ter um sonho bom. Parecia esboçar até mesmo, um leve sorriso.

Talvez, ter adentrado em seu próprio mundo, mesmo que por meio do sono, fosse o escape momentâneo de que a fada precisava. Por um instante, ela remexe-se em seu colo, fazendo com que o jovem passasse a rédea apenas para a mão esquerda e acaricia-se a testa da garota.

Em um movimento involuntário devido ao sono, Violet puxa o braço do arqueólogo para perto, dificultando que guiasse a carruagem, mas ele não se importa. A guardiã parecia balbuciar algo. Ela está tentando falar meu nome? Indagou-se o rapaz com os olhos brilhando pela esperança ao vê-la aconchegada em seu braço.

- Oliver – chama a menina ainda sorrindo pelo sonho que tentava lhe consolar.

A feição de Thomas Lancaster escurecera, chamara por Oliver, assim como quando fora despertada de sua maldição. Mas antes que pudesse sentir a tristeza que tomava conta de seu peito de um modo avassalador, a mão esquerda que segurava as rédeas não fora suficiente, e a distração do garoto fizera com que a carruagem não fosse desviada a tempo de uma pedra, fazendo com que uma roda dianteira se soltasse, virando o veículo sob a trilha de tijolos amarelos. Violet, que antes encontrava-se tão perto em seu colo, estava caída a metros de distância. Talvez, aquele momento tão carinhoso, seria apenas uma amostra para lembra-lo do que não poderia ter.

A Dama das Flores - Vol 1Onde histórias criam vida. Descubra agora